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issn 2250 - 4532
Universidad Nacional de Entre Ríos
Facultad de Trabajo Social
Año 2 | n.o 2 | junio de 2012
ISSN 2250 - 4532
Revista de la Facultad de Trabajo Social – uner
Año 2, número 2, junio de 2012
Nº 2 Sumario
Staff
Propietario: Universidad Nacional de Entre Ríos,
Facultad de Trabajo Social
Directora: Elena Ana María Riegelhaupt
Comité editorial
Mg. Pablo Bentura (Uruguay)
Dra. Teresa Porzecanski (Uruguay)
Mg. María Pilar Fuentes (La Plata)
Mg. José María Alberdi (Rosario)
Mg. María Eugenia Garma (Rosario)
Mg. Inés Torcigliani (Córdoba)
Mg. Laura Imbert (Paraná)
Mg. Isela Firpo (Paraná) Dra. Miriam Mitjavila (Brasil)
Dra. Vera Ribeiro Nogueira (Brasil)
Diseño: Área de Comunicación Institucional fts · uner
Contacto: Facultad de Trabajo Social – uner
La Rioja 6, (3100) Paraná · Entre Ríos · Argentina
Tel./Fax: (0343) 4310189
[email protected]
Domicilio legal: Eva Perón 24,
(3260) Concepción del Uruguay · Entre Ríos · Argentina
Las notas firmadas representan la opinión de los autores
y no necesariamente la de Nivel 4, latidos de lo social.
3 Editorial
5 Articulação do ensino, pesquisa, e extensão na formação profissional
de serviço social na graduação e pós-graduação / Helder Boska de Moraes Sarmento
24 Postgrado e intervención profesional: Una mirada sobre cómo construir
articulaciones entre ambas instancias / Marisa Barrios
34 Seminarios optativos y abiertos
36 Libros publicados y disponibles en la Maestría en Trabajo Social
38 Posgrados en Trabajo Social relacionados institucionalmente
42 Maestría en Trabajo Social, facultad de trabajo social – uner
Abstracts de las tesis aprobadas
63 Correo de lectores
Editorial
3
Este segundo número de Nivel 4. Latidos de lo social tiene la aspiración de llegar a los lectores con
un par de textos relacionados, por una parte, con la complejización de la vida universitaria en
las articulaciones y/o desarticulaciones posibles entre los niveles de formación, de las tensiones
en el interior de la producción intelectual, de los cruces entre la docencia, la práctica, la investigación y la extensión, entre otros posibles; y, por otra parte, con aquello que les sucede a los
graduados luego de la formación de posgrado. En este caso, de la Maestría en Trabajo Social.
Hemos convocado a un prestigioso docente e investigador brasilero y a una graduada de la
Maestría a escribir acerca del tema y hacemos propicio este encuentro con sus singulares perspectivas personales.
El Dr. Helder Boska, de la Universidad Federal de Santa Catarina (Brasil) nos sorprenderá
con sus provocativas aproximaciones a las articulaciones / desarticulaciones entre el grado, el
posgrado, la investigación y la extensión desde su dilatada trayectoria en la universidad del país
vecino. Tanto con su relato sobre la relación que establece con un joven de la calle como cuando refiere al intelectual brasilero que puede publicar pero no disponer libremente de aquello
que publica, pone al descubierto la crisis de la ciencia en sus distintos cruces, de objetivos y
finalidades, colocándonos frente a estimulantes reflexiones que renuevan el interés por estos
necesarios debates.
Por su parte, la graduada expone su proceso personal en la formación brindada por la Maes-
editorial
4
tría en Trabajo Social, los clivajes de apropiación y cómo este tránsito impacta en la intervención
profesional, independientemente de que los espacios ocupacionales se constituyan en momentos diferentes y en periodos relativamente extensos. Logra rescatar cómo la asimilación de los
aprendizajes, a su tiempo se instala como proceso interno que dispara caminos de autonomía
intelectual que pueden verse como irreversibles, que la transforman a ella a la vez que transforman sus modos de ejercer la profesión. En palabras de la autora:
Podemos observar que detrás de ciertas demandas que llegan a las instituciones, ya sea de
salud, de justicia, de acción social, subyace la problemática del lazo social, donde se expresan las
grietas de los modos de integración social. Tal constelación se presenta al modo de demandas por
violencia familiar, por crisis subjetivas, por déficits en las posibilidades de volver a incluir a un sujeto institucionalizado al ámbito social y comunitario, sin que haya garantía de que la Política Pública
sea el marco de referencia político- administrativo que sustente la intervención.
Quizás haya que aclarar que ambos autores conversan sin saberlo, sobre articulaciones y
desarticulaciones. De las varias que presentan ambos escritos, queda para el lector su procura
e invitamos a compartirla. ◊
Elena Riegelhaupt
Articulação do ensino, pesquisa, e extensão na formação profissional de Serviço Social
5
na graduação e pós-graduação 1
Hélder Boska de Moraes Sarmento2
Estimadas e estimados colegas. Participar de um encontro da Associação Brasileira de Ensino
e Pesquisa em Serviço Social – ABEPSS é sempre motivo de orgulho para os assistentes sociais,
pela sua história, seus compromissos, seus projetos, e suas conquistas.
Participar na condição de palestrante é sempre uma preocupação, pois todos os presentes,
professores, profissionais, discentes, tem grande engajamento com a formação profissional, ou
seja, é um público qualificado, exigente e sempre disposto ao debate.
O tema proposto para nossa intervenção «Articulação do ensino, pesquisa, e extensão na
formação profissional de Serviço Social na graduação e pós-graduação» permite muitas formas
e perspectivas de abordagem. E quero deixar bem claro, que a minha exposição não vai desconsiderar tudo o que foi dito aqui sobre a mercantilização da educação, isto é, do ensino, da
1. O presente artigo é a sistematização de palestra proferida no Encontro Regional da ABEPSS «Formação profissional: desafios e perspectivas frente à mercantilização do ensino», realizado nos dias 22 e 23 de setembro de 2011,
em Florianópolis-SC/Brasil. O texto foi organizado para esta publicação, porém mantida sua expressão coloquial.
2. Professor de graduação e pós-graduação do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Santa
Catarina – UFSC/Brasil.
pesquisa e da extensão. Venho, inclusive, reafirmar o que foi dito e problematizado aqui pelas
Articulação do ensino, pesquisa, e extensão… / H. Boska de Moraes Sarmento
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colegas que me antecederam sobre «a contrarreforma do ensino na conjuntura do Plano Nacional de Educação: a repercussão no Serviço Social»; «os desafios da efetivação das diretrizes
curriculares do Serviço Social no contexto da mercantilização do ensino»; e as «estratégias de
enfrentamento e mobilização à precarização do ensino». Aliás, o que foi apresentado a respeito
destes pontos é uma fundamentação crítica sobre os caminhos da educação, aqui tomados
como pressuposto de nossa abordagem, mesmo que não venhamos a repeti-la (Chaui, 2001;
Frigotto, 1995).
O foco pretendido nesta exposição é olhar de frente para o que estamos fazendo, construindo e reproduzindo, porém, reconhecendo que existe uma insatisfação com a maneira que vivemos a educação no presente —seu processo de mercantilização e coisificação— apesar de nosso
projeto de formação profissional que mantém sua direção em uma perspectiva crítica, voltada
a liberdade, a justiça e a democracia.
É uma insatisfação por carregar certa negação de si mesma, mas perigosa, pois pode ser negativa, a ponto de nos adoecer, imobilizar, e consumir, diante das expectativas de tornar-se para
além de si (condição atual).
O que pretendo com esta insatisfação? Provocações! Provocar uma abertura para a reflexão
sobre a vida cotidiana da graduação e da pós-graduação, isto é: articular ou desarticular ensino,
pesquisa, extensão? Articular ou desarticular a graduação e a pós-graduação?
O termo articular significa unir, ligar, discutir ou falar. Enquanto desarticular, é desunir, separar, desmembrar. E articulação é ação, junção, união, reunião. Portanto, como está sendo entendida esta relação?
É uma explicação que compreende esta realidade de modo articulado ou é algo articulável,
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que pode ser articulada, mas que ainda não o é.
Isto para falar e afirmar que articular / desarticular implica desafios, tensões, dificuldades,
conquistas e resultados. As duas expressões se auto implicam e se negam constantemente em
nosso cotidiano, pois: se pretendemos articular, nos parece que o ponto de partida é de uma
desarticulação que precisa ser superada, ou seja, ensino, pesquisa e extensão não interagem
entre sí; por outro lado, se pretendemos desarticular, nos parece que existe uma articulação, a
tal ponto, que entendemos e acreditamos que vivemos uma fragmentação que nos mantém em
permanente mecanismo de alienação.
Vamos pensar um pouco sobre isto? Vamos ao nosso cotidiano, o dia-a-dia de qualquer um
de nós professores. Estava em um dos corredores desta universidade, observando o quadro de
avisos, para verificar a sala de aula em que ministraria minha disciplina de graduação, pois soube que tinha ocorrido mudança em sua localização. Quando passa uma funcionária, colega de
trabalho e pergunta com certa expressão de surpresa: «professor, você dá aula na graduação?»
Grande foi o meu espanto! Não aquele da filosofia, de fazer a amizade com o conhecimento,
de buscar o porquê das coisas e da vida, mas aquele que nos assusta e quase nos engole, nos
absorve em inércia, nos paralisa.
Mesmo assim, reuni forças e pensei, tem alguma coisa errada. Em seguida, precisando de
muita, mas muita dialética para manter a compostura e para entender o que se passava. Foi
neste cotidiano que o professor (que vos fala) entra em cena, mas poderia ser qualquer um de
nós. Vamos em frente...
1. Hoje, professor de ambos os cursos —graduação e pós-graduação—. Na graduação, par-
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8
ticipo do colegiado do Departamento de Serviço Social, participo como suplente no colegiado
do curso e, sou membro da comissão de Revisão do Projeto Político Pedagógico do curso. Na
pós-graduação, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social – PGSS (mestrado e doutorado). Por consequência deste cargo tenho assento no colegiado do Centro SócioEconômico-CSE e, fui indicado para ser membro da Câmara de Pós-Graduação da UFSC, que por
sua vez me levou a compor uma de suas comissões a de cursos conveniados (que hoje aprova
os cursos lato sensu pagos e gratuitos, alguns destes últimos são de ensino a distância, financiados pelo poder público, pagando a mão de obra dos professores e tutores nas Universidades
Públicas – UAB, cuja sigla é Universidade Aberta do Brasil, e pode ser interpretada com diferentes
significados e interesses). Como todo e qualquer cidadão, a vida não pode ser apenas felicidade,
precisa um pouco de masoquismo, e conversando com os colegas, assumi a coordenação de
pesquisa do CSE, para o qual, dentre as várias atividades de contato e articulação com os 05
cursos deste centro, conseguimos aprovar um Projeto no CT-Infra junto com o Centro de Ciências Jurídicas e o Centro de Filosofia e Ciências Humanas, com objetivo de construir um Centro
de Documentação e Pesquisa, que vai funcionar em anexo a Biblioteca Central para todos os
alunos, professores e comunidade.
