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Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Relatório de Estágio Profissionalizante
Farmácia Abílio Botelho
maio de 2015 a agosto de 2015
Isabel Maria Figueiredo Tavares Pereira da Costa
Orientador: Dr. Domingos Henrique Batista de Sousa Furtado Pereira
___________________________
Tutor FFUP: Prof. Doutora Maria Helena da Silva de Vasconcelos
Meehan
___________________________
setembro de 2015
i
Declaração de Integridade
Eu, Isabel Maria Figueiredo Tavares Pereira da Costa, abaixo assinado, nº
201007167, aluna do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade
de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade
na elaboração deste documento.
Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo,
mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou
partes dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores
pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras,
tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.
Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de __________________
de ______
Assinatura: ______________________________________
ii
Agradecimentos
O estágio desenvolvido na Farmácia Abílio Botelho não teria sido bem-sucedido sem
o apoio de todos os membros da equipa da farmácia, todos eles contribuíram para a minha
integração e ajudaram-me a ultrapassar todas as dificuldades encontradas durante estes
três meses.
À Dra. Maria Conceição Botelho e ao Sr. José Abílio Botelho, pela oportunidade que
me deram em estagiar na Farmácia Abílio Botelho, agradeço o carinho demonstrado e a
confiança depositada no meu trabalho.
Ao meu orientador de estágio, Dr. Domingos Pereira, um agradecimento muito
especial, por todos os ensinamentos técnicos e científicos, por todo o rigor, por toda a ajuda
incondicional e compreensão, pela paciência e todo o companheirismo e disponibilidade que
revelou; sem ele, o meu estágio não teria sido possível. Um sincero, obrigada.
À Dr.ª Maria Conceição Botelho, Diretora Técnica da Farmácia de São Roque,
obrigada por todo o apoio e atenção, mesmo à distância, e pela oportunidade que me deu
em estagiar na sua farmácia.
Ao Adelino Silveira, Marco Sousa e Paulo Santos, pelo companheirismo que sempre
demonstraram, apoio técnico e científico, compreensão e boa disposição. A todos, muito
obrigada.
Ao Marco Leonardo, pela sua atenção, disponibilidade e paciência que demonstrou
durante o meu estágio.
Finalmente, quero agradecer à Comissão de Estágios da FFUP e à minha tutora,
Professora Helena de Vasconcelos Meehan, que me orientou durante estes três meses e
que esteve sempre disponível para me esclarecer todas as dúvidas que surgiram.
A todos, muito obrigada!
iii
Índice
Parte 1 ..............................................................................................................................1
1.
Cronograma de Atividades ........................................................................................1
2.
Organização do Local de Estágio ..............................................................................1
3.
4.
2.1.
Equipa Profissional ............................................................................................. 2
2.2.
Espaço ............................................................................................................... 2
Encomendas e Aprovisionamento .............................................................................2
3.1.
Realização de Encomendas ............................................................................... 2
3.2.
Receção de Encomendas ................................................................................... 3
3.3.
Armazenamento ................................................................................................. 4
3.4.
Controlo dos prazos de validade e devoluções ................................................... 5
Dispensa de Medicamentos e de Produtos Farmacêuticos ........................................5
4.1.
Dispensa de Medicamentos Sujeitos a Receita Médica ...................................... 5
4.1.1.
Psicotrópicos e Estupefacientes ..................................................................7
4.2.
Medicamentos não sujeitos a receita médica...................................................... 8
4.3.
Medicamentos Manipulados ............................................................................... 8
4.4.
Medicamentos Veterinários ................................................................................ 9
4.5.
Produtos de Dermocosmética ............................................................................. 9
4.6.
Suplementos Alimentares e Produtos Fitoterapêuticos ..................................... 10
4.7.
Dispositivos Médicos ........................................................................................ 10
4.8.
Produtos Infantis e Artigos de Puericultura ....................................................... 11
4.9.
Produtos Químicos ........................................................................................... 11
5.
Aconselhamento Farmacêutico................................................................................ 12
6.
Sistema de Comparticipação de Medicamentos ...................................................... 12
7.
6.1.
Regimes Especiais de Comparticipação ........................................................... 13
6.2.
Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes ............................... 13
Gestão ..................................................................................................................... 14
7.1.
7.1.1.
Atendimento .............................................................................................. 14
7.1.2.
Gestão de Stock ........................................................................................ 15
7.2.
8.
9.
Sifarma 2000 .................................................................................................... 14
Organização do Receituário e Faturação.......................................................... 15
Cuidados e Serviços Prestados ............................................................................... 16
8.1.
Tensão arterial.................................................................................................. 16
8.2.
Glicemia ........................................................................................................... 17
8.3.
Colesterol Total e Triglicerídeos ....................................................................... 17
8.4.
Teste do PSA ................................................................................................... 18
Formação Saúda ..................................................................................................... 18
iv
10.
Gestão de Resíduos............................................................................................. 19
10.1. VALORMED ..................................................................................................... 19
10.2. AMI ................................................................................................................... 19
11.
Farmácia São Roque ........................................................................................... 20
Parte 2 ............................................................................................................................ 21
1.
Medicamentos Genéricos ........................................................................................ 21
1.1.
Escolha do tema ............................................................................................... 21
1.2.
Introdução ........................................................................................................ 21
1.3.
Medicamentos Genéricos ................................................................................. 21
1.3.1.
Produção e Comercialização dos Medicamentos Genéricos ..................... 22
1.3.2.
Preços de Referência ................................................................................ 23
1.3.3.
O Farmacêutico e os Medicamentos Genéricos ........................................ 24
1.4.
2.
Doença de Refluxo Gastro-Esofágico ...................................................................... 25
2.1.
Escolha do tema ............................................................................................... 25
2.2.
Introdução ........................................................................................................ 25
2.2.1.
Causas da DRGE ...................................................................................... 26
2.2.2.
Manifestações Clínicas da DRGE .............................................................. 27
2.2.3.
Terapia não farmacológica ........................................................................ 28
2.2.4.
Terapia Farmacológica .............................................................................. 29
2.3.
3.
Conclusão ........................................................................................................ 24
Conclusão ........................................................................................................ 31
Proteção Solar ......................................................................................................... 32
3.1.
Escolha do tema ............................................................................................... 32
3.2.
Introdução ........................................................................................................ 33
3.3.
Radiação Solar ................................................................................................. 33
3.3.1.
Efeitos da Radiação UV no Organismo...................................................... 34
3.3.2.
Mecanismos de Defesa Contra a Radiação UV ......................................... 37
3.4.
Cuidados Solares ............................................................................................. 38
3.4.1.
Protetor Solar ............................................................................................ 38
3.4.2.
Uso de Protetor Solar e Deficiência em Vitamina D ................................... 40
3.5.
Conclusão ........................................................................................................ 41
Conclusão....................................................................................................................... 42
Bibliografia ...................................................................................................................... 43
Anexos ........................................................................................................................... 49
v
Índice de Tabelas
Tabela 1. Cronograma de atividades realizadas durante o estágio...................................1
Tabela 2. Classificação de Montreal da DRGE. .............................................................. 26
Tabela 3. Sistema da Comissão Europeia para a rotulagem do FPS. ............................ 39
Tabela 4. Classificação de Fitzpatrick. ........................................................................... 40
vi
Lista de Acrónimos
ADSE: Direção-Geral de Proteção Social aos Funcionários e Agentes de Administração
Pública
AIM: Autorização de Introdução no Mercado
ANF: Associação Nacional de Farmácias
ARH2: Antagonistas dos Recetores H2 da Histamina´
DCI: Denominação Comum Internacional
DM: Dispositivo Médico
DME: Dose Mínima Eritematosa
DRGE: Doença de Refluxo Gastro-esofágico
DRS: Direção Regional de Saúde
EMEA: Agência Europeia de Avaliação de Medicamentos
FDA: Food And Drug Administration
FEFO: First Expired First Out
FPS: Fator de Proteção Solar
HTA: Hipertensão Arterial
IARC: Agência Internacional de Investigação do Cancro
IBPs: Inibidores de Bomba de Protões
INFARMED: Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P.
IV: Infravermelho
LES: Esfíncter Esofágico Inferior
MG: Medicamento Genérico
MNSRM: Medicamento Não Sujeito a Receita Médica
MR: Medicamento de Referência
MSRM: Medicamento Sujeito a Receita Médica
NMSC: Cancro da Pele Não-Melanoma
PSI: Psicotrópicos e Estupefacientes
PVF: Preço de Venda à Farmácia
PVP: Preço de Venda ao Público
SAD-GNR: Serviço de Assistência na Doença da Guarda Nacional
SAD-PSP: Serviço de Assistência na Doença da Polícia de Segurança Pública
SAMS: Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas
SNS: Sistema Nacional de Saúde
SRS: Serviço Regional de Saúde
UV: Ultravioleta
UVI: Índice Ultravioleta
Vis: Visível
vii
Resumo
Com este relatório pretendo abordar a minha experiência em Farmácia Comunitária,
realizada no âmbito do estágio curricular do Mestrado Integrado em Ciências
Farmacêuticas, realizado na Farmácia Abílio Botelho, durante três meses.
A Farmácia Comunitária tem como principal objetivo a cedência de medicamentos
de forma segura, sendo o farmacêutico o elemento fundamental na dinâmica deste
serviço.
Como especialista do medicamento, o farmacêutico é um prestador de cuidados de
saúde à comunidade, sendo o utente o centro da sua atividade. O farmacêutico é o
intermediário entre a prescrição médica e a cedência de medicamentos aos requerentes,
aconselhando e informando o utilizador sobre a terapia e esclarecendo qualquer dúvida
que possa surgir em relação a esta, incentivando a utilização racional do medicamento.
Para além disso, como profissional de saúde, o farmacêutico é visto como uma figura
de confiança por parte da sociedade e, para além disso, acessível. Por isso, é muitas
vezes a este a quem o utente recorre para se aconselhar. Nestas situações, o farmacêutico
deve ter consciência da sua formação e da sua função como profissional e transmitir
apenas aquilo que lhe compete, pois em certos casos é primordial a consulta de um
médico e só depois o aconselhamento farmacêutico.
O estágio em Farmácia Comunitária é uma etapa fundamental e indispensável na
formação académica de um estudante do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas,
uma vez que é nesta fase que o estudante pode aplicar parte dos conhecimentos teóricos
que adquiriu ao longo dos anos, aprender com outros profissionais de saúde com mais
experiência, melhorando, assim, a sua capacidade crítica e de aconselhamento e, com
isto, tornar-se autónomo e preparar-se para um futuro profissional.
O presente relatório divide-se em duas partes: na primeira parte descrevo, de forma
resumida, as tarefas executadas e as competências como profissional de saúde adquiridas
ao longo do estágio na Farmácia Abílio Botelho; na segunda parte falo de uma forma mais
detalhada e cientifica sobre três temas desenvolvidos por mim na farmácia comunitária.
Os temas são: medicamentos genéricos, doença do refluxo gastro-esofágico e a proteção
solar.
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
P ARTE 1
1. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
O cronograma de atividades que se segue pretende resumir as atividades realizadas
ao longo do período de estágio.
Tabela 1. Cronograma de atividades realizadas durante o estágio
Atividades
28 de maio a 5
8 de junho a 27
29 de junho a 31
de junho
de junho
de agosto
Integração na Farmácia
Receção de encomendas
Armazenamento
Realização de encomendas
Aprovisionamento
Receituário
Realização de testes de
diagnóstico
(Glicemia, Triglicerídeos,
Colesterol e Pressão Arterial)
Medicamentos Manipulados
Acompanhamento do
atendimento ao público
Atendimento ao público (sob
supervisão)
Atendimento ao público (sem
supervisão)
Numa fase inicial, todas as atividades foram supervisionadas pelo Dr. Domingos
Pereira; porém, ao longo do estágio e à medida que a realização das mesmas se tornava
sistemática, a supervisão foi diminuindo gradualmente, o que me permitiu adquirir maior
autonomia e responsabilidade nas funções executadas.
2. ORGANIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO
A Farmácia Abílio Botelho, localizada desde 1916 em Vila do Porto, o único concelho
da ilha de Santa Maria, Açores, foi até há um ano a única farmácia prestadora de cuidados
de saúde na ilha.
O horário de funcionamento da farmácia é das 9h00 às 19h00, de segunda a sábado.
De 15 em 15 dias, a abertura ao sábado é alternada com a outra farmácia de serviço em
1
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Santa Maria. Nos sábados em que não está de serviço de disponibilidade, está em
funcionamento das 9h00 às 13h00.
2.1.
EQUIPA PROFISSIONAL
A Farmácia Abílio Botelho conta com uma equipa multidisciplinar que assume o
funcionamento eficaz dos serviços prestados.
Fazem parte da equipa: dois farmacêuticos, a Dra. Maria Conceição Monte Ferreira
Moniz Botelho, proprietária e responsável pela direção técnica e o Dr. Domingos Henrique
Batista de Sousa Furtado Pereira, farmacêutico adjunto, que assumiu a orientação do meu
estágio curricular; um técnico de farmácia: Paulo César Monteiro Santos; dois ajudantes
de farmácia: Adelino Manuel Duarte Silveira e Marco Paulo Cabral Sousa. Para além de
toda esta equipa, a Farmácia conta com a ajuda de um encarregado de armazém, Marco
Paulo Figueiredo Leonardo, e, na gestão, o coproprietário Sr. José Abílio Moniz Botelho.
2.2.
ESPAÇO
A Farmácia é constituída por:

Zona de atendimento

Área de puericultura e dermocosmética

Sala de realização de testes de diagnóstico

Armazém

Área de receção de encomendas

Laboratório

Escritório

Copeira
3. ENCOMENDAS E APROVISIONAMENTO
3.1.
REALIZAÇÃO DE ENCOMENDAS
A realização de encomendas ocorre diariamente, duas vezes por dia. Aos sábados a
mesma só se efetua durante a manhã, devido aos horários do fornecedor.
As encomendas são feitas através do Programa Informático Sifarma 2000 que facilita
o pedido através da sugestão automática de produtos. Esta sugestão baseia-se na
comparação do stock existente em armazém e os limites de stock mínimo e máximo
definido pela farmácia, no mesmo programa. No entanto, esta sugestão é apenas uma
ferramenta facilitadora, pois o farmacêutico pode fazer alterações neste pedido, consoante
as necessidades da farmácia. No final da seleção dos produtos a encomendar, o pedido é
enviado diretamente ao fornecedor, via informática.
2
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Durante o atendimento podem ocorrer situações em que a farmácia não pode
dispensar um determinado medicamento ou produto, uma vez que este não se encontra
em stock. Neste caso, é possível, através do Sifarma, a realização de uma encomenda
instantânea, recorrendo a uma opção existente neste programa, opção esta que também
permite verificar se o fornecedor tem o produto disponível.
A farmácia trabalha maioritariamente com um fornecedor, Proconfar - Produtos de
Consumo e Farmacêuticos, S.A. No entanto, há situações pontuais em que a farmácia
negoceia com outros fornecedores presentes na região autónoma dos Açores que
oferecem melhores condições comerciais: Dinarte Dâmaso, Lda., Oliveira Leitão & Pena,
Drogaria Açoriana, etc. Semestralmente a farmácia faz pedidos a alguns fornecedores fora
da região, tais como: Cosmética Ativa Portugal e Laboratórios Expanscience.
Para além disso, a farmácia é visitada pontualmente por delegados comerciais que
apresentam o seu portfólio e as suas campanhas. Nestas situações, é feita uma
negociação entre a farmácia e os delegados de cada laboratório que podem fazer
descontos na encomenda total ou num determinado produto ou enviar bónus (por exemplo,
por cada cinco medicamentos, enviam um de bónus). Posteriormente, os seus produtos
são enviados para a farmácia através da Proconfar ou outros fornecedores.
3.2.
RECEÇÃO DE ENCOMENDAS
A localização geográfica da farmácia Abílio Botelho obriga a que o sistema de
receção das encomendas seja distinto da maioria das farmácias.
Uma vez que não existe nenhum fornecedor na ilha de Santa Maria, as encomendas
chegam por transporte aéreo ou marítimo uma vez por dia.
Os produtos são enviados em embalagens de cartão. Os produtos que devem ser
armazenados a temperaturas frigoríficas são enviados em separado, em caixas com
conservadores de frio.
O Sifarma 2000 é o programa informático utilizado pela farmácia para rececionar a
encomenda; mais à frente irei falar detalhadamente sobre este. As encomendas são
acompanhadas da nota de encomenda/fatura, cujo número da guia deve ser referenciado
ao sistema informático no momento da sua receção. Assim, para garantir uma receção
eficaz, é necessário conferir se a quantidade pedida é igual à quantidade enviada, de
acordo com o indicado na nota de encomenda e ter também em conta o preço de venda
ao público (PVP), o preço de venda à farmácia (PVF), as margens aplicadas aos produtos
de venda livre e os prazos de validade dos produtos, pois deve registar-se no programa
informático o prazo de validade mais próximo de expirar.
3
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Nos casos em que a quantidade enviada é inferior à pedida, é necessário reportar a
situação diretamente ao fornecedor, para entender o porquê da falta. Por vezes, a
quantidade enviada é superior à quantidade pedida, tratando-se, muitas vezes, de bónus.
No entanto, quando certos medicamentos pedidos estão esgotados há muito tempo,
a farmácia deve reportar esta situação diretamente ao INFARMED, através do Sifarma.
No final, quando já foi dada a entrada de todos os produtos, a encomenda é validada.
3.3.
ARMAZENAMENTO
Após a receção e validação da encomenda, é necessário proceder ao
armazenamento dos produtos. Esta etapa é fundamental para o bom funcionamento da
farmácia e, para tal, é necessário cumprir determinados métodos/regras de organização.
Os produtos são acondicionados numa área própria, o armazém, cujo acesso é
restrito à equipa profissional da farmácia.
A primeira regra de organização dos medicamentos consiste na disposição destes
por ordem alfabética de nome comercial, no caso dos medicamentos de marca; já os
medicamentos genéricos são organizados por ordem alfabética de princípio ativo e, dentro
do princípio ativo, por ordem alfabética de laboratório.
As formas farmacêuticas são acondicionadas todas no mesmo local, apenas os
colírios são acondicionados numa área específica do armazém, cumprindo também as
regras de organização anteriormente referidas. Os produtos cosméticos são armazenados
na área de dermocosmética, por marca e de acordo com o tipo de pele a que se destinam.
Os medicamentos psicotrópicos são armazenados numa área específica do
armazém, à parte dos outros medicamentos, estes também são dispostos por ordem
alfabética.
A medicação que necessita de ser conservada a temperatura frigorífica é
acondicionada num frigorífico próprio, por ordem alfabética de nome comercial.
Em todas estas situações, é crucial ter em conta o prazo de validade dos produtos,
uma vez que no armazém estes são organizados de acordo com a regra “first expired first
out” (FEFO). Ou seja, os produtos são organizados de forma a garantir que o medicamento
da frente, ou seja, o próximo medicamento a sair, apresente o prazo de validade mais curto.
A organização do armazém é fundamental para a dinâmica da farmácia, pois
promove a rapidez na dispensa de medicamentos durante o atendimento e previne a
acumulação de stock e de produtos com prazo de validade a expirar.
A farmácia dispõe de termómetros próprios no armazém e no frigorífico que permitem
fazer um controlo metrológico obrigatório mensal, para garantir que a temperatura do
armazém se mantém inferior ou igual a 25ºC e a temperatura frigorífica entre 2 a 8ºC.
Assim, garante-se a correta conservação de todos os produtos.
4
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Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
3.4.
CONTROLO DOS PRAZOS DE VALIDADE E DEVOLUÇÕES
O controlo dos prazos de validade dos medicamentos e produtos farmacêuticos é um
ponto fulcral para um correto funcionamento da farmácia.
Mensalmente, uma lista dos medicamentos e produtos farmacêuticos que caducam
nos próximos três meses é emitida, através do Sifarma. Com este controlo, a equipa tem
a possibilidade de separar do stock estes produtos que são devolvidos ao fornecedor,
evitando, deste modo, a sua dispensa aos utentes.
Para além disso, como já referi, um dos pontos a ter em conta durante a receção de
encomendas é o prazo de validade. Assim, se durante a receção se verificar que algum
produto tem o prazo de validade a expirar no período de três meses, estes devem ser
devolvidos ao fornecedor. Para tal, faz-se uma nota de devolução ao fornecedor e estes
são enviados novamente à sua origem.
Hoje em dia, cada vez mais, as devoluções dos produtos são situações difíceis de
regularizar. Já há muitos laboratórios, principalmente os de dermocosmética, que colocam
muitos entraves no processo de devolução. Esta situação é desvantajosa para a farmácia,
especialmente a nível financeiro, o que obriga a um stock reduzido.
4. DISPENSA DE MEDICAMENTOS E DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS
A dispensa de medicamentos e de produtos farmacêuticos é a função central da
farmácia comunitária. O atendimento ao público justifica toda a logística anteriormente
falada, uma vez que o objetivo final é sempre responder às necessidades dos utentes.
O farmacêutico, com o apoio da equipa profissional, é responsável por promover o
uso racional do medicamento e a adesão à terapêutica.
4.1.
DISPENSA DE MEDICAMENTOS SUJEITOS A RECEITA MÉDICA
Os medicamentos sujeitos a receita médica (MSRM), como o próprio nome indica,
apenas podem ser dispensados com a apresentação da receita médica pelo utente.
Segundo o Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de Agosto1, um MSRM preenche, pelo
menos, uma das seguintes condições:

Medicamento que pode constituir um risco para a saúde do doente, direta ou
indiretamente, mesmo quando utilizados para o fim a que se destinam, caso
sejam utilizados sem vigilância médica;

Medicamento que pode constituir um risco para a saúde do doente, direta ou
indiretamente, quando usados com frequência, em quantidades consideráveis,
para fins diferentes daquele a que se destinam;
5
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Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Medicamento que contenha substâncias, ou preparações à base dessas
substâncias, cuja atividade ou reações adversas seja indispensável
aprofundar;

Medicamento que se destine a ser administrado por via parentérica (injetável).
Este tipo de medicamentos só pode ser vendido nas farmácias, mediante a
apresentação de uma receita médica. Todos estes medicamentos estão sujeitos a um PVP
fixo.
Quando um utente se dirige à farmácia comunitária com uma receita médica, cabe
ao farmacêutico conferir a receita, de modo a verificar se esta é válida ou não.
Existem dois tipos de receita: eletrónica e manual. Os critérios de validação de ambas
são distintos. No entanto, uma vez que durante o meu período de estágio a apresentação
de receitas eletrónicas foi muito mais frequente, refiro apenas os critérios de validação da
prescrição eletrónica.
Para uma receita médica ser válida é necessário apresentar:
a) Número da receita médica;
b) Nome e número de beneficiário do utente;
c) Assinatura e identificação da carteira profissional do médico prescritor;
d) Identificação ou vinheta do local de prescrição;
e) Indicação da entidade responsável pela comparticipação;
f) Indicação obrigatória da denominação comum internacional (DCI) da
substância ativa, forma farmacêutica, dosagem, a apresentação, a posologia
e o número de embalagens. Embora não obrigatoriamente, a prescrição de
medicamentos também pode incluir a denominação comercial2;
g) Data de prescrição;
h) Obrigatoriamente
tem
de
se
encontrar
na
validade:
A validade das receitas médicas varia. Estas podem ser de trinta dias ou de
seis meses (ou de quinze dias, no caso das receitas manuais). As receitas
médicas que apresentam validade de seis meses apresentam três vias. Estas
receitas renováveis são uma alternativa de prescrição de medicamentos muito
útil para os doentes crónicos, uma vez que evita idas frequentes ao médico.
Para além das “regras” anteriormente apresentadas, para a validação de uma receita
médica é importante também referir que o médico pode prescrever em cada receita até
quatro medicamentos distintos, ou seja, quatro unidades no total e, no máximo, duas
unidades por medicamento. No caso dos medicamentos unidose, é possível prescrever até
quatro unidades, quando na receita apenas está indicado esse medicamento3.
Com a prática, a verificação da receita médica vai-se tornando um processo mais
rápido e a identificação de irregularidades torna-se quase intuitiva. Assim, após a
6
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Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
verificação de todos os pontos referidos e validação da receita pelo farmacêutico, é
importante que o profissional se certifique que a medicação está adequada ao perfil do
utente. Para além disso, durante a dispensa, é necessário total concentração e
organização, de modo a evitar a troca de dosagem, que pode ter consequências negativas
para o utente, bem como possíveis interações entre os medicamentos dispensados ao
mesmo utente.
A saída dos medicamentos é dada através do Sifarma, fazendo a leitura dos códigos
de barra dos mesmos. Para cada receita, é necessário selecionar o regime de
comparticipação, de acordo com a entidade responsável por esta e, por fim, é impresso no
verso da receita informações sobre a comparticipação, isto é, o regime de comparticipação,
os produtos que foram sujeitos a comparticipação e o seu preço (PVP) sem e com
comparticipação. É necessário que o utente tome conhecimento desta informação e que
assine o verso da receita para comprovar que teve acesso à mesma, o farmacêutico
também tem que assinar o verso da receita e colocar o carimbo da farmácia.
4.1.1. PSICOTRÓPICOS E ESTUPEFACIENTES
Os psicotrópicos e estupefacientes (PSI) são MSRM sujeitos a uma legislação
específica.
Estes medicamentos atuam diretamente sobre o sistema nervoso central e são
substâncias que apresentam um risco acrescido, uma vez que podem causar dependência
física e psíquica. Por estas razões, os PSI estão associados a atos ilícitos, como o tráfico
e o consumo de drogas, logo são um grupo de medicamentos muito controlado por parte
das autoridades competentes4.
A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P. (INFARMED) é a
entidade competente pelos PSI a nível nacional, é esta que estabelece as condições e que
concede autorizações para todas as atividades relacionadas com os PSI4.
Para um maior controlo e vigilância destas substâncias, estes medicamentos são,
como referi anteriormente, armazenados num local específico da farmácia. Mensalmente,
a Proconfar, que é o principal fornecedor da Farmácia Abílio Botelho, envia a este
estabelecimento uma requisição com todas as benzodiazepinas e psicotrópicos recebidos
pela farmácia. Esta deve ser assinada e deve apresentar o carimbo da farmácia e o número
da carteira profissional do farmacêutico responsável.
Para além disso, no momento de dispensa de um PSI, mediante apresentação de
receita médica, existem passos obrigatórios a cumprir, entre eles a impressão de dois
duplicados da receita médica4.
O Sifarma 2000 reconhece automaticamente este tipo de medicamento e, por isso, o
processo é facilitado, sendo apenas necessário preencher dados relativos ao médico
7
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
prescritor, ao doente e ao adquirente. Estes dados são impressos nos documentos dos
psicotrópicos, que são anexados aos duplicados.
Um destes documentos é remetido mensalmente à Direção Regional da Saúde
(DRS), no caso específico dos Açores, juntamente com a listagem de saídas de PSI, a
outra fica em arquivo na farmácia durante, obrigatoriamente, quatro anos. Trimestralmente
um registo das receitas médicas de PSI aviadas é enviado à DRS e, anualmente, é
necessário o envio do relatório anual com o resultado do encerramento do registo de
entradas e saídas de PSI e benzodiazepinas5.
4.2.
MEDICAMENTOS NÃO SUJEITOS A RECEITA MÉDICA
Os medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM) não preenchem qualquer
das condições anteriormente referidas para os MSRM.
Ao contrário dos MSRM, e tal como o nome indica, os MNSRM não obrigam à
apresentação de receita para serem dispensados ao utente e não apresentam um PVP
fixo, o seu valor é definido de acordo com a margem aplicada pela farmácia, por isso, não
são comparticipados.
Existe uma vasta oferta de MNSRM na Farmácia Abílio Botelho, sendo cada vez mais
uma importante fonte de lucro.
Diariamente são dispensados anti-inflamatórios, analgésicos e anti-histamínicos não
sujeitos a receita médica. Uma vez que nestas situações não há apresentação de receita,
o farmacêutico tem uma responsabilidade acrescida sobre o utente, por isso, é necessário
que o utente exponha a situação ao farmacêutico para que este os possa aconselhar e
para se certificar que a dispensa do medicamento é feita de forma justificada e racional.
Os medicamentos de venda livre que mais dispensei durante o meu período de
estágio estavam associados ao tratamento de dores de cabeça, pequenas inflamações,
alergias, dores menstruais, tosse, entre outros.
4.3.
MEDICAMENTOS MANIPULADOS
A Farmácia Abílio Botelho está equipada de um laboratório com o material apropriado
para a preparação de medicamentos manipulados. Contudo, esta preparação não é uma
prática comum na farmácia.
Durante o meu estágio tive a oportunidade de preparar dois medicamentos
manipulados: o Xarope de Trimetropim e a Pomada de Enxofre. Também tive a
oportunidade de preparar uma mistura específica de cremes, prescrita para um utente por
um médico dermatologista, assim como algumas preparações extemporâneas.
O PVP dos medicamentos manipulados é calculado segundo a portaria n.º 769/2004,
de 1 de Julho. Este cálculo tem em conta os honorários de preparação, o valor das
8
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
matérias-primas e dos materiais de embalagem6. Segundo o artigo 23º do Decreto-Lei
n.º106-A/2010, de 1 de Outubro, os manipulados são comparticipados em 30% do seu
preço7. Contudo, apesar de existir uma lista que faz referência aos medicamentos
manipulados comparticipados, a qual está presente no Despacho n.º 18694/2010, 16 de
dezembro de 20108, é obrigatório que na receita esteja mencionado “manipulado” ou “f.s.a.”