2. No semestre passado, ministrei a disciplina da pós-graduação «tendências teórico-metodológicas do serviço social contemporâneo» para uma turma que na sua grande maioria estava
na graduação, a menos de seis meses até um ano. Neste semestre, estou ministrando uma
disciplina na graduação, chamada «análise e avaliação de processo de trabalho Professional»,
onde estamos construindo com toda a turma de alunos, uma avaliação de nossos relatórios de
estágio,3 a partir de critérios formulados com os alunos, para apresentar um relatório final ao
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curso. Nesta disciplina, conto com a colaboração de uma aluna da pós-graduação em estágio
docência,4 que está pesquisando a relação entre mercado de trabalho e formação profissional,
em continuidade a pesquisa que participava quando aluna da graduação, desenvolvida por um
grupo de professores da UFSC (que estão na graduação e pós-graduação), financiado com recursos do CNPq.5 Esta ex-aluna da graduação, hoje cursando a pós e, realizando o estágio docência
para alunos de graduação, também vai a campo para realizar oficinas com profissionais de várias universidades em municípios do estado de Santa Catarina, para socializar as informações
da pesquisa, e cujos resultados da pesquisa também já foram socializados em vários eventos
científicos da área. Esta pesquisa, estes professores, estes alunos de graduação e pós-graduação
participam de um Grupo de Estudos e Pesquisas em Serviço Social – GEPSS que se reúne de 15/15
dias para estudar junto com professores, alunos de graduação, pós-graduação e profissionais.
3. No Gepss, além de ser o atual líder do grupo registrado no CNPq, estou coordenando dois
projetos: um de pesquisa, sobre «formação e exercício profissional na contemporaneidade» que
abriga alunos de graduação em TCC e alunos da pós-graduação (mestrado e doutorado). Este
projeto teve como ponto de partida a produção dos TCC’s sobre o exercício profissional, e agora,
as dissertações de mestrado que tratam deste assunto. O segundo projeto, é de extensão «processos pedagógicos da formação Professional», assessorando os profissionais de Serviço Social
3. (N. del E.) Relatorio de estagio: informes de la práctica.
4. (N. del E.) Práctica docente.
5. Comisión Nacional de Investigación (equivalente a CONICET).
da ufsc. Não obstante, estamos iniciando um novo projeto de pesquisa, agora, sobre o exercício
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profissional com a população em situação de rua.
4. Um dos sub-projetos da pesquisa indicada acima, é uma dissertação de mestrado desenvolvida por uma de minhas orientandas que investiga a produção de conhecimentos sobre a
relação teoria x prática profissional do ppgss nos seus 11 anos de existência. Esta pesquisa tem
a participação direta de dois alunos de graduação que fizeram todo o levantamento da produção do curso. Pelo menos um destes alunos de graduação já está elaborando o seu tcc com este
material, analisando as produções que foram desenvolvidas após a defesa da dissertação. E vale
destacar, que parcela significativa das questões que estudei para esta palestra, tiveram como
fonte os estudos desta pesquisa desenvolvida com os alunos da graduação e pós-graduação.
Não posso deixar de destacar que esta aluna da pós-graduação foi aprovada em dois concursos
públicos e, para minha infelicidade, optou por assumir o emprego e abriu mão da bolsa de mestrado.6 Lembrando que a bolsa da qual a aluna abriu mão, por convicção e opção pelo exercício
profissional, era uma bolsa Reuni,7 cuja exigência com outro grupo de alunos bolsistas da pósgraduação é de obrigatoriamente, desenvolverem atividades específicas junto à graduação. Atividade esta articulada com a coordenação dos cursos de graduação e pós-graduação e que vem
sendo realizada nas primeiras e últimas fases do curso (para formação na produção de textos
e apoio aos TCC’s). Experiência exitosa que foi divulgada e levada para dois outros centros da
universidade.
6. (N. del E.) Beca de Maestría.
7. (N. del E.) Beca de la Reestructuración y Expansión de las Universidades Federales.
Pergunto novamente, estamos articulados ou desarticulados, na graduação e na pós-gradua-
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ção? Onde está o ensino, a extensão e a pesquisa?
Primeira Síntese: não procurem resposta nos lugares comuns e óbvios da academia, o ensino não está
apenas na sala de aula; a pesquisa não está apenas na cabeça do professor; e a extensão não é apenas
uma ação isolada que pretende ser realizada fora da Universidade, embora acredite que temos que ir além
de nossos muros.
Aliás, na UFSC,8 não temos muros (por enquanto), ainda temos ruas, que literalmente atravessam nossa universidade. Não por coincidência, alguns dias atrás, encontrei no banco de
praça do CSE, um jovem com idade de 24 anos aproximadamente (idade de alguns de vocês). O
conheço acerca de três meses, tem um apelido peculiar pela maneira que fala, é morador de rua,
viciado em crack e costuma guardar carros no centro da cidade. Foi um encontro muito bom, ele
por me ver na Universidade e me dizer abertamente que eu deveria dar aula nos presídios, «pra
dizer pros cara que tem que sair daquela vida e ficar que nem eu – professor»; eu, por encontrálo, sentarmos juntos em um banco nesta universidade e dialogar sobre sua decisão em procurar
apoio no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas – CAPS AD, serviço público que fica ao
lado da UFSC. Disse que parou ali «pra pensar um pouco... falar com o diabo que está dentro
dele». E, para minha felicidade, me confirmar que iria até o serviço de saúde. E disse mais, «sabe
que eles deviam fazer pra nós? Receber e tirar todo esse lixo que temos». Perguntei: a roupa
suja? Ele disse: «não, é tudo, a roupa, a droga, dar comida, um banho e trabalho... ajudar a mudar
de vida».
8. (N. del E.) Universidad Federal de Santa Catarina.
Será que este relato é apenas para afirmar que tudo o que foi descrito aqui é um bom exem-
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plo de articulação? Não vou responder que sim ou não! Seria muito fácil. Tenho a obrigação de
perguntar: isto tudo que temos feito, tem qualidade, sentido e direção? Isto em que acreditamos, diante de tantas adversidades, é um projeto de formação profissional? Será que pode ser
o mais puro e tentador fast-food (faço referência a campanha lançada pelo Conselho Federal
de Serviço Social - cfess contra o ensino à distância e obrigada a ser retirada de circulação pela
justiça)?
É deste cotidiano, vivido, sentido, pensado, realizado que gostaria de indicar algumas reflexões. E para reforçar esta compreensão do cotidiano, utilizo Muchail ao recuperar a ideia expressada por Heller (1972)
o cotidiano é o lugar do espontâneo, do hábito, do desempenho automático dos papéis, da
rotina, mas é um lugar onde o homem participa por inteiro, onde coloca em funcionamento todos os seus sentimentos, paixões, ideias e ideais. É onde apreende o mundo e nele se objetiva
de forma única, dentro das possibilidades oferecidas por este mundo. Portanto, é o lugar onde o
homem vive sua particularidade, mas também é onde pode superá-la em direção à humanidade.
(Muchail, 1995)
Venho reafirmar que ainda acredito na possibilidade da totalidade e seu potencial explicativo quando fruto de exercício crítico–reflexivo na construção de mediações. E realizar articulações entre ensino, pesquisa e extensão, é construir passagens em sua construção, no cotidiano
da graduação e pós-graduação.
Segundo Lowy (1987), Lukács em Alma e as Formas, diz que a vida empírica é definida como
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uma anarquia do claro-escuro, pois nada se realiza totalmente, e nada jamais é levado a seu
termo... tudo escorre, tudo se mistura sem freios, somente mais tarde vai descobrir a reificação
e abandonar a espera desesperada do acaso e dedicar-se a práxis revolucionária, a ação emancipadora da classe trabalhadora.
Esta passagem de Lukács é fundamental para compreender esta vida de todos os dias e de
todos os homens, complexa, contraditória e ambígua, e mais, creio que não pode ser recusada
ou negada como fonte de conhecimento e prática social, principalmente para os intelectuais
críticos, pois para as forças produtivas capitalistas nada passa despercebido.
Isto para afirmar que a vida cotidiana é insuprímivel e, em toda sociedade, por meio dela, se
coloca uma estrutura de ritmos, regularidades, comportamentos diferenciados dos sujeitos que
a constroem.
Portanto, a totalidade não está fora da vida cotidiana, compreender as passagens e mediações, que não são exclusivamente teóricas, são realizadas por ações de sujeitos, por classes, é
também fazer uma crítica da vida cotidiana, com rigor teórico.
E como suspender-se da vida cotidiana? Trabalho criador, a arte e a ciência. É Kosik (1986)
quem nos auxilia nesta direção quando diz que o conhecimento não é contemplação. O homem
só conhece a realidade na medida em que ele cria a realidade humana e se comporta antes de
tudo como ser prático. O conhecimento representa um dos modos de apropriação do mundo
pelo homem. O conhecimento é a decomposição do todo, portanto, sem decomposição não há
conhecimento, mas também a ação se baseia na decomposição do todo.
Segunda Síntese: a ciência é processo social e a pesquisa é ação, ao propor um projeto de conhecimen-
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tos e empreender as atividades que conduzam a esse conhecimento, que seja capaz de decomposição do
todo, de reconstrução do real/concreto, da totalidade.
Desta forma, usando da força de expressão, a pesquisa é aventura do espírito, no sentido
de imprimir movimento ao sentido de busca humana, a partir de uma ciência que nos projeta,
pela crítica, a novas leituras da natureza e da sociedade. No entanto, na proporção em que vai
desvendando a realidade e reconstruindo o conhecimento, vai elaborando estratégias de resistência e luta, reorganizando forças para prospecção de ações.
Podemos exemplificar um pouco disto, lembrando de William Morris (1834-1896) que foi um
dos principais fundadores do Movimento das Artes e Ofícios britânico (defendia o artesanato criativo como alternativa à mecanização e à produção em massa e pregava o fim da distinção entre
o artesão e o artista). Ele era pintor - de papéis de parede, tecidos padronizados e livros - além de
escritor de poesia e ficção e um dos fundadores do movimento socialista na Inglaterra.
O conflito trágico na vida de Morris era seu desejo não realizado de criar objetos belos a
preços acessíveis — ou mesmo de graça — para as pessoas comuns, enquanto que o resultado
na vida real era sempre a criação de objetos extremamente caros para uma minoria óbvia. Fez
frente aos avanços da indústria e pretendia imprimir em móveis e objetos o traço do artesãoartista, que mais tarde seria conhecido, junto com John Ruskin, como designer.
Em seu romance utópico Notícias de Lugar Nenhum (Morris, 2002), todos os homens trabalham apenas pelo prazer, e os objetos belamente confeccionados são dados de graça para
aqueles que simplesmente os apreciam. Isto porque para o artesão, a qualidade e a maestria
estão presentes no produto realizado pelo prazer do trabalho, existe vínculo e consciência entre
o produto e o produtor. O trabalhador é livre para moldar seu plano e modifica-lo, é o seu auto-
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desenvolvimento. Não há ruptura entre o trabalho e a diversão, o trabalho e o lazer, ao contrário,
estes favorecem a criatividade.
Voltemos à realidade, o modelo artesanal tornou-se um anacronismo. Saímos da ênfase na
produção para a distribuição, e depois, o consumo. Um conjunto de relações onde o trabalho, a
arte, a ciência estão numa relação subordinada às instituições dominantes da economia capitalista, a sua lógica de produção e reprodução.
Resgatar o papel do artista, mesmo que na utopia de Morris, é reencontrar o intelectual e o
seu papel político, pensar de maneira livre, criar problemas e questionar, sentir que é um severo
crítico de si mesmo. Não abdicar de fazer história, não reduzir-se a apatia. Não estamos presos
a uma servidão aos poderes do lugar-comum e ao terrível domínio do cotidiano. No dizer de W.
Mills (2009, p. 91) a maior parte das pessoas não vai atrás das coisas que estão fora de seu alcance, mas o intelectual, o artista e o cientista fazem exatamente isso. Fazê-lo é um traço normal
de suas vidas de trabalho. Será mesmo que estamos percorrendo este caminho?
Para compreender um pouco melhor esta pergunta e as dificuldades de sua reposta, vamos
a Lucien Goldmann (1913-1970), particularmente, em seu texto Epistemologia e Filosofia Política
(1978), no capítulo dedicado as relações entre a filosofia e a ciência.
Diz Goldmann (1978, p. 137 ss) que estudar a realidade, compreendê-la, transformá-la, são
tarefas que exigem a construção pelos homens de invariantes, a começar pelos objetos e continuando pelos princípios de conservação das ciências, pelas visões do mundo e por todas as
construções que permitem aos homens orientarem-se no mundo. É esta condição que nos permite um caminho extremamente importante: a categoria do possível. Ainda o autor,
É este o problema essencial em ciências humanas. Perguntei um dia a uma jovem investiga-
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dora que realizava estudos sobre os operários na Iugoslávia e solicitava a minha opinião: o que
lhe interessa? A consciência real dos operários ou a sua consciência possível? Respondeu-me: a
consciência real é claro. Repliquei-lhe evidentemente, que ao estudar apenas o real se manteria
a um nível superficial. Por outras palavras, o problema não consiste em saber se se prefere beber
chá ao pequeno almoço e porque, mas sim se, de fato, esta escolha é fundamental ou mais ou menos indiferente. No fundo, para praticar ciências humanas, é necessário poder integrar cada fato
no conjunto de devir histórico nas ligações que tem com toda uma série de outros fenômenos da
época, com o sujeito coletivo, os grupos sociais que o criaram e o transformam e os grupos sociais
que se opõem aos primeiros. E parece-me muito importante saber que estes grupos sociais não
são nem completamente livres, completamente conscientes, nem simples mecanismo, máquinas
determinadas pelas circunstâncias. (1978, p. 144)
Com estas reflexões, o autor está afirmando que o homem se define pelas dimensões do real
e do possível. O homem é o que é, mas é também o ser que faz a história, que tende a realizar os
seus projetos, que se empenha no possível e supera aquilo que é hoje (1978, p. 147).
No entanto, continua seus argumentos afirmando que simultaneamente outra transformação foi produzida a partir dos mecanismos de auto regulação, por meio da concentração da produção e do capital, é a sociedade tecnocrática, a sociedade do consumo. Esta sociedade, fez com
que os homens se transformassem em simples executantes, já não tendo responsabilidades,
decisões essenciais a tomar, e tendo cada vez menos a possibilidade de agir no interior da história e do devir. Condição que provoca uma distorção no homem, favorecendo o desaparecimento
progressivo dos indivíduos relativamente autônomos, o indivíduo já não é mais essencial no
Articulação do ensino, pesquisa, e extensão… / H. Boska de Moraes Sarmento
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conjunto da vida social. E finaliza Goldmann
O homem desaparece do romance e da pintura porque os romancistas e os pintores descrevem
as realidades essenciais do seu tempo e porque o indivíduo, enquanto tal, já não faz parte destas
realidades. Ironicamente, ao ser um dia entrevistado, eu disse que na sociedade de consumo o consumo de massas se estende já a muitos produtos (frigoríficos, automóveis, aparelhos de televisão,
etc), mas que o produto que poderá transformar-se no mais importante de todos e invadir a vida
social está ainda em vias de aparecer: o diplomado analfabeto, o especialista que conhece maravilhosamente o seu domínio, com um nível de instrução suficientemente elevado para manter o seu
estatuto profissional, mas que, enquanto executante, tendo apenas que executar e consumir, já
não se interessa pelo resto da vida social, pois não tem responsabilidades nem participação nas
decisões. (1978, p. 150)
Terceira Síntese: tomados como referências dois pensadores e militantes de séculos distintos (Morris,
séc. xix e Goldmann, sec. xx), um utópico o outro valorizando a ação dos sujeitos coletivos, vale perguntar:
Qual a relação que estabelecemos entre pesquisa e trabalho? Temos compreendido nossas articulações
entre conhecimento e ação? Que cotidiano é este que envolve o ensino, a pesquisa e a extensão, em nossas
universidades? Quais possibilidades de suspensão deste cotidiano pelo trabalho, ciência e arte?
Aqui estamos falando de autonomia, de escolhas e de liberdade, mas, vou me deslocar para
outro aspecto deste cotidiano e que tenho vivido intensamente junto com os colegas da pósgraduação, em particular nesta sociedade tecnocrática, o produtivismo.
Um grande intelectual brasileiro, Dowbor (2011), em um interessantíssimo texto sobre «o
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professor frente à propriedade intelectual», apresenta suas reflexões e críticas ao produtivismo
acadêmico a partir de um texto que elaborou e foi indexado por uma agência internacional,
desde então, para o próprio autor obter acesso, tem que pagar por este.
Em maio de 2011 foi publicado um artigo meu na revista Latin American Perspectives, da Califórnia. Sou obrigado a publicar, pois sem isto o programa da PUC-SP onde sou professor não terá os
pontos necessários ao seu credenciamento. Publicar um artigo normalmente significa disponibilizar uma pesquisa para que outros dela possam aproveitar, e para assegurar justamente o processo
colaborativo onde uns aprendem com os outros e colocam a ciência sempre alguns passos mais à
frente. [...] Mas alguém vai ler? No século xxi, os atos de publicar e de disponibilizar se dissociaram.
Não constituem mais o mesmo processo. Quando me comunicaram que o artigo foi publicado,
fiquei contente, e solicitei cópia. Me enviaram o link da Sage Publications, empresa com fins lucrativos que me informa que posso ver o artigo que eu escrevi, com as minhas ideias, artigo aliás sobre
a nova geração de intelectuais no Brasil, pagando 25 dólares. Esta soma me permite acessar o meu
artigo, com minhas ideias, durante 24 horas. Mas posso ver no dia seguinte pagando outra vez, e
posso também dizer aos meus amigos que leiam o meu artigo, pagando a mesma soma. A Sage hoje
monopoliza cerca de 500 revistas científicas, segunda declaração do seu site. Eu, como autor, fico no
dilema: tenho de publicar nestas revistas, para ter os pontos, e para a minha sobrevivência formal.
Mas aí ninguém lê. E se disponibilizo o texto online, entro na ilegalidade. Ninguém me pagou este
artigo. A Sage é generosa nas ameaças sobre o que me acontece se eu disseminar o artigo que eles
publicaram».
No mesmo texto, o autor apresenta outro exemplo que aconteceu em Harvard, quando em
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uma das imagens de Jesus crucificado foi colocado um cartas onde estava escrito: «foi um grande mestre, não escreveu, nem publicou nada, foi crucificado».
Estamos falando dos dias de hoje, de nosso cotidiano, mas vamos lembrar um pouco que
foi na idade média que se construiu uma visão de mundo «encantado». Segundo Weber, foi no
renascimento, que aconteceu o «desencantamento do mundo», um marco para a construção do
conhecimento científico e sua aplicação – as tecnologias - até a revolução industrial, aquilo que
podemos chamar de automatização do trabalho. Porém, a ideia de substituição do trabalho por
mais tempo livre, acabou levando ainda mais trabalho para garantia do lucro.
O tempo humano controlado pelo corpo biológico e pela própria natureza foi substituído pelo
tempo religioso, controlado pelos sinos das igrejas e das missas que regulavam nossas ações e
nossas condutas. Por sua vez, aqueles sinos foram modificados e substituídos pelos apitos das
fábricas, o tempo humano pelo tempo das máquinas, a mecanização do tempo.
A sociedade tecnológica criou outro ritmo, outro tempo, que é o da automação da sociedade.
Com o computador, acelerando todos ao infinito, aos milhões de mega e giga bites de informações, agora nos engole, absorve, subordinando-nos, é o trabalho alienado. O homem transformase em mercadoria, manipulado no trabalho, na vida privada, no mundo do consumo, é o próprio
objeto de consumo, perde sua humanidade. Alguém tem dúvidas por que a tão propalada crise
das ciências humanas?
A ciência não necessariamente está para responder aos problemas humanos. No entanto,
com a velocidade da produção de conhecimentos que se pretende fazer ciência e responder ao
consumo por meio das tecnologias, ela acaba por atropelar o ser humano, desenvolve-se por sí
mesma, e o conhecimento se torna o valor central, seu poder autônomo, deslocado do próprio
Articulação do ensino, pesquisa, e extensão… / H. Boska de Moraes Sarmento
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sujeito que o constrói e ao qual não mais pertence. Onde a reflexão crítica? O amadurecimento
do pesquisador e a formação de uma massa crítica, de uma nova cultura?
É preciso sim de cultura, mas de uma cultura nova, diferenciada, e, pasmem, humanizada,
isto é, contrária a esta cultura tecnocrática e desumanizadora. Vale lembrar a irreverência e humor crítico de Tom Zé quando esteve aqui, nesta universidade, cantando e encantando a todos
com as músicas do CD «Com defeito de fabricação», diz ele:
A gente já mente no gene
A mente do gene da gente
Faça suas orações
Uma vez por dia
Depois mande a consciência
Junto com os lençóis
Pra lavanderia.
Nossa intenção não é reproduzir uma consciência que possa ir junto com lençóis para a lavanderia, ao contrário, é reforçar os caminhos trilhados pela perspectiva crítica (ação e reflexão)
na formação profissional em Serviço Social, seja na graduação ou na pós-graduação. E quando
falamos desta formação, estamos indicando um caminho para além do aspecto restritamente
intelectivo, mas a formação de uma cultura que prima por formar profissionais, formar docentes, formar pesquisadores, com fundamentação teórica, investigativa, técnica, ética e política.