(faça segundo a arte) para que a comparticipação seja válida.
4.4.
MEDICAMENTOS VETERINÁRIOS
Durante o meu estágio, a dispensa de Medicamentos Veterinários foi muito
frequente. Para além da procura por medicamentos para animais de estimação, como cães
e gatos, a procura por medicamentos para animais de produção, isto é, gado bovino, suíno
e caprino, foi muito comum, uma vez que estes animais são uma das fontes de
sustentabilidade da ilha de Santa Maria.
Os produtos mais dispensados para os animais de estimação são os
antiparasitários e as pílulas contracetivas. Para os animais de produção, também são
dispensados antiparasitários e antibióticos, sendo indispensável para a sua venda a
apresentação de receita médico-veterinária.
4.5.
PRODUTOS DE DERMOCOSMÉTICA
Para além dos MNSRM, os produtos de dermocosmética representam uma parte
fundamental da farmácia, não só em termos de lucro, pois o seu PVP é definido de acordo
com a margem da farmácia, mas também em termos de inventário.
Existem no mercado vários laboratórios de produtos cosméticos. Na Farmácia
Abílio Botelho, os principais laboratórios são: Eucerin®, Uriage®, Vichy®, Avéne®, La Roche
Posay®, Bioderma®, entre outros.
Os utentes dirigem-se com frequência à farmácia à procura deste tipo de produtos
e de aconselhamento cosmético. Os produtos para os cuidados da pele, incluindo a
limpeza e hidratação, cuidados antirrugas e de proteção solar, assim como os produtos
para os cuidados capilares, foram os mais procurados.
A área de dermocosmética é uma área em constante inovação. Assim, para um
aconselhamento farmacêutico personalizado e profissional, compete ao farmacêutico
manter-se a par das novidades e dos novos produtos que estão no mercado. Devido à
insularidade, não existem formações nesta área na ilha de Santa Maria e, nos Açores, são
muito raras. Por isso, é fundamental que o farmacêutico se mantenha informado via online ou por contato direto com os laboratórios de dermocosmética.
9
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Ao longo destes três meses, tive a oportunidade de entrar em contato com todos os
laboratórios de dermocosmética com os quais a farmácia trabalha, com o objetivo de obter
catálogos atualizados e outro tipo de material informativo indispensável à farmácia.
Durante o meu período de estágio, a Farmácia Abílio Botelho recebeu a visita de
uma representante da Eucerin®, da ilha de São Miguel, que fez limpezas faciais aos utentes
e um aconselhamento personalizado aos mesmos.
4.6.
SUPLEMENTOS ALIMENTARES E PRODUTOS FITOTERAPÊUTICOS
Os suplementos alimentares são produtos cada vez mais procurados pela população.
Estes suplementos multivitamínicos e multiminerais têm várias funções. Os mais
procurados nesta farmácia são os suplementos para o reforço do sistema imunitário,
normal funcionamento do coração, função cerebral e desempenho mental, antioxidantes,
reguladores hormonais, estimulantes da energia e bloqueadores de gorduras. Regra geral,
os suplementos melhoram o estado de saúde nutricional para viver com mais energia e
vitalidade.
A dispensa destes produtos deverá passar sempre por um aconselhamento
farmacêutico adequado, sendo importante que o farmacêutico tenha em atenção o fim a
que se destina o suplemento e a medicação que o utente faz. Para além disso, é
fundamental salientar que estes não devem ser primeira opção, mas sim, a adoção de um
estilo de vida saudável, com a prática de exercício físico e com uma dieta equilibrada.
Apesar da procura crescente por produtos fitoterapêuticos, estes não apresentam
grande expressão na farmácia. Os reguladores intestinais, como o carvão vegetal, os
reguladores hormonais, compostos por isoflavonas de soja, hipocolesterolemiantes, como
o alho forte, diuréticos, como a centelha asiática, laxantes, como o sene, entre outros, são
os produtos mais procurados pelos utentes.
Ao longo do estágio apercebi-me que os utentes optam muito pelos produtos
“naturais”, pois admitem que estes não têm efeitos adversos. Nestas situações, é
importante que o farmacêutico informe os utentes que, como qualquer outro produto, estes
não estão isentos de contraindicações.
4.7.
DISPOSITIVOS MÉDICOS
Segundo o Decreto-Lei n.º 145/2009, de 17 de Junho9, um Dispositivo Médico (DM)
é qualquer instrumento, aparelho, equipamento, software, material ou artigo utilizado
isoladamente ou em combinação, incluindo o software destinado pelo seu fabricante a ser
utilizado especificamente para fins de diagnóstico ou terapêuticos e que seja necessário
para o bom funcionamento do DM, cujo principal efeito pretendido no corpo humano não
seja alcançado por meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos, embora a sua
10
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
função possa ser apoiada por esses meios, destinado pelo fabricante a ser utilizado em
seres humanos para fins de:
a) Diagnóstico, prevenção, controlo, tratamento ou atenuação de uma doença;
b) Diagnóstico, controlo, tratamento, atenuação ou compensação de uma lesão
ou de uma deficiência;
c) Estudo, substituição ou alteração da anatomia ou de um processo fisiológico;
d) Controlo da conceção.
A Farmácia Abílio Botelho dispõe de um leque variado de DM, entre eles, testes de
gravidez, aparelhos de medição da glicemia e aparelhos medidores de tensão arterial,
material de penso, seringas e agulhas, óculos de sol, fraldas, meias e pés elásticos,
suportes de cotovelo, tornozelo, cintura, entre outros.
4.8.
PRODUTOS INFANTIS E ARTIGOS DE PUERICULTURA
Existe na farmácia uma zona destinada à exposição de todos os produtos infantis e
artigos de puericultura.
Anteriormente fiz referência aos produtos de dermocosmética que a farmácia
apresenta, sem mencionar os produtos destinados aos cuidados da pele do bebé. A
farmácia trabalha apenas com produtos da Mustela®, dos Laboratórios Expanscience, e
com a Corine de Farme®.
Para além destes produtos, as papas, leites e sopas infantis são também muito
procurados.
Dentro dos artigos de puericultura, a farmácia dispõe de vários produtos, entre eles:
chupetas, biberons, pratos, talheres, fraldas, etc.
4.9.
PRODUTOS QUÍMICOS
Dada a localização da Farmácia Abílio Botelho e a falta de recursos da ilha de Santa
Maria, esta possui um importante papel no fornecimento de produtos químicos à
população.
Os produtos dispensados vão desde a soda cáustica, para a limpeza das
canalizações, o ácido fosfórico, para tratamento dos sistemas de rega, a acetona, para a
limpeza das tintas dos móveis, a parafina, usada como lubrificante, a essência de
terbentina, para limpeza de móveis, o ácido tartárico e o metabissulfito de potássio, usado
como conservante para o vinho, o ácido salicílico, usado como conservante de pimentas,
tomates, etc., o hipoclorito de sódio, para a desinfeção da água, o perborato de sódio,
chamado comumente por “pó de fada”, usado como branqueador de roupa, entre outros.
11
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
5. ACONSELHAMENTO FARMACÊUTICO
O farmacêutico é um prestador de cuidados de saúde à comunidade, sendo o utente
o centro da sua atividade.
O aconselhamento farmacêutico é a principal atividade do profissional na farmácia.
Por isso, é importante que o farmacêutico, mesmo quando não questionado, tome a
iniciativa de falar com o utente sobre a medicação que lhe vai ser dispensada, questionar
se é a primeira vez que está a tomar a medicação, caso não seja um utente que esteja a
acompanhar, e esclarecer qualquer dúvida que possa surgir.
É essencial que o farmacêutico tenha segurança naquilo que dispensa ao utente e
que incentive o uso racional do medicamento. As posologias e o modo de administração
do medicamento têm que ser explicadas com uma linguagem clara e, sempre que
necessário, este deverá escrever estas indicações na embalagem do medicamento, por
exemplo.
Resumindo, o farmacêutico tem o dever de garantir que o utente saia da farmácia
mais esclarecido e despreocupado do que quando entrou.
6. SISTEMA DE COMPARTICIPAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Segundo o Decreto-Lei n.º 106-A/2010, o sistema de comparticipação do
medicamento deve ser direcionado no sentido de obter melhor equidade e mais valor para
todos os cidadãos7.
Existem várias entidades financeiras nacionais responsáveis pela comparticipação
dos medicamentos. No entanto, o Sistema Nacional de Saúde (SNS), e, no caso dos
Açores, o Serviço Regional de Saúde (SRS) e a Direção-Geral de Proteção Social aos
Funcionários e Agentes de Administração Pública (ADSE) são as entidades mais comuns
e com as quais trabalhei mais na farmácia.
Outras entidades financeiras são: o Serviço de Assistência na Doença da Guarda
Nacional Republicana (SAD-GNR), o Serviço de Assistência na Doença da Polícia de
Segurança Pública (SAD-PSP), a Caixa Geral de Depósitos, o Sindicato dos Bancários do
Sul e Ilhas (SAMS), seguros de saúde particulares, entre outros. Nestes casos, o utente
tem de apresentar o cartão que comprove que beneficia da entidade financeira de
comparticipação.
Há situações em que um utente usufrui de mais de uma entidade de comparticipação,
por exemplo, ADSE e SAMS; nestes casos, estamos perante uma complementaridade e é
necessário fotocopiar a receita, que indica a primeira entidade, a ADSE, e anexar a esta a
fotocópia do seu cartão de identificação e do cartão do SAMS. Este é o procedimento a
adotar sempre que estão envolvidas na comparticipação duas entidades.
12
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
As comparticipações são feitas de acordo com um sistema de classificação de
medicamentos que é feita segundo escalões. A organização do sistema é simples: os
medicamentos utilizados em doenças mais incapacitantes ou crónicas têm classificações
que permitem comparticipações mais elevadas10.
Os medicamentos que pertencem ao escalão A podem ser comparticipados em
100% e 95%, como as insulinas e os antidiabéticos orais, respetivamente; os
medicamentos do escalão B são comparticipados em 69% e os medicamentos do escalão
C em 37%. Exemplos de medicamentos dos escalões B e C são, respetivamente, os
anticoagulantes e os anti-histamínicos11,12.
6.1.
REGIMES ESPECIAIS DE COMPARTICIPAÇÃO
Para além do regime geral, existem regimes especiais de comparticipação que são
indicados na receita pelas letras “R” e “O”.
A letra “R” refere-se aos utentes pensionistas. Neste caso, a comparticipação no
preço dos medicamentos do escalão A é acrescida de 5% e nos restantes escalões é
acrescida de 15%, em relação ao regime geral11.
A letra “O” aplica-se a utentes que estão abrangidos por regimes especiais de
comparticipação, devido a situações específicas que abrangem certas patologias ou
grupos de doentes. Nestas situações, o despacho ou portaria que identifica o regime
especial de comparticipação tem de constar na receita, junto à prescrição do
medicamento3.
As patologias abrangidas neste regime são: paramiloidose, lúpus, hemofilia,
hemoglobinopatias,
doença
de
alzheimer,
psicose
maníaco-depressiva,
doença
inflamatória intestinal, artrite reumatoide e espondilite anquilosante, dor oncológica
moderada a forte, dor não oncológica moderada a forte, procriação medicamente assistida,
psoríase e ictiose. As percentagens de comparticipação dos medicamentos variam de
acordo com a patologia13.
6.2.
PROGRAMA NACIONAL DE PREVENÇÃO E CONTROLO DA DIABETES
Segundo o Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes de 201414, em
2013, a prevalência estimada da Diabetes na população portuguesa com idades
compreendidas entre os 20 e os 79 anos (7,8 milhões de indivíduos) foi de 13%, isto é,
mais de 1 milhão de portugueses neste grupo etário tem Diabetes.
O programa nacional de prevenção e controlo da diabetes tem por objetivo aumentar
a adesão à prevenção e ao autocontrolo da Diabetes Mellitus, permitindo a maior
acessibilidade dos cidadãos aos dispositivos médicos associados ao controlo desta
doença. Assim, mediante apresentação de receita médica, as tiras-teste para determinação
13
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da glicemia são comparticipadas em 85% e as agulhas, seringas e lancetas destinadas a
pessoas com diabetes ficam sujeitos a comparticipações de 100%15. Os equipamentos de
medição da glicemia são oferecidos aos pacientes diabéticos.
Para além disso, como referido anteriormente, os antidiabéticos orais e as insulinas
pertencem ao escalão A de comparticipação, sendo mais um incentivo do Estado para a
adesão do paciente diabético à terapêutica.
7. GESTÃO
7.1.
SIFARMA 2000
O sistema informático utilizado pela Farmácia Abílio Botelho é o Sifarma 2000,
fornecido pela Associação Nacional de Farmácias (ANF), com a assistência da Glintt. Este
software é uma ferramenta com inúmeras opções, como: atendimento, encomendas,
devoluções, gestão de stock, fichas de produtos e de utentes, faturação, receituário, entre
outras.
7.1.1. ATENDIMENTO
O Sifarma 2000 é usado sempre que um produto é dispensado ao utente. Este
programa possui uma opção de “Atendimento”, que permite selecionar o tipo de
atendimento que se pretende fazer, isto é, é possível diferenciar entre um atendimento sem
receita médica e um com receita médica. Para além disso, esta opção também permite
fazer devoluções de produtos e atendimento em venda suspensa.
No momento em que o farmacêutico ou o técnico de farmácia está a atender um
utente, ao passar o código de barras do produto no aparelho de leitura ótica, o Sifarma
reconhece automaticamente o nome do produto e indica o seu preço e a quantidade
existente em stock.
Por outro lado, este sistema disponibiliza a informação científica do produto, o que é
uma mais-valia, pois funciona como uma ferramenta de apoio ao aconselhamento
farmacêutico. Estas informações incluem a sua composição qualitativa e quantitativa,
posologia, indicações terapêuticas, contra indicações, interações e reações adversas.
Caso seja dispensado mais que um produto e haja alguma interação entre estes, o sistema
alerta para o mesmo e obriga a uma justificação por parte do farmacêutico.
O Sifarma 2000 permite fazer o acompanhamento local do utente, se este assim o
permitir e, com isto, é possível ter acesso à medicação que o utente habitualmente utiliza,
o que aumenta a rapidez na dispensa dos medicamentos, pois, muitas vezes, estes têm
preferência por um laboratório em específico.
14
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Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
7.1.2. GESTÃO DE STOCK
Através do Sifarma, a farmácia tem a possibilidade de definir limites de stock mínimo
e máximo dos produtos.
Estabelecer estes limites é muito útil, pois, ao realizar a encomenda diária, o
programa informático faz sugestões dos produtos de acordo com estes limites. Assim, a
farmácia garante que tem sempre disponível em armazém o stock mínimo, para não haver
falta de um dado produto, e não mais que o stock máximo, para evitar acumulação do
produto.
É normal verificar que muitos dos produtos estão com os limites de stock
desajustados. Assim, é crucial fazer sazonalmente, e sempre que necessário, o ajuste do
stock mínimo e máximo, o que altera as sugestões de encomenda do Sifarma e aumenta
o controlo do stock existente em armazém.
Devido à insularidade, o stock existente na Farmácia Abílio Botelho tem em atenção
possíveis demoras na entrega dos medicamentos e, por isso, os limites de stock são
normalmente elevados.
7.2.
ORGANIZAÇÃO DO RECEITUÁRIO E FATURAÇÃO
No momento da dispensa de um MSRM, o Sifarma 2000 calcula automaticamente o
valor da comparticipação, que varia com o medicamento e com a entidade financeira
responsável.
No verso da receita são impressas várias informações, entre elas, as mais
importantes:
a) Número da receita, lote e série;
b) Data da dispensa;
c) Preço total de cada medicamento;
d) Valor da comparticipação;
e) Valor total da receita, já com comparticipação.
Para uma boa gestão da farmácia e posterior faturação, é essencial a organização
do receituário. Assim, a farmácia deve proceder, previamente, à separação de receitas de
acordo com o organismo de comparticipação e, dentro do mesmo organismo, separar as
receitas em número de lote - em cada lote há trinta receitas - cujo número é atribuído
sequencialmente pelo Sifarma. Neste momento, é fundamental que o farmacêutico
responsável pela organização do receituário confira todas as receitas, de modo a identificar
eventuais falhas, como, por exemplo, receitas fora de prazo, erros na dispensa de
medicamentos, entre outros, pois a farmácia só será reembolsada se não houver falhas.
No final do mês, após o fecho dos lotes, emissão do verbete de identificação do lote
e relação do resumo dos lotes, procede-se à faturação. A faturação é enviada
15
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automaticamente em formato digital à ANF e, posteriormente, para receber os respetivos
reembolsos é necessário organizar as receitas para enviar aos organismos de faturação
que, no caso da Farmácia Abílio Botelho, são a Unidade de Saúde da Ilha de Santa Maria,
para as receitas do SRS, e a ANF, que funciona como um intermediário para as restantes
entidades financeiras.
Mais tarde, a farmácia recebe, por parte da Finanfarma, uma transferência bancária
com o valor das comparticipações e uma nota de lançamento que discrimina todos os
movimentos e possíveis retificações.
8. CUIDADOS E SERVIÇOS PRESTADOS
Na Farmácia Abílio Botelho, para além da dispensa de medicamentos e do
aconselhamento, o farmacêutico presta outros serviços de saúde à população:

Medição da tensão arterial

Medição da glicemia

Medição do colesterol total e dos triglicerídeos

Testes do PSA
Durante o meu estágio, todos os dias efetuei a medição da tensão arterial, glicemia,
colesterol e triglicerídeos. Por isso, considero que, no geral, a população da ilha de Santa
Maria, está atenta e cuida da sua saúde, uma vez que tem a preocupação de controlar
estes valores.
8.1.
TENSÃO ARTERIAL
Segundo a Fundação Portuguesa de Cardiologia16, em Portugal, existem cerca de
dois milhões de hipertensos. Todavia, deste número, apenas 50% sabe que sofre desta
patologia, 25% está sob medicação e 11% tem a tensão efetivamente controlada.
Vários utentes dirigiram-se à farmácia com o propósito de medir a sua tensão arterial,
como forma de controlo, ou para se certificarem que a medicação que estavam a fazer
para a hipertensão estava a ser eficaz, pois, regra geral, a hipertensão arterial (HTA) não
provoca sintomas específicos.
Devido aos valores elevados de tensão arterial e, como a HTA é um fator de risco
para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, aconselhei muitas vezes os utentes
a adotarem um estilo de vida saudável, através da diminuição do consumo de sal, prática
de exercício físico regular, cessação do hábito tabágico e diminuição do consumo de álcool
e, no caso de indivíduos obesos, à diminuição do peso. Para além disso, aconselhei muitas
vezes os utentes a consultarem o seu médico de família, de modo a que este lhes pudesse
ajustar a medicação para um melhor controlo dos valores.
16
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8.2.
GLICEMIA
A prevalência da diabetes na ilha de Santa Maria é elevada. Esta doença não tem
cura. Contudo, existe tratamento, com o qual é possível viver uma vida normal e saudável.
O principal objetivo do tratamento é controlar os níveis de glicemia, para evitar a
hiperglicemia e, consequentemente, evitar as complicações desta doença.
Considera-se que um indivíduo tem hiperglicemia quando, em jejum, os valores de
glicemia são superiores a 110 mg/dl ou 140 mg/dl, quando medidos duas horas depois da
refeição17.
O controlo da alimentação e do consumo de açúcar, assim como a prática de
exercício físico são essenciais para um bom controlo da glicemia.
Na Farmácia Abílio Botelho, a medição da glicemia é feita através de equipamentos
para a medição da glicemia capilar. Regra geral, os valores dos utentes estavam
controlados, no entanto, havia alguns casos de hiperglicemia e, pontualmente, casos de
hipoglicemia, quando os valores eram inferiores a 70 mg/dl.
8.3.
COLESTEROL TOTAL E TRIGLICERÍDEOS
O colesterol e os triglicerídeos, quando em excesso, acumulam-se nas paredes dos
vasos sanguíneos, o que representa um importante fator de risco para o desenvolvimento
de doenças cardiovasculares e para as suas complicações, entre elas, o enfarte do
miocárdio, o acidente vascular cerebral e a morte.
Considera-se que um indivíduo apresenta um maior risco de desenvolver problemas
cardiovasculares quando o seu colesterol total é superior a 190 mg/dl de sangue e quando
os triglicerídeos apresentam valores superiores a 150 mg/dl de sangue.
Durante o meu estágio foram muitos os utentes que se dirigiram à farmácia com o
intuito de monitorizar estes valores, principalmente o colesterol total. Este cuidado partiu
muitas vezes de indivíduos que tinham conhecimento que os seus lípidos no sangue eram
elevados e, por isso, faziam frequentemente esta medição.
No entanto, houve muitos casos de utentes com hipercolesterolemia que tinham
como objetivo abandonar a medicação, devido à elevada incidência de efeitos adversos e,
por isso, realizavam estas medições para verificar se os valores estavam abaixo dos
desejáveis, para assim poderem abandonar o tratamento. A maioria salientou que o
principal efeito adverso era a fraqueza e a dor muscular. Nestas situações, é
responsabilidade do farmacêutico um aconselhamento adequado e encaminhamento do
utente para o seu médico de família, de modo a que este não descontinue o tratamento
sem a indicação médica, mesmo tendo os níveis controlados.
A adoção de um estilo de vida saudável, a prática de exercício físico e uma dieta
equilibrada são medidas não farmacológicas que todos estes utentes eram aconselhados
17
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a praticar, pois estas medidas podem muitas vezes ser suficientes para normalizar a
concentração destes lípidos no sangue.
8.4.
TESTE DO PSA
Durante o meu estágio, a Farmácia Abílio Botelho implementou um novo serviço
farmacêutico: a realização do teste do PSA.
O PSA é o “Antigénio Específico da Próstata”, produzido exclusivamente pelas
células epiteliais da próstata, onde está presente. Este também está presente no esperma
e no sangue periférico. O PSA é um marcador tumoral do cancro da próstata, não sendo,
no entanto, específico18.
Assim, através de uma simples análise ao sangue, é possível fazer o despiste do
cancro da próstata, uma vez que se este valor estiver elevado, torna o utente suspeito de
ser portador de um cancro. A farmácia utiliza um teste imunocromatográfico que deteta
valores de PSA superiores a 4 ng/ml.
Os testes do PSA começaram a ser realizados após o meu primeiro mês de estágio
e, desde então, apenas um teste detetou o PSA superior a 4 ng/ml. Neste caso, o utente
tinha conhecimento anterior que os seus valores eram superiores aos desejáveis e, como
ia ter em pouco tempo uma consulta com o especialista, o aconselhamento farmacêutico
passou apenas por incentivá-lo à continuação da toma da medicação.
9. FORMAÇÃO S AÚDA
A Farmácia Abílio Botelho, através da ANF, apresenta um novo cartão de fidelização
que permite poupar na conta da farmácia. Este cartão chama-se “Saúda” e veio substituir
o anterior “Cartão das Farmácias Portuguesas”.
Este novo programa de fidelização traz outras vantagens e benefícios:

Continua a permitir acumular pontos, através da compra de produtos de
saúde e bem-estar, de MNSRM e de serviços farmacêuticos;

Permite trocar estes pontos diretamente por produtos presentes na revista
das Farmácias Portuguesas;

Transforma estes pontos em vales de dinheiro, que podem ser utilizados para
pagar a conta da farmácia;