Mesmo que as prioridades sejam distintas como a formação de profissionais para a gradu-
Articulação do ensino, pesquisa, e extensão… / H. Boska de Moraes Sarmento
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ação e a formação de formadores e pesquisadores para a pós-graduação, elas não impedem a
devida articulação, crítica e criativa no incerto campo das possibilidades.
Quarta síntese: Modelos de graduação e Pós-Graduação não existem. O que existe é o desafio de construir com firmeza, autonomia e democraticamente a formação de recursos humanos de alto nível para
atuar na academia e fora dela, ambas em estreita relação com as necessidades da sociedade. O que não
significa desconhecimento das relações entre a conjuntura sócio-política e cultural do país e os caminhos e
objetos assumidos pela profissão, mediados pela política nacional de educação.
No dizer de Pereira,
o Serviço social está sob o domínio da lógica capitalista, mas sua condição de profissão permite
pensar e agir intelectual e politicamente para além das estritas relações de domínio do capital
sobre o trabalho. É por isso que vale exortar os assistentes sociais a pensarem o Serviço Social
como componente do trabalho, profissão e disciplina científica, além de campo de luta política, ao
mesmo tempo. (Pereira, 2008)
Pensar e fazer o movimento da formação profissional na graduação e pós-graduação é, acima
de tudo, lutar para evitar o reducionismo dos sujeitos e deste espaço da possibilidade. Não dirigir as ações nesta perspectiva é um problema ético, ou melhor, uma violência moral, na medida
em que reduz a potencialidade da formação humana, a sua capacidade de tomar posição e agir,
fazer política.
É fundamental estar atento para a construção de uma ética da reflexão crítica, sobre certa
Articulação do ensino, pesquisa, e extensão… / H. Boska de Moraes Sarmento
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moralidade que nos imobiliza, paralisa e falseia nossas conquistas, retirando-nos a condição de
sujeitos que articulam / desarticulam a graduação e a pós-graduação.
Vale pensar, em outro caminho para estas contradições e lutas, um perfil de crise que não
o de multiplicador de carências e negações, mas um perfil propriamente ativo, que sobrepõe à
passividade de todo processo, a ação do pensamento crítico (Nunes, 1994). ◊
Referências
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Articulação do ensino, pesquisa, e extensão… / H. Boska de Moraes Sarmento
23
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Postgrado e intervención profesional: Una mirada sobre cómo construir
24
articulaciones entre ambas instancias
Mg. Marisa Barrios
En principio quisiera agradecer a Elena Riegelhaupt la invitación a escribir para la revista, considerando que es un espacio de socialización y visibilización de ideas, de pensamiento y prácticas,
a través de la palabra.
La propuesta fue escribir acerca de la impronta de la Maestría en la práctica profesional y en
ese sentido, pensé en dos cuestiones: por un lado en el interés que sostuvo la decisión de iniciar
el post grado y por otro en la ubicación profesional que tenía por entonces, como dos aspectos
que hacen a las condiciones de posibilidad de cada profesional en su formación permanente.
Introducción. Algunas reflexiones sobre el contexto de inicio del postgrado
El interés planteado al inicio estuvo orientado a profundizar líneas de debate en torno a la profesión, para aportar desde lo específico a la práctica institucional y encontrar mayores herramientas para incidir en las problemáticas en las que venía trabajando, en este caso la problemática
de la salud mental, las adicciones y posteriormente la Atención Primaria de la Salud.
Antes de avanzar en el análisis de ese recorrido, resulta necesario mencionar que al inicio de
Postgrado e intervención profesional… / M. Barrios
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la cohorte (año 2002) ya habían sucedido los acontecimientos de 2001 y se comenzaba a percibir
el impacto de la crisis que también atravesó a la intervención profesional, la dio vuelta, la puso
frente a una emergencia que implicó revisar las herramientas con las que se contaba y las formas de abordaje, ¿había nuevos problemas que resolver o viejos problemas recrudecidos por la
crisis política, social y económica?
En ese contexto de crisis y de incertidumbre, el inicio del cursado generó entusiasmo por
ingresar a un espacio de cierto privilegio respecto de lo que sucedía en las instituciones, adonde
llegaban demandas diversas y urgentes ligadas a necesidades de subsistencia, que excedían las
respuestas habituales, limitaban las posibilidades de trascender lo inmediato y dificultaban las
condiciones de planificación de estrategias a mediano y largo plazo. En este sentido, realizar el
postgrado en un contexto de crisis resultaba una alternativa para pensar con detenimiento tales
acontecimientos y recuperar la motivación por el conocimiento.
Ahora bien, ¿con qué desafíos nos encontrábamos los trabajadores sociales que iniciábamos
la Maestría en 2002? Por un lado, las instituciones colapsaban, estaban rebasadas de demandas
atravesadas por lo urgente de la subsistencia y por otro, emergían movimientos de grupos sociales que permitían un empoderamiento de sujetos más desfavorecidos y, entonces, allí había
posibilidades de trascender la inmediatez de la respuesta focalizada, puntual, asistencial. Desde
la política del gobierno, la protesta social fue duramente reprimida al mismo tiempo que en diversos grupos sociales crecía la expectativa en la participación social para la reivindicación de
condiciones de vida más igualitarias.
Este escenario marcó un antes y un después en la manera de percibir la política, práctica
Postgrado e intervención profesional… / M. Barrios
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ésta devaluada que había generado una suerte de desencanto hacia las instituciones; en los
años posteriores, de alguna manera se trascendió la consigna «que se vayan todos»,1 comenzó
a haber una mayor intervención del Estado y podríamos decir que se dio una renovación de la
militancia y la participación política, quizás cultural, quizás momentánea, eso se irá profundizando con la misma historia.
La trayectoria profesional como insumo de interrogantes
Esta breve reseña del contexto de inicio de la Maestría posibilita advertir que la decisión de
realizar un postgrado, su desarrollo y su culminación se encuentran con condicionantes que
requieren una reflexión y una puesta en juego que apuntale el desarrollo de la formación de 4.º
nivel.
Esto es así en torno a ciertas preguntas sobre la posibilidad de cada profesional de iniciar
estudios superiores, respecto de la condición de trabajador asalariado: ¿en qué tipo de institución está inserto cada uno, en qué condición laboral, qué participación en reivindicaciones
1. «Esta consigna apareció a comienzos de 2002 y puede ser tomada como un índice de la profundidad de la crisis política argentina. “Que se vayan todos” implicaba un rechazo al conjunto de la clase política con representación
parlamentaria y con participación en los gobiernos precedentes. El problema era que “todos” concernía verdaderamente a todos, sin dejar ninguna salida. La consigna se diluyó con el envión de popularidad del que se benefició N.
Kirchner, después de su asunción, en mayo de 2003». Merklen, Denis (2005) Pobres ciudadanos. Las clases populares en
la Era democrática (Argentina, 1983-2003). Buenos Aires: Editorial Gorla, pág. 66.
salariales?; respecto de la intervención profesional: ¿qué nivel de motivación para problemati-
Postgrado e intervención profesional… / M. Barrios
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zar el objeto de la intervención, qué tipo de vinculación con la universidad como graduado, qué
posibilidades de acceder a becas de post título?
Podría afirmar a la distancia que el mayor insumo de preguntas llevadas hacia el espacio de
formación de la Maestría provino de la intervención en diferentes programas de salud en los
que me inserté profesionalmente y que me permitieron, con el tiempo, delinear el objeto de
investigación. A su vez, los seminarios y talleres organizados en torno a tales intervenciones
permitieron el acercamiento a debates teóricos fructíferos.
En el pasaje por estas experiencias previas al inicio de la Maestría resulta necesario mencionar también la dificultad que han venido encontrando algunos profesionales, una vez culminados los estudios de grado, para mantener su vinculación con el «espacio académico» y no
quedar «enfrascados» en «la intervención»2 y viceversa. En este sentido, el encomillado intenta
desarticular ciertas nociones (no siempre fundamentadas) que circulan como división entre
teoría y práctica, entre trabajadores e intelectuales, entre hacer y pensar y así interrogar de qué
se trata la instancia académica y de qué se trata la instancia de la intervención, que parecen
ligadas y desligadas a la vez. Ambas requieren de una permanente interlocución para comprender la dinámica social en la que se desarrollan los procesos sociales, económicos y culturales
desde donde emergen los objetos de estudio y de intervención. Podríamos señalar que la instancia académica, a veces, es considerada por quienes están en la dimensión de la intervención
2. Encomillado propio para denotar cierta naturalización en el lenguaje profesional en la demarcación de instancias cuyas diferencias y posibilidades de articulación no siempre son profundizadas por quienes las enuncian.
en las instituciones, como un espacio de pensamiento y producción privilegiado para algunos,
Postgrado e intervención profesional… / M. Barrios
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cuyo insumo no siempre es accesible a los profesionales de la intervención, por falta de tiempo,
de método, de inclusión en un circuito de estudio, apropiándose de las producciones teóricas de
acuerdo a la iniciativa individual, de manera fragmentada, no sistemática y, a veces, sin apoyo
económico ni institucional.
A su vez, es posible preguntarnos en qué medida las currículas universitarias y los proyectos
de investigación contemplan la dinámica de los procesos sociales, en donde éstos realmente
funcionen como insumo de planificación de las Políticas Públicas.
Turbulencia social y nuevas lecturas teóricas que permiten resignificar la práctica profesional
Este recorrido breve por algunas circunstancias iniciales al cursado de la Maestría, me permite
reconocer la importancia de los insumos que fui encontrando desde el comienzo hasta la instancia de escritura de la tesis, cada una con desafíos diferentes y complejos.
Tales aportes podría dividirlos en tres núcleos:
– un núcleo inicial que encontré en la articulación epistemológica que se trabajó en el
módulo «Epistemología de las Ciencias Sociales», donde se pudieron analizar diferentes
paradigmas desde su singular aporte al conocimiento de lo social y reconocer en cada
uno la riqueza de sus claves teóricas;
– el módulo Metodología de la investigación social, en especial el seminario de tesis que
aportó elementos en la construcción del objeto, en un permanente diálogo entre distintos
métodos y la realidad en la que cada maestrando abordaba su plan de investigación;
– el seminario internacional posibilitó que cada maestrando participe en un espacio públi-
Postgrado e intervención profesional… / M. Barrios
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co abierto y aporte, en nombre propio, sus inquietudes y sus propios avances respecto del
objeto a investigar. Tal espacio instaló un debate abierto sobre diferentes problemáticas
sociales, tanto con otros maestrandos, como con participantes de otros países que enriquecieron cada perspectiva, lo cual fue compilado para una publicación de la escuela.