Permite fazer uma conta familiar, tem promoções exclusivas, entre outros
benefícios.
Uma vez que não houve a possibilidade de nenhum membro da equipa ir à formação
do novo pograma, quando me integrei na equipa profissional da farmácia, a pedido do meu
orientador, elaborei uma apresentação em PowerPoint, para dar a conhecer à equipa as
18
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novas funcionalidades deste cartão. A apresentação foi elaborada com base nos
documentos fornecidos pela ANF.
10. GESTÃO DE RESÍDUOS
10.1. VALORMED
A VALORMED é responsável pela gestão dos resíduos de embalagens vazias de
medicamentos fora de uso. Esta sociedade disponibiliza às farmácias contentores de
recolha de resíduos. Assim, os utentes podem entregar nas farmácias os medicamentos
que já não utilizam.
Uma vez cheios, os contentores são selados e entregues à AZORMED (intermediária
da VALORMED nos Açores) para que estes os retenham em contentores estanques. Por
fim, os contentores são transportados para um Centro de Triagem por um operador de
gestão de resíduos, onde estes podem ser separados para reciclagem ou incinerados19.
Os utentes estão sensibilizados para esta recolha, por isso, são entregues na
farmácia com alguma frequência embalagens e medicamentos fora de uso ou de prazo.
10.2.
AMI
Todos os anos a AMI realiza uma Campanha de Reciclagem de Radiografias.
Durante esta campanha, a população é sensibilizada para deixar nas farmácias as
radiografias com mais de cinco anos ou aquelas que já não têm valor de diagnóstico, com
o objetivo de diminuir o número de resíduos20.
Por outro lado, cada tonelada de radiografias dá origem a cerca de dez quilos de
prata, que, em seguida, é vendida. As vendas revertem a favor da AMI, de modo a que
esta aumente as suas possibilidades de ajuda humanitária20.
As radiografias entregues são posteriormente recolhidas. Até 2013, esta recolha era
levada a cabo pelas empresas de medicamentos que apoiavam esta iniciativa. No caso da
Farmácia Abílio Botelho, era a Alliance Helthcare, só que esta recolha exigia alguns custos
de transporte à farmácia.
Desde 2014 a recolha é feita, nos Açores, pela AMI. No entanto, na ilha de Santa
Maria não existe nenhum intermediário desta organização. Todo este impasse fez com que
se acumulasse, ao longo dos anos, neste estabelecimento uma grande quantidade de
radiografias.
Durante o meu estágio foi-me solicitado entrar em contato com a representante da
AMI nos Açores, que é da ilha Terceira. Este contato permitiu que todas as radiografias
fossem recolhidas e enviadas por via marítima para a AMI.
19
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11. FARMÁCIA SÃO ROQUE
Durante o estágio curricular em farmácia comunitária tive a oportunidade de fazer
quatro dias de estágio na Farmácia São Roque, na ilha de São Miguel, farmácia que
pertence a um familiar da Diretora Técnica da Farmácia Abílio Botelho.
Ao estagiar noutra farmácia, e noutra ilha, tive a oportunidade de entrar em contato
com uma realidade diferente, não só ao nível dos utentes, pois as necessidades eram
diferentes, mas também ao nível de funcionamento da farmácia e de acesso aos
medicamentos, pois esta farmácia tinha distribuidores locais, o que levava a uma
organização e modo de trabalho diferentes da que estava habituada.
20
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P ARTE 2
1. MEDICAMENTOS GENÉRICOS
1.1.
ESCOLHA DO TEMA
A despesa pública com os cuidados de saúde em Portugal e em outros países da
União Europeia é uma realidade crescente e cada vez mais preocupante.
No nosso país, a promoção e o mercado dos Medicamentos Genéricos (MG) tem
evoluído, o que permite, tanto aos utentes como ao Estado, poupar nos seus gastos de
saúde.
Contudo, apesar das vantagens económicas, considero que a população não está
adequadamente informada em relação aos MG. Perguntas como “Qual é a diferença entre
a medicação que estou a fazer e o genérico?”, “Porque é que o MG é mais barato, se é
igual ao medicamento de marca?”, entre outras, foram frequentes entre os utentes da
farmácia. Por isso, considerei oportuno desenvolver este tema.
Durante três semanas, esteve em exibição na Farmácia Abílio Botelho um cartaz
informativo (Anexo 1) desenvolvido por mim e foram distribuídos aos utentes panfletos que
complementavam esta informação (Anexo 2) sobre os MG, com o título “Medicamentos de
Marca versus Medicamentos Genéricos”.
1.2.
INTRODUÇÃO
A crise económica e financeira instalada na União Europeia e no nosso país, o
envelhecimento da população, a prevalência de doenças crónicas e a necessidade de cada
vez mais tratamentos individualizados são fatores que contribuem para o aumento da
despesa com medicamentos e, consequentemente, para o crescimento dos encargos do
SNS e dos utentes21.
Os MG, para além de contribuírem para a diminuição da despesa com os
medicamentos do Estado e dos utentes, garantem aos utentes a mesma qualidade,
segurança e eficácia terapêutica dos medicamentos de referência (MR)22.
Os MG contêm substâncias ativas conhecidas, seguras e eficazes, por isso não são
realizados ensaios clínicos e pré-clínicos, como acontece com os MR23. Logo, como o seu
desenvolvimento não requer esta fase dispendiosa de ensaios, os MG são comercializados
a um preço inferior.
1.3.
MEDICAMENTOS GENÉRICOS
Segundo o Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de Agosto23, um MG é um medicamento
com a mesma composição qualitativa e quantitativa em substâncias ativas, a mesma forma
farmacêutica e cuja bioequivalência com o MR tenha sido demonstrada por estudos de
21
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
biodisponibilidade apropriados, ao passo que o MR, muitas vezes designado por
medicamento original ou de marca, é um medicamento que foi autorizado com base em
documentação completa, incluindo resultados de ensaios farmacêuticos, pré-clínicos e
clínicos.
Apesar de a substância ativa não diferir entre o medicamento original e o genérico,
os excipientes podem ser diferentes entre estes medicamentos, o que não interfere com o
efeito terapêutico do medicamento24, uma vez que os excipientes são substâncias inertes.
No entanto, alguns destes excipientes podem apresentar contraindicações ou efeitos
secundários, sendo este um problema raro, que não se limita apenas aos genéricos. Um
exemplo muito comum é a sensibilidade idiossincrática aos corantes usados como
excipientes25.
A principal diferença entre estes dois medicamentos reside essencialmente no
processo de investigação e desenvolvimento, pois os MR são quase sempre inovadores
numa determinada classe terapêutica e, por isso, estão associados a grandes
investimentos por parte da indústria farmacêutica25, ao contrário dos MG, o que explica o
seu custo mais baixo.
1.3.1. PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DOS MEDICAMENTOS GENÉRICOS
O elevado investimento durante o processo de investigação e de desenvolvimento
dos MR leva a que os seus fabricantes beneficiem, durante um período de tempo, da
proteção
da
propriedade
intelectual
estabelecida
por
patentes
e
certificados
complementares de proteção, pois, sem eles, seria muito difícil recuperar os investimentos
realizados25.
Assim, segundo a Comissão Europeia26, as empresas produtoras dos medicamentos
inovadores beneficiam de dois períodos de exclusividade que condicionam o mercado dos
MG: o período de exclusividade de dados, durante oito anos, e o período de exclusividade
de mercado, durante dez anos, que pode ser prolongado por mais um ano se, durante os
primeiros oito anos, o titular do Autorização de Introdução no Mercado (AIM) do MR aprovar
alguma nova indicação terapêutica relevante. Logo, um pedido de AIM de um MG só se
pode basear na documentação do MR após o período de exclusividade de dados, que é
quando esta documentação se torna acessível e um MG só pode entrar no mercado após
o período de dez anos, ou onze anos, no máximo.
Assim que termina o período de proteção do MR e depois de obtida a AIM, os
genéricos podem ser comercializados.
Segundo o Decreto-Lei n.º 176/200623, a AIM do MG está sujeita aos mesmos
requisitos legais dos outros medicamentos, estando dispensada a apresentação de
22
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
ensaios pré-clínicos e clínicos desde que demonstrada a bioequivalência com base em
estudos de biodisponibilidade ou outros estudos a solicitar pelo INFARMED.
A bioequivalência permite comparar as biodisponibilidades de dois medicamentos
com a mesma substância ativa, na mesma dose e forma farmacêutica, que tenham sido
administrados na mesma dose molar. A biodisponibilidade define a velocidade e a
quantidade de substância ativa que é absorvida e se torna disponível no local de ação.
Esta é avaliada por parâmetros farmacocinéticos calculados a partir dos perfis de
concentração plasmática do fármaco ao longo do tempo. Assim, se um MG for
bioequivalente ao MR, os dois produtos apresentam a mesma eficácia e segurança
terapêutica27. Assim, o processo de obtenção da AIM é simplificado e esta é obtida mais
rapidamente.
Esta autorização é concedida pelas entidades reguladoras de medicamentos de cada
estado membro ou pela Agência Europeia de Avaliação de Medicamentos (EMEA). No
caso de Portugal, o INFARMED é a entidade reguladora e, para além disso, é ela que
avalia, comprova a qualidade, monitoriza a segurança e inspeciona todos os MG
disponíveis no mercado28.
Os genéricos e os medicamentos de marca são produzidos de acordo com as Boas
Práticas de Fabrico em instalações certificadas pelas agências europeias reguladoras,
incluindo o INFARMED, o que garante a qualidade destes medicamentos. As certificações