Respecto de la tesis, que merece un apartado especial, la construcción de la misma no comienza al finalizar los seminarios, sino que el cursado es simultáneo al proceso de búsqueda
del material, elaboración, ensayo y escritura. No obstante, es importante señalar que hay un
período que comienza con la finalización del mismo, en el que cada maestrando se encuentra a
solas con su propio desafío, el de articular los insumos incorporados recientemente, el material
en bruto guardado en cuadernos, cintas grabadas, entrevistas, observaciones, etc. y la propia
búsqueda teórica que permita recortar el objeto de investigación, todo lo cual se encuentra
atravesado por las condiciones que mencionaba al principio de este texto. En este punto, resultan claves las evaluaciones de los postgrados en contexto y la observación sobre la producción
existente de tesis, en el marco de las condiciones concretas de los maestrandos para llevar a
cabo sus investigaciones.
En lo personal, mencionar la producción de la tesis no puede soslayar referir al objeto de la
investigación y la fuente primaria de información, ya que coincidió con el espacio institucional
donde me desempeñaba profesionalmente. Esta doble condición requirió un arduo trabajo de
separación y distanciamiento del material para poder abordarlo metodológicamente desde la
perspectiva de investigadora.
Dado que no es objetivo de este texto desarrollar el proceso de la tesis ni sus resultados, sólo
Postgrado e intervención profesional… / M. Barrios
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quisiera señalar que esa instancia permitió recuperar un debate institucional en el contexto de
la crisis de 2001 ya mencionada, haciendo emerger un tipo de cuestión social más heterogénea
y más compleja, poniendo de manifiesto las grietas y las contradicciones de la lógica institucional, las prácticas y los discursos profesionales.
Es decir, el proceso de elaboración de la tesis acompañó una reflexión sobre acontecimientos
sociales de suma importancia y el reconocimiento de aspectos de las instituciones, que pueden
funcionar como aporte para el diseño de Políticas Públicas, en lo que la producción de investigaciones resulta una instancia que requiere de la articulación con los espacios de intervención
y de una promoción abierta por parte de la universidad pública.
Condición actual de la intervención. Aportes de la Maestría al ejercicio profesional
La riqueza del tránsito por la Maestría fue de la mano del ejercicio profesional, donde uno y otro
permitieron complejizar la perspectiva respecto de las lógicas presentes en las instituciones
y allí observar las contradicciones en torno a discursos anclados en un progresismo relativo,
atravesadas por la convivencia de lo arcaico y lo moderno, la coexistencia de políticas sociales
verticales con discursos de horizontalidad.
A través del proceso de elaboración de la tesis fue posible el reconocimiento del impacto de
la crisis de 2001, respecto del modo y la forma de irrupción de las demandas a las instituciones,
desplazando sus núcleos principales o, al menos tornándolos difusos; los problemas se presentan como fenómenos que rebasan las posibilidades de respuesta de las instituciones cuyas
lógicas están ancladas en uno o dos siglos anteriores, pero que tienen una vigencia estratégica
Postgrado e intervención profesional… / M. Barrios
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frente a la ausencia de nuevos resortes institucionales.
Esta época de coexistencia de lo arcaico y lo nuevo en los modos de comprender e intervenir
en lo social, indicaría un proceso de construcción de sentidos, donde es necesario estar capacitados para generar propuestas e incidir en las decisiones institucionales.
Podemos observar que detrás de ciertas demandas que llegan a las instituciones, ya sea de
salud, de justicia, de acción social, subyace la problemática del lazo social, donde se expresan las
grietas de los modos de integración social. Tal constelación se presenta al modo de demandas
por violencia familiar, por crisis subjetivas, por déficits en las posibilidades de volver a incluir a
un sujeto institucionalizado al ámbito social y comunitario, sin que haya garantía de que la Política Pública sea el marco de referencia político- administrativo que sustente la intervención.
Lo que resulta sustancial es admitir que necesitamos entender de qué nos hablan tales emergentes sociales sobre la época, concordante con el planteo que nos hace Castoriadis,3 pensar
cómo cada sociedad habla de sí misma de acuerdo a los modos de definir sus propios problemas
y los modos de resolverlos.
3. Castoriadis señala algunas particularidades respecto de cómo las sociedades construyen ciertos simbolismos,
que nos permite abrir interrogantes en el mecanismo de definición de problemas por las instituciones: «El simbolismo se agarra a lo natural y se agarra de lo histórico (a lo que ya estaba ahí); participa finalmente en lo racional.
Todo esto hace que emerjan unos encadenamientos de significantes, unas relaciones entre significantes y significados, unas conexiones y unas consecuencias a los que no se apuntaba, ni estaban previstos». Castoriadis, Cornelius.
(1993). La institución imaginaria de la sociedad, volumen I. «Marxismo y teoría revolucionaria», 2.ª edición. Buenos Aires:
Tusquets Editores, pág. 217.
Tales emergentes, recortes de lo social, representan puntos de inicio para indagar nuevas
Postgrado e intervención profesional… / M. Barrios
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configuraciones en las relaciones entre los sujetos, con las instituciones y con la comunidad,
donde es preciso desarticular viejas etiquetas que nos ubican en la intervención como sujetos
que han alcanzado el saber para incidir en la vida de sujetos incompletos. Esto implicaría situarnos en un lugar de permanente interlocución con el escenario donde intervenimos y con los
sujetos de la demanda y de la institución, donde es posible instalar preguntas allí donde ciertos
discursos no logren plasmarse en Políticas Públicas. Al respecto, Susana Murillo hace un análisis
sobre ciertas categorías asociadas a la integración que, en realidad, funcionarían como eufemismos utilizados por el Banco Mundial, que reeditarían la vieja tecnología de normalización donde el acceso a los Derechos tiene el precio de la pérdida de la singularidad. Podemos observar
aquí aquellos discursos emancipatorios que no son plasmados en decisiones gubernamentales
que incidan en las condiciones de desigualdad y que a su vez, instalen nuevas maneras de intervenir en la cuestión social.4
En este sentido, es posible entender que las Políticas Sociales comprenden también una dimensión simbólica que sostienen los enunciados de la agenda pública y organizan respuestas
4. «Algunos de los conceptos mencionados vinculados a lo que en documentos internacionales se nombra como
“desarrollo incluyente” vienen a reemplazar en el mundo de lo post- social al lugar que el par conceptual “normalpatológico” ocupó en la sociedad industrial como línea de demarcación social. Pero los efectos materiales de esa estrategia discursiva y extradiscursiva son diversos a los que tuvo aquel par conceptual, ya que el diagrama de poder
en el que se incluye es diferente. Estas tácticas discursivas diversas han formado parte —desde el siglo xix hasta la
actualidad— de estrategias en las que de modo elíptico se elude la idea de dominación de clase». Murillo, Susana
(coordinadora) (2006): Banco Mundial. Estado, mercado y sujetos en las nuevas estrategias frente a la cuestión social. Buenos
Aires: Centro Cultural de la Cooperación Floreal Gorini, pág. 11.
a los problemas que, muchas veces, reproducen las mismas condiciones de desigualdad que se
Postgrado e intervención profesional… / M. Barrios
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denuncian, y es allí donde intervenimos como profesionales o bien, prolongando una dialéctica
de co-producción de etiquetas o intentando desarticularlas.
Luego de diez años de inicio de la Maestría y de los acontecimientos de 2001, es posible
preguntar si los trabajadores sociales sólo podemos ubicar el espacio profesional dentro de las
lógicas de las Políticas Sociales o bien, estamos en condiciones de producir intervenciones más
autónomas y aportar en el desplazamiento de formas obsoletas de respuesta a formas novedosas de incidir en las problemáticas emergentes.
La Maestría en Trabajo Social constituye, junto con otros postgrados, una herramienta de formación de gran importancia tendiente a la inclusión de cada vez, mayor cantidad de profesionales que cuenten con herramientas para complejizar la realidad y proponer argumentaciones
críticas en el abordaje de la cuestión social.5 ◊
5. «Las políticas universitarias de cuarto nivel tienden a generar una masa crítica de profesionales y cientistas
altamente calificados que contribuyan al crecimiento del país. Estas ofertas académicas, además forman docentes
de excelencia que transfieren sus conocimientos en el ámbito de las carreras de grado, fortalecen las áreas de investigación y retroalimentan los servicios de extensión […] En la actualidad, la complejidad con que se expresa la
realidad social exige a las disciplinas que se desenvuelven en este espacio, la producción de conocimientos que den
cuenta de la misma, aportando a la rigurosidad en la comprensión de los fenómenos sociales y a la intervención
profesional en los mismos […] Es con este sentido que la Facultad de Trabajo Social diseña como propuesta institucional la Maestría en Trabajo Social, entendiendo que la misma aportará formación de excelencia a un importante
segmento de profesionales, docentes e investigadores de la región». (Texto de presentación de la Maestría en Trabajo
Social – UNER ).
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Seminarios optativos y abiertos
La Maestría en Trabajo Social de la FTS - UNER dicta seminarios y cursos de actualización abiertos a lo largo del cursado, organizados en función de la recurrencia de los temas de interés de
tesis de los maestrandos o por necesidades detectadas por la propia Maestría. Al ser abiertos,
son accesibles para los interesados en las temáticas respectivas ya sea que se encuentren o no
cursando la Maestría en Trabajo Social y además, acreditables para otras carreras de pos grado.
En lo que resta del corriente año se llevarán a cabo los siguientes:
Seminario optativo
La escritura académica
Dictado por la Prof.a Adriana Gigena los días 29 y 30 de junio de 2012
Se propone analizar los géneros académicos de monografía, informe y ensayo, desde un enfoque lingüístico, textual y terminológico para luego acompañar a los cursantes en la realización
de producciones escritas de tales géneros, desde la planificación inicial hasta la redacción final.
Esto involucra conocer los recursos e instrumentos de que deben valerse y cómo utilizarlos, la
organización de la información, la macroestructura así como la superestructura y la microestructura de tales géneros textuales. También se analizarán los aspectos formales de presentación de los textos y sus características gráficas respetando las convenciones académicas y las
nuevas normas; especialmente en lo que respecta a la documentación electrónica y sistemas
de citación. ◊
Seminario abierto
Seminarios optativos y abiertos
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Problemáticas y perspectivas de la intervención profesional del Trabajo Social
Dictado por la Prof.ª Susana Cazzaniga durante los meses de noviembre y diciembre 2012 y febrero 2013
Trabajo Social adquiere relevancia como profesión que se desarrolló fundamentalmente en la
institucionalidad social definida en la sociedad salarial y, en tanto tal, hoy se siente conmocionada frente a las nuevas formas que adquiere la intervención social. De allí la importancia de
discutir sobre este campo particular, sus características y las diferentes perspectivas teóricas
epistemológicas que lo atraviesan, donde juegan visiblemente lo disciplinar e interdisciplinar.
El seminario está orientado a lograr una comprensión teórica del concepto intervención social
como mecanismo de producción y reproducción social. Se trabajará en torno a identificar las
sobredeterminaciones epistemológicas y teóricas del concepto, recuperar en perspectiva genealógica diferentes estrategias de intervención social, sus lógicas, intencionalidades y sistema de
ideas en las que se sostienen, reconocer la intervención social como campo de la intervención
profesional, comprender las articulaciones entre intervención social e intervención profesional
y las autonomías relativas de esta última, discutir el caso de Trabajo Social, su intervención, lo
disciplinar e interdisciplinar, reflexionar sobre las problemáticas sociales y la intervención profesional en los actuales contextos.◊
Libros publicados y disponibles en la Maestría en Trabajo Social
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Sueños rotos... vidas dañadas.
Entramados conceptuales en Trabajo
Producción de conocimiento
Violencia hacia las mujeres
Social. Categorías y problemáticas
y prácticas sociales. Debates,
en contextos familiares
de la intervención profesional
apuestas y horizontes
Silvana Martínez
Susana Cazzaniga (comp.)
Susana Cazzaniga (comp.)
Libros publicados y disponibles en la Maestría en Trabajo Social
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A falta de palabra… Sobre la
La cuestión social en Argentina.
violencia escolar y el lazo social
Los tabacaleros de Jujuy y Misiones
del púber agresivo
Juan O. Agüero
Laura B. Imbert / Silvia P. Dottori
Disponibles en la Maestría en Trabajo Social de la FTS - UNER
Contacto: [email protected]
Tel.: 54 343 4310189. La Rioja 6, (e3100aob) Paraná, Entre Ríos, Argentina
Posgrados en Trabajo Social relacionados institucionalmente
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El puntapié inicial de esta revista es la pretensión de poner en común información que, no por
conocida, es posible encontrar reunida para organizar un debate.
El cuadro que se encuentra más abajo está compuesto por un primer grupo de instituciones
que ofrecen formación de posgrado, en el país y en el cono sur, con una cierta vinculación histórica que permite establecer recorridos y tendencias.
Presentamos ciertas características comunes y diferentes en las cuales puede ser productivo
centrar la mirada.
Perfil de formación
Aparecen actualmente dos perfiles: uno «académico» y uno más «profesionalizante». Se ponen
en juego los intereses de los cuerpos académicos y las apuestas, la posibilidad de que los estudiantes se puedan incorporar a los núcleos de investigación; o la posibilidad o el riesgo de que
las maestrías terminen siendo un dictado de cursos, que es casi una idea de especialización.
Pero no con una idea de formación; y se coincide en afirmar que la formación de investigadores
consiste en una verdadera apuesta política.
Está en los objetivos de alguno de los planes de estudios, la formación de profesionales de
altísimo nivel capaces de ejercer liderazgo en áreas claves del Estado y de organismos internacionales.
Se cuestiona al profesional «obsoleto», que no se propone continuar con su formación y por
Posgrados en Trabajo Social relacionados institucionalmente
39
lo tanto ahí estaría otro objetivo de las maestrías, el de propiciar intervenciones innovadoras,
rigurosas, de actualización y perfeccionamiento.
Creación de las maestrías para poder pensar el campo profesional
Por lo menos en el caso de Argentina, los problemas de las maestrías tienen que ver, por un lado,
con los imperativos del sistema educativo en donde se fue acrecentando la necesidad de la formación y la necesidad de la formación de posgrados. Especialmente en los niveles de maestría
y doctorado, aparentemente se habría puesto más esfuerzo en las maestrías. Y por otro lado,
debido al grado de desarrollo de Trabajo Social, a la necesidad y al interés, lo que puede verse
como cuestiones corporativas.
Se iniciaron las maestrías en determinado momento no sólo porque el sistema lo exigía, sino
porque se estaba en condiciones para ello.
Resulta común a varias de los procesos de formación el interés por instalar especializaciones
articuladas con tramos comunes al dictado de las maestrías.
Habría que preguntarse si las líneas de investigación están en algunos pos grados y las debilidades en el grado; en el mismo sentido, sería válido plantearse la prevención respecto a que
los pos grados no deben convertirse en complementarios de la formación del grado, o solucionadores de las carencias de éste.
Modalidades de cursado
Posgrados en Trabajo Social relacionados institucionalmente
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Existen ventajas y desventajas de cursado con clases presenciales sistemáticas, relacionadas
con la procedencia de los maestrandos; la posibilidad de intercambio entre profesionales que
ejercen en puntos distantes del país y de otros países de América Latina, los costos y las distancias. En Argentina, la mayoría de las maestrías se encuentran con que sus estudiantes proceden
de puntos muy lejanos.
La ventaja del cursado intensivo, cotidiano, está relacionada con dos cuestiones: la primera
es que una experiencia de posgraduación implica disponerse a aprender del que sabe; y la otra
es que mientras no haya un cuerpo académico estable y que funcione dentro de líneas de investigación específicas los estudiantes que se incorporan no tendrán acceso a una experiencia
en términos de pos graduación, y eso no se hace a distancia, lo cual no invalida la asistencia
a conferencias o seminarios. Pero es necesario el contacto cotidiano. No se puede aprender a
investigar si no se está dentro de un núcleo de investigación. No se puede aprender a teorizar si
quien se tiene adelante no ha teorizado más que uno. De lo contrario hay una inversión riesgosa: creer que se puede hacer pos graduaciones sin cuerpos académicos estables.
Posgrados en Trabajo Social relacionados institucionalmente
Posgrados en Trabajo Social relacionados institucionalmente
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unlp – fts (La Plata)
Maestría en Trabajo Social
Doctorado en Trabajo Social
Seis Cohortes
Doctorado a término
uner – fts (Paraná)
Maestría en Trabajo Social
1999-2003-2005-2007-2009-2011
Quinta cohorte en desarrollo
unc – ets (Córdoba)
Maestría en Trabajo Social
2005-2006-2009
Cuarta cohorte en desarrollo
unr – fcp (Rosario)
Doctorado en Trabajo Social
2004-2005-2006-2007-2008-2009-2010-2011-2012
Dos reuniones de admisión al año, una por semestre. Ocho años de admisión. El doctorando organiza
su propio cursado en cuatro años.
fcs – udelar (R. O. del Uruguay)
Maestría en Trabajo Social
Doctorado en Trabajo Social
Seis cohortes de la Maestría
Tres cohortes de Doctorado
puc (Santiago de Chile)
Maestría en Trabajo Social
2003-2007
Cinco cohortes de 20 estudiantes como máximo
Sin datos actualizados
ufsc (Florianopolis – Brasil)
Programa Pos Graduación
Maestría en Trabajo Social
2001 – Flujo continuo anual ocho cohortes
Maestría en Trabajo Social FTS – UNER
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Abstracts de tesis aprobadas
Las representaciones sociales de los docentes de escuelas egb común
de Santa Fé, acerca de las situaciones de violencia escolar
Autora: Laura Bibiana Imbert
Directora: María del Rosario Badano
Planteo como objeto-problema de investigación: ¿cuáles son las representaciones
sociales de los docentes de escuelas egb común de Santa Fe sobre situaciones de
violencia escolar? Con el objetivo de construir marcos descriptivos y conceptuales.
El diseño, de tipo cualitativo, abarcó una muestra de 14 maestros, de 6 escuelas.
Sus «dichos» constitutivos de un discurso que trasciende lo individual y refiere a
prácticas más amplias, permitieron analizar lo que perciben, significan, explican,
sienten y actúan sobre las situaciones violentas escolares e interpretar sus representaciones sociales.
Analicé la información utilizando el método comparativo constante.
Entre los principales resultados puedo mencionar:
∙ dos grandes grupos de perspectivas docentes frente al problema: «reduccionistas» y «complejas» vinculadas a diferentes supuestos básicos subyacentes;
Abstracts de tesis aprobadas - Maestría en Trabajo Social FTS - UNER
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∙ el poder denominativo de las representaciones sociales, otorgando rasgos a los
alumnos que inciden en su vida escolar;
∙ diversas estrategias docentes, vinculadas a las perspectivas asumidas;
∙ «violencia escolar» forma parte de una construcción discursiva, interjugando
diversas dimensiones: contextual, institucional, particular de los docentes y
representaciones sociales subyacentes a prácticas discursivas, configurando
fuerte andamiaje simbólico, inadvertido, sostenido por una trama socio-histórica-cultural.
El conocimiento posibilita la transformación de la realidad. Apuesto entonces
a comprender la complejidad del fenómeno para superar reduccionismos de las
prácticas. Implica construir pasajes sobre violencia escolar:
∙ de hecho en sí a hecho en la trama
∙ de problema individual a problema social
∙ de una-visible a múltiples – ocultas
∙ de parálisis a potencia
∙ del ideario perdido a desafíos actuales
∙ de voces acalladas a lenguaje compartido
∙ de configuración de pseudo-sujetos a sujetos de derechos
∙ de tutela educativa encubierta a propuestas emancipadoras. ◊
Envejecer en un contexto de (des) protección social
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Autora: María de Carmen Ludi
Directora: Margarita Rozas Pagaza
Las preocupaciones centrales que orientan la investigación giran en torno a:
∙ conocer qué aspectos y características, en relación a condiciones materiales y
simbólicas de vida, configuran diferentes situaciones de vejez en el actual contexto de protección social: cómo viven, sienten y piensan su proceso de envejecimiento, su vejez, viejos de sectores pobres;
∙ revisar cómo operan ciertos prejuicios, creencias y estereotipos prevalecientes
en nuestra sociedad acerca de la vejez y construir argumentos para el diseño e
implementación de políticas sociales acordes a las necesidades, intereses y demandas de los viejos que tiendan a revalorizar su lugar y condición humana.
El desarrollo de la investigación permite clarificar, comprender e iluminar aspectos y características identificadas en relación al objeto de estudio, construir conceptos y relaciones en torno a:
∙ Cuestiones acerca del envejecer
∙ Situaciones de vejez
∙ Vejez y protección social en el actual contexto
∙ Trabajo Social y Vejez. ◊
Discursos políticos de trabajadores sociales:
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las cosas del poder en la cotidianeidad académica
Autora: Isela María Firpo
Directora: Laura Rozados
La investigación indaga desde una perspectiva socio semiótica, los sentidos políticos presentes en expresiones discursivas de Trabajadores Sociales de la Facultad
de Trabajo Social – uner, procurando objetivar las prácticas profesionales y sus correlatos en la cotidianeidad académica. Se analiza la microfísica de vínculos entre
Trabajadores Sociales en distintas situaciones de esa cotidianeidad, las nociones y
cuestiones de poder que interjuegan, la racionalidad política que sustenta el hacer y
el hacerse de todos los días a título institucional y las manifestaciones que adquiere la cultura política allí vigente. El abordaje es de tipo cualitativo y se utilizan las
herramientas del análisis del discurso en el trabajo metodológico de cuatro corpus:
tres corresponden a situaciones de comunicación formal y una informal entre Trabajadores Sociales. El tratamiento metodológico de los corpus ha sido comparativo,
apuntando a la aprehensión de grandes configuraciones de sentido, a dar cuenta
de las posiciones de sujeto político allí definidas, de los esquemas valorativos que
éstas suponen y de la interrelación entre diferentes tipos de enunciados. El universo de estudio estuvo constituido por el conjunto de expresiones discursivas de
Trabajadores Sociales y las unidades de análisis, por cada una de esas expresiones.
Las técnicas de obtención y análisis de la información empírica fueron por su parte
la observación, la consulta de documentación y el registro. ◊
Procesos de dominación / emancipación de mujeres
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en contextos de violencia familiar
Autora: Silvana Martínez
Directora: María del Rosario Badano
La investigación intenta comprender, interpretar y describir los procesos de dominación / emancipación de las mujeres en contextos de violencia familiar, tomando
como referente empírico un grupo de mujeres de la provincia de Misiones, que han
accedido a ser entrevistadas y a contar sus historias. El interés es indagar estos
procesos con una mirada política, analizando cómo se configuran los mismos por
las prácticas sociales, los discursos sociales, las relaciones de poder y los procesos
identitarios.
La apuesta central en relación con Trabajo Social es demostrar que si se dan determinadas condiciones objetivas y subjetivas las mujeres violentadas en el ámbito
familiar pueden emanciparse. La dominación y emancipación constituyen procesos dialécticos configurados por las prácticas, los discursos, el poder y las identidades, en los cuales cada uno de ellos puede orientarse con sentido emancipatorio o
a la inversa. ◊
Intervención profesional de los trabajadores sociales del área Salud
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en el maltrato infantil en Rosario
Autora: Griselda Inés Bruniar
Directora: María Eugenia Garma
La investigación parte de la preocupación por el aumento de la demanda a los trabajadores sociales referida a violencia doméstica y en especial el maltrato infantil
y la necesidad de brindar respuestas pertinentes que modifiquen la situación de
abuso. En el área salud los trabajadores sociales son demandados por esta problemática, interesa conocer sobre qué, desde dónde y cómo se interviene. El objetivo
general de la investigación es identificar las estrategias de intervención profesional
de los trabajadores sociales en la problemática del maltrato infantil. Los objetivos
específicos son: analizar las demandas de intervención en maltrato infantil, conocer la modalidad de análisis y la valoración del riesgo y gravedad ante la sospecha
de maltrato infantil, determinar las estrategias de intervención, conocer el compromiso del equipo de salud y la institución y establecer cómo se planifica la continuidad del proceso de atención.
El resultado permite apreciar los diferentes momentos del proceso de trabajo.
La importancia que las trabajadoras sociales le otorgan al análisis de lo microsocial
y cómo realizan intervenciones que incluyan a la familia revinculándolos con la
comunidad, y muestra cómo se logra una respuesta satisfactoria cuando el trabajo
es interdisciplinario y en red. ◊
Representaciones sociales sobre el Trabajo Social. Una aproximación
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de las trabajadoras sociales de instituciones públicas de Enseñanza Media
de Asunción sobre su profesión
Autora: Sara Raquel López Cristaldo
Directora: Stella Marys García Agüero
Siguiendo los aportes de la psicología social, se intenta comprender qué significados
los sujetos profesionales le dan a su intervención. Se rescatan aspectos que explican la génesis del trabajo social en Paraguay y se expone cómo sus dos elementos
ideoculturales (el movimiento médico higienista y la intervención religiosa) fueron
configurando históricamente loa profesión al punto de continuar sustentando teórica y doctrinariamente la intervención profesional actual. La investigación intenta
dar cuenta cómo operan las representaciones sociales, marcando de manera importante a la filantropía como uno de los ejes de la actual intervención profesional.
A pesar de que, con la Reforma Educativa las exigencias planteadas a las profesionales se han ampliado, la atención de caso, grupo y comunidad siguen hegemonizando la intervención profesional. ◊
Procesos de dominación cultural y reproducción de la desigualdad social.
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La cuestión social tabacalera en Argentina
Autor: Juan Omar Agüero
Directora: Alicia Gloria Dieringer
En la investigación se intenta comprender, interpretar y describir la configuración
histórica de la cuestión social tabacalera en Argentina y cómo los procesos de dominación cultural y de reproducción de la desigualdad social se refuerzan e imbrican mutuamente, constituyendo el mundo de vida de los tabacaleros de Jujuy y Misiones, principales provincias productoras de tabaco del país y que se diferencian
entre sí por razones históricas, políticas, económicas y socio culturales.
Si los procesos culturales son constitutivos de la vida social, ¿cómo operan en
situaciones históricas de reproducción de la desigualdad social? Desde el pos estructuralismo cultural, se conciben los procesos culturales como disputas por los
símbolos, los significados y las categorías sociales claves. Por lo tanto, implican
ideología, institucionalización y hegemonía. Desde esta perspectiva, la desigualdad
social no se genera ni se sostiene sólo desde lo político-económico, sino también
desde lo simbólico-ideológico-cultural. En este trabajo, analizo estos dos planos de
la realidad, que, obviamente, no existen separadamente ni son independientes entre sí, sino que se refuerzan y se implican mutuamente.
El estudio describe la trayectoria histórica de la producción tabacalera del país,
la política tabacalera nacional, la emergencia de las organizaciones de productores
tabacaleros, la expansión y concentración del complejo agroindustrial tabacalero
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argentino y las implicancias de estos procesos en la configuración de los mundos
de vida de los tabacaleros de Jujuy y Misiones. ◊
Los cambios de las pequeñas productoras a partir de su participación
Autor: Andrea Hirschfeld
Directora: Analía Matas
En el ámbito de la implementación del Programa Social Agropecuario en el área
centro norte de la provincia de Entre Ríos se desarrolla la investigación, centrada en
los cambios que perciben las pequeñas productoras en su mundo doméstico a partir de su participación en dicho programa. Para la mayoría de los productores minifundistas, este programa constituye su primera experiencia de participación en
el ámbito público y dentro de este sector, las mujeres campesinas están relegadas
aún. El Programa incentiva la participación igualitaria y de ahí surge el interés por
investigar qué cambios provoca esta participación, ya que comienzan a concurrir
a cursos de capacitación, forman grupos de trabajo y comienzan a ocupar lugares
de decisión.
Los resultados muestran cambios materiales y no materiales, visibles y no visibles, cuantificables y no cuantificables. Cambios en torno a los procesos decisorios,
al modo en que se adoptan las decisiones, en los resultados, respecto de quién de-
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cide y a quién se beneficia en el ámbito de la producción pero también en el hogar.
La distinción del trabajo entendido como ayuda y del trabajo remunerado, la producción para el autoconsumo y la producción para el mercado y sus consecuencias
de autovaloración personal, de distinción entre tiempo de trabajo y tiempo libre lo
que posibilita la autonomía personal. ◊
Participación e identidad de género en mujeres rurales
Autora: Stella Corigliani
Directora: Patricia Acevedo
La investigación aborda la participación de la mujer rural en asociaciones, dando
a conocer los avatares que debe atravesar la mujer a la hora de participar y la incidencia en el proceso de reconstrucción de la identidad de género.
El análisis se centra en: la participación en asociaciones, la participación y su
incidencia en el proceso de reconstrucción de la identidad de género y la construcción de la identidad de género.
Se optó por un enfoque cualitativo para sacar a la luz los rostros de las mujeres
rurales. La historia de vida es el medio principal a través del cual se escuchan sus
voces. Es la mujer rural el foco de atención y su propia voz con sus categorías las
que priman en el trabajo, considerándolas como seres integrales, en un contexto
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que incluye su pasado y su situación actual.
Los hallazgos se centran en torno a que las mujeres van construyendo la identidad de género a partir de roles tradicionalmente definidos según el género, adquiriendo la responsabilidad de la reproducción familiar. ◊
Las representaciones sociales presentes entre los familiares de niños
con diagnóstico de tuberculosis que concurren al Servicio de Salud
del Hospital de Niños Zona Norte de Rosario
Autora: Viviana Pascual
Directora: Marta Abonizio
La investigación aborda las representaciones sociales de los familiares de niños
con diagnóstico de tuberculosis que reciben atención en el ámbito de la salud pública. Siendo la tuberculosis una enfermedad diagnosticable y prevenible, que los
elementos requeridos para su diagnóstico y tratamiento son de bajo costo, interesa
indagar que siga constituyendo un problema de salud a nivel mundial. Particularmente cómo es vivida, significada la enfermedad por los sujetos que la padecen y
más precisamente por sus familiares. De esta manera poder reflexionar sobre los
logros y obstáculos de las representaciones sociales que se constituyen por parte de
los familiares en el proceso de la atención, tratamiento y cura de la enfermedad.
El objetivo general está centrado en relevar y analizar las representaciones so-
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ciales y prácticas sobre tuberculosis presentes entre los familiares de niños con
diagnóstico de TBC que concurren al Hospital de niños Zona Norte de Rosario. Los
objetivos específicos: Explorar los sentidos otorgados por los familiares de los niños
diagnosticados con TBC. Estudiar las estrategias y acciones implicadas en la recepción de estos diagnósticos por parte de los familiares de los niños con diagnóstico
de tuberculosis. Analizar las representaciones sociales que se constituyen con relación a los diagnósticos y los tratamientos en los familiares de los niños con diagnóstico de TBC. Reflexionar sobre los logros y obstáculos de las representaciones
sociales que se constituyen por parte de los familiares en el proceso de la atención,
tratamiento y cura de la enfermedad.
Los resultados dan cuenta de la necesidad de incorporar las vivencias, significados, prácticas de los sujetos, en este caso, las familias involucradas en esta problemática, al momento de diseñar estrategias y programas tendientes a abordar
la tuberculosis; y la necesidad de que éstos trasciendan la mirada estrictamente
médica. ◊
Las condiciones de abandono familiar e institucional de los niños
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y adolescentes residentes en organismos públicos y privados de menores
de la provincia de Entre Ríos al inicio del segundo milenio
Autora: Alicia Mariela Keiner
Directora: Elisa Sarrot
Se estudia el abandono como vulneración de derechos de niños y adolescentes,
entendiendo por tal a la desprotección jurídica, omisión, negligencia o abuso de los
responsables institucionales o cuidadores respecto de sus obligaciones, como también las acciones u omisiones de organismos de protección que pongan en peligro
los derechos y garantías constitucionales de aquellas personas que se encuentran
bajo su guarda, prolongando indefinidamente su residencia en instituciones, sin
intentar alternativas de salida a su situación y/o anticipando altas en el abordaje
sin contar con elementos suficientes que ameriten la superación de la situación de
riesgo del sujeto de protección.
La mirada de los niños que se encuentran residiendo en hogares de menores
interpela las prácticas al punto de cuestionar acerca de si este «abandono» que se
infiere que ha realizado la familia hacia su persona, no se encuentra reiterado en su
vida de «sujeto institucionalizado» a partir de un nuevo abandono, esta vez colectivo
y realizado por el mismo Estado que intentó protegerlo del «abandono familiar». ◊
Condicionantes en la reiteración de delitos de menores de edad
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y congruencia doctrinaria de las respuestas institucionales
Autora: Gabriela Rosana Corti
Directora: María Daniela Puebla
La investigación se propone conocer los condicionantes en la reiteración de delitos
de menores de edad y la congruencia doctrinaria de las respuestas institucionales,
desde tres ejes articulados entre sí: desde la Doctrina en materia de justicia penal
juvenil, desde la intervención y desde la criminología.
La preocupación está centrada en conocer el estado de adecuación doctrinaria
de las normas y respuestas institucionales a la cidn: se recorre el contexto internacional y se profundiza el análisis a nivel nacional, provincial y los proyectos legislativos.
Se trabaja desde las categorías teóricas: doctrina constitucional en materia de
justicia penal juvenil, fin de la justicia penal juvenil, ejecución penal: pluralidad de
medidas coactivas, medidas privativas de la libertad, reiteración de delitos: vulnerabilidad psico-social y vulnerabilidad psico-penal, respuestas en materia de justicia
penal juvenil políticas públicas de prevención conforme a la doctrina constitucional; intervención: modelo de abordaje o intervención directa sobre vulnerabilidad.
Se señalan los condicionantes de reiteración de delitos en adolescentes de 16 a
18 años de edad –varones–, infractores a la ley penal desde 2003/8, alojados en una
institución de máxima seguridad (Pabellón Juvenil – Servicio Penitenciario de Las
Flores) que, alojados en el mismo o habiendo estado en el Pabellón fueron traslada-
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dos al Penal por cumplir 18 años. Se utilizan las propuestas del Modelo de Abordaje
de la Vulnerabilidad. ◊
Representaciones sociales acerca del parto en el hospital público:
el caso del Hospital Materno Infantil «San Roque» de la ciudad de Paraná
Autora: Rosa María Franco
Director: Alfredo Carballeda
Cada ser humano tiene inscripto en sí mismo las huellas de su nacimiento, por ello
la llegada al mundo es trascendente para los sujetos. El acto de parir no es un hecho
natural, sino un fenómeno cultural construido históricamente por cada sociedad y
está fundado en una serie de representaciones sociales.
El trabajo tiene como objeto-problema de investigación las representaciones sociales de los profesionales de la salud acerca del parto en el hospital público, puntualmente las de los trabajadores de un hospital público provincial.
Si bien la representación hegemónica en torno al parto refiere a aspectos científicos-técnicos, lo que lo convierte en un acto de sujeción y control que reproduce
relaciones asimétricas de poder en una sociedad tecnologizada, dicha hegemonía
presenta grietas desde donde es posible operar transformaciones. ◊
Sobre el trabajo y los jóvenes. Un estudio realizado en el barrio Paraná V
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de la ciudad de Paraná
Autora: Gabriela Romero
Directoras: Graciela Mingo y Elisa Sarrot
El objetivo de la investigación fue conocer el significado que los jóvenes le otorgan
al trabajo, en un contexto en el cual se reconocen profundos cambios en el mundo
laboral. Se abordan las nociones de trabajo, cultura, identidad y subjetividad; entendiendo que la conducta humana es acción simbólica y la cultura es una trama de
significaciones, una urdimbre; el análisis cultural permite desentrañar esas estructuras de significación, su sentido y su valor. El estudio se construye desde la complementariedad metodológica, como abordaje que contribuye a una comprensión
más profunda de la mirada de los jóvenes en relación al trabajo. Se contextualizó
con datos secundarios extraídos de fuentes oficiales, reelaborando datos del Censo
Nacional de Población, Hogares y Viviendas 2001.
Los jóvenes vinculan trabajo, estudio y movilidad social de la que se desprende la
relación entre trabajo y futuro. El trabajo «materializa» las elecciones vinculadas al
futuro que imaginan. Registran las condiciones actuales del trabajo en blanco y
estable como un logro y también sus limitaciones cuando por los bajos ingresos
no permite vivir. Se aborda la noción de segmentación y el sentido de los límites
en relación con las aspiraciones; en relación con la cultura como construcción de
significado, la precariedad que caracteriza la condición del trabajo hoy, se trata de
un concepto en disputa. ◊
Delimitación de funciones terapéuticas y funciones asilares en la problemati-
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zación de los criterios de admisión a las instituciones psiquiátricas. El caso
de la Colonia de Oliveros luego de la última crisis argentina de 2001
Autora: Marisa Barrios
Directora: Marisa Germain
El estudio se centra en la distinción de funciones asilares y funciones terapéuticas en los criterios de admisión de un hospital psiquiátrico, tomando el caso de la
Colonia de Oliveros, en el contexto de un debate institucional sobre tales criterios
posterior a la crisis argentina de 2001.
Con los antecedentes existentes, el debate analizado reinstala una preocupación frente a problemas que la institución recibe y que rebasan ampliamente la
especificidad psiquiátrica, demandando nuevos modos de interpretación y abordaje. Atravesado por diferentes fenómenos que no encuentran clara ubicación en
las políticas públicas, el hospital psiquiátrico los enuncia con denominaciones que
reproducen una fragmentación de la realidad y los problemas actuales. Lo asilar y
lo terapéutico interroga la fragilidad de mecanismos de integración social que ubican a la institución en una línea difusa entre la atención de funciones específicas
y la compensación de déficit en los circuitos de protección social de sujetos que
presentan problemas heterogéneos y complejos.
El estudio analiza la discusión para redefinir el dispositivo de admisión de pacientes, interrogando los modos en que son definidos como problemas, su ubica-
ción en las políticas públicas, las respuestas que organiza la institución y los proce-
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dimientos que las prácticas utilizan para su abordaje. ◊
La familia en los procesos de manicomialización-desmanicomialización.
Estudio de las trayectorias asistenciales de pacientes crónicos de la
Colonia Psiquiátrica de Oliveros
Autora: Florencia Serra
Director: José María Alberdi
El acercamiento a las familias de los pacientes internados y a sus comunidades de
pertenencia permite reconocer historias signadas por el sufrimiento y la ausencia
de respuestas asistenciales alternativas a la hospitalización, e instala la sospecha
sobre aquellos discursos que reducen el problema de los pacientes crónicos a una
cuestión de abandono por parte de sus familias.
¿Quiénes son estos pacientes? ¿Cómo es su historia familiar? ¿Cómo llegan al
hospital psiquiátrico? ¿Qué discursos y prácticas operaron en los procesos de cronificación? ¿Qué alternativas a la manicomialización son posibles?
En el caso de la cpo, su origen asilar y los frágiles intentos de desmanicomialización han producido, al igual que en gran parte de las instituciones psiquiátricas
públicas del país, una importante población de pacientes de larga institucionalización y de revolving door.
Se analizan los efectos nocivos de la institucionalización psiquiátrica prolon-
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gada, en tanto provoca el desarraigo y la enajenación del paciente respecto de su
familia, amigos y comunidad de pertenencia.
Se reconstruyen las trayectorias asistenciales de los pacientes de larga institucionalización, teniendo en cuenta los actuales procesos de reforma, las posiciones
asumidas por las familias, los circuitos de la cronificación, los discursos, prácticas y
representaciones de los distintos actores involucrados, como un desafío para tornar
visibles procesos, que si bien son particulares, contienen un pasado, un presente y
un fututo asignado a cientos y miles de personas que habitan los diferentes manicomios del país. A la vez, revisitar estas historias posibilita un ejercicio de la memoria en tanto sede irrenunciable para una política de salud mental instituyente
de un presente diferente.
La confiscación de la locura por el dispositivo psiquiátrico coloca necesariamente a la familia en un lugar ambiguo; al mismo tiempo que inhabilita a la familia, la
pone bajo sospecha, acusándola de abandonar a su pariente en el claustro manicomial. El manicomio se encargará de promover la resignación, de allí su persistencia
en el tiempo.
Las lógicas asistenciales se abordan en tensión con la noción de la asistencia
como derecho.
Se analiza la ley 10.772 en el año 2007 en los alcances y limitaciones de su estrategia para la erradicación de las lógicas manicomiales, pese a lo cual permanece
intacto el modelo hospitalocéntrico heredado de las reformas sanitaristas, donde la
internación psiquiátrica se presenta como la última estación de los rechazados por
Abstracts de tesis aprobadas - Maestría en Trabajo Social FTS - UNER
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las demás instituciones y servicios asistenciales.
En otros casos, el ingreso al manicomio se produce de la mano del sistema de
justicia penal, operando como una suerte de sentencias de cadenas perpetuas, sin
procesos, garantías ni condenas.
Es preciso superar las soluciones ficticias: un manicomio más humanizado, la
privatización de la locura en el ámbito familiar, la desasistencia derivada de la deshospitalización, que opera en nombre de una supuesta desmanicomialización. ◊
Una mirada a las políticas compensatorias en educación desde la perspectiva
de los involucrados en la gestión del Plan Nacional de Becas Estudiantiles
Autora: Susana Tahuil
Directora: Susana Noe de Teitelbaum
Se parte de un recorrido por las políticas compensatorias en educación y el contexto de surgimiento, el Plan Social Educativo que propició el Plan Nacional de Becas
Estudiantiles, objeto de estudio de la tesis. Se trabaja los argumentos con los que
se intentó justificar las políticas focalizadas, fundamentados en la conveniencia de
concentrar los esfuerzos en los sectores poblacionales de mayor vulnerabilidad socioeconómica, que terminaron inaugurando la modalidad de inclusión/excluyente
de los sectores socialmente desfavorecidos.
La beca como estímulo para premiar los mejores alumnos, se convierte en me-
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dio para compensar desigualdades de acceso a la educación y carencias económicas. ¿Resuelve la problemática de inclusión y permanencia de los alumnos en el
sistema educativo o es paliativo para demostrar la «igualdad de oportunidades»?
Incluir todas las voces permitió establecer que, para los alumnos, la beca es una
ayuda económica que les posibilita permanecer en el sistema educativo, completar
estudios y/o satisfacer necesidades básicas. ◊
Correo de lectores
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La posibilidad de llegar a todos aquellos con los que uno quisiera establecer comunicaciones fructíferas suele ser limitada, por lo que cualquier esfuerzo en tal sentido
resulta valioso. Esta revista digital pretende decir, pero también escuchar y compartir
la escucha. Por ello, invitamos a los lectores inquietos a que acerquen sus aportes,
comentarios y/o críticas a la dirección: [email protected], con el
compromiso de publicarlo en el número siguiente de Nivel 4: latidos de lo social.
Desde ya, muchas gracias.
Elena Riegelhaupt
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