são validadas regularmente. É de salientar que, sem estas certificações, não é possível a
comercialização dos medicamentos no espaço europeu28.
1.3.2. PREÇOS DE REFERÊNCIA
De um ponto de vista económico, os genéricos são vantajosos, tanto para o Estado
como para o utente, pois são entre 20 a 35% mais baratos que o medicamento que serviu
de referência, caso não exista grupo homogéneo. Caso exista grupo homogéneo, o PVP
do MG é igual ou inferior ao preço de referência desse grupo29,30. O grupo homogéneo é o
conjunto de medicamentos com a mesma composição qualitativa e quantitativa em
substâncias ativas, forma farmacêutica, dosagem e via de administração, no qual se inclua
pelo menos um MG existente no mercado29.
Uma vez demonstrada a bioequivalência, os genéricos apresentam a mesma
segurança, qualidade e eficácia do MR e, por isso, as empresas farmacêuticas fabricantes
de MG não necessitam de incorporar no preço do medicamento os custos dos estudos de
investigação e de desenvolvimento do fármaco, que são dispendiosos e, para além disso,
muito demorados, o que explica os baixos preços dos genéricos, comparativamente aos
MR. Por outro lado, é obrigatório por lei que os MG sejam mais baratos que o medicamento
original27.
23
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Por fim, de modo a tornar os preços dos medicamentos comparticipados mais justos
e para assegurar que o utente tenha uma alternativa a um menor custo, mas com a mesma
qualidade e equivalência terapêutica, o Estado introduziu preços de referência para os
medicamentos. O sistema de preços de referência aplica-se sempre que existam MG
comparticipados, incluídos em grupos homogéneos30.
O preço de referência é o preço utilizado pelo SNS para o cálculo da comparticipação
do Estado e corresponde ao PVP do genérico comercializado com o preço mais elevado
do seu grupo homogéneo30.
Os grupos homogéneos e a atribuição dos preços de referência são elaborados de
três em três meses31.
1.3.3. O FARMACÊUTICO E OS MEDICAMENTOS GENÉRICOS
Em Maio de 2012, foi implementado no nosso país a obrigatoriedade da prescrição
de medicamentos por DCI5. Com esta medida, é o utente que exerce o direito de opção.
Quando o farmacêutico receciona uma prescrição médica, tem de perguntar ao
utente qual o tipo de medicamento pretendido, ou seja, se quer optar pelo medicamento de
marca ou pelo genérico. Caso o utente opte pelo MG, o farmacêutico é obrigado a informar
o utente qual é o medicamento que tem o preço mais baixo29. Consequentemente, é da
responsabilidade de cada farmácia ter em stock, pelo menos, três medicamentos de cada
grupo homogéneo que façam parte dos cinco medicamentos mais baratos do grupo
correspondente3.
Contudo, se o utente quiser estar mais informado antes de se dirigir à farmácia, pode
consultar a linha telefónica gratuita do INFARMED ou pesquisar através do site se existem
MG para o seu medicamento habitual e consultar o preço de todos os medicamentos32.
1.4.
CONCLUSÃO
As novas medidas de prescrição e de compra de medicamentos implementadas
vieram impulsionar o mercado dos genéricos e o farmacêutico é o profissional com elevada
responsabilidade na promoção deste mercado. Regra geral, é o farmacêutico que elucida
e esclarece os utentes em relação aos MG e, por isso, é importante que este realce a sua
eficácia, qualidade e segurança em relação aos medicamentos de marca.
A elaboração do panfleto informativo sobre os medicamentos genéricos teve uma
aceitação positiva por parte dos utentes. Muitos foram os que leram o panfleto durante o
atendimento e que sentiram a necessidade de o levar para as suas casas, de modo a
elucidar a sua família em relação a este tema. Considero que a população ficou esclarecida
em relação à sua principal dúvida: a razão da diferença do preço entre o medicamento
original e o genérico.
24
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
No entanto, tive a perceção que muitos profissionais médicos e parte população
ainda mantêm alguma oposição em relação à eficácia e à segurança dos MG. Muitos
utentes referiam que, comparativamente ao medicamento original, os genéricos não
demonstravam a mesma eficácia terapêutica, optando, por isso, pelo MR, mesmo quando
a diferença de preço era considerável.
2. DOENÇA DE REFLUXO G ASTRO-ESOFÁGICO
2.1.
ESCOLHA DO TEMA
Durante a minha experiência na Farmácia Abílio Botelho, surgiram muitas situações
relacionadas com perturbações gástricas. Os utentes queixavam-se frequentemente de
azia, dor abdominal e má digestão e, muitas vezes, devido à propaganda televisiva,
dirigiam-se à farmácia com o propósito de comprar medicamentos de venda livre para alivar
os seus sintomas.
Como promotor de saúde, o farmacêutico deve incentivar a população a alterar os
hábitos responsáveis por estas perturbações. Por isso, dada a elevada procura de
fármacos para combater este problema, considerei importante focar este tema e elucidar
os utentes em relação ao seu problema, para que, assim, fosse possível não só o
tratamento, mas também a sua prevenção.
Sobre este tema, desenvolvi um panfleto informativo com o título “Doença de Refluxo
Gastro-Esofágico” (Anexo 3), no qual expliquei o que era a doença, quais os principais
sintomas e causas, e o seu tratamento não farmacológico e farmacológico.
2.2.
INTRODUÇÃO
A Doença de Refluxo Gastro-esofágico (DRGE) é uma doença multifatorial que afeta
entre 10 a 20% da população adulta do mundo ocidental33,34.
Quando o ácido e as enzimas digestivas do estômago refluem para o esófago, este
fluxo retrógrado do conteúdo gástrico é o chamado “refluxo gastro-esofágico”, que ocorre
quase sempre depois das refeições34.
Em muitas pessoas este refluxo torna-se patológico. Os sintomas, as lesões da
mucosa esofágica ou manifestações extra esofágicas são características da DRGE,
segundo a Classificação de Montreal (Tabela 2)35,36.
25
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Tabela 2. Classificação de Montreal da DRGE.
Doença de Refluxo Gastro-Esofágico – Classificação de Montreal
Síndromes esofágicas
Síndromes extra esofágicas
Síndromes
Síndromes com
Associações
sintomáticas
lesão esofágica
estabelecidas
Associações propostas
- Síndrome típico de
- Esofagite
- Tosse crónica
- Faringite
refluxo (ardor retro
- Estenose péptica
- Laringite de refluxo
- Sinusite
esternal e/ou
- Esófago de Barrett
- Asma associada ao
- Fibrose pulmonar idiopática
regurgitação)
- Adenocarcinoma
refluxo
- Otite média recorrente
- Dor torácica associada
- Erosões dentárias
ao refluxo
Adaptada de Vakil N, Van Zanten S, Kahrilas P, Dent J, Jones R (2006). The Montreal definition and
classification of gastroesophageal reflux disease: a global evidenced based consensus.
The American Journal of Gastroenterology; 101:1900-20.
Esta doença tem impacto na qualidade de vida da população, uma vez que a sua
sintomatologia é diversificada e muito incómoda para o doente. Por isso, é importante saber
identificar os sintomas desta doença e, principalmente, saber o que os pode desencadear,
de forma a prevenir.
2.2.1. CAUSAS DA DRGE
O nosso organismo possui um mecanismo fisiológico de defesa contra o refluxo
gastro-esofágico que envolve uma barreira física que separa o esófago do estômago, e a
sua disfunção é a principal causa da DRGE. Esta barreira é constituída pelo esfíncter
esofágico inferior (LES) e pelo hiato, uma pequena abertura no diafragma que permite o
prolongamento do esófago para a cavidade abdominal, que ajuda o LES a impedir o
refluxo37.
Para permitir a passagem dos alimentos para o estômago, estes músculos relaxam
quando engolimos; caso contrário, o seu tónus está contraído e o esfíncter permanece
fechado, limitando a quantidade de secreções que atingem o esófago37.
Contudo, ao longo do tempo, a pressão do LES pode diminuir, o que leva à perda da
sua função motora, permitindo o refluxo retrógrado do estômago para o esófago 38, pois,
com o relaxamento, o esfíncter não se fecha totalmente.
Para além disso, pode ocorrer a hérnia do hiato, que se desenvolve quando ocorre
um deslizamento da porção mais alta do estômago para a cavidade torácica, acima do
diafragma, o que também compromete a função do LES38,39, pois esta alteração anatómica
diminui a separação entre o esófago e o estômago.
A obesidade tem sido considerada um dos principais fatores de risco para a DRGE,
uma vez que esta diminui a pressão do esfíncter esofágico, está associada ao
26
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
desenvolvimento da hérnia do hiato e ao esvaziamento gástrico lento40, que também
contribui para o refluxo.
Apesar
de
ainda
existirem
alguns
estudos
controversos,
outros
fatores
comportamentais podem diminuir a pressão do LES. Entre os mais importantes estão:
tabaco, chocolate, bebidas com gás41, bebidas com álcool e cafeína42,43, hortelã-pimenta,
alimentos picantes e gordos e, para além disso, alguns medicamentos (anticolinérgicos,
bloqueadores dos canais de cálcio44, nitratos45).
O esvaziamento gástrico lento leva ao aumento da pressão intra-abdominal, devido
ao aumento do volume do estômago, e, assim, o conteúdo gástrico pode refluir para o
esófago, logo, todos os comportamentos que aumentem a pressão intra-abdominal podem
levar à DRGE. São eles: gravidez, uso de roupas apertadas, comer refeições muito
pesadas e fletir o tronco ou ir para a cama, especialmente depois de comer44.
2.2.2. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA DRGE
2.2.2.1.
Síndromes esofágicas
Os principais sintomas da DRGE são a pirose (azia) e a regurgitação ácida. Estes
são considerados os sintomas típicos da doença36.
A azia é a sensação de ardor na zona central do peito, por trás do esterno, que se
prolonga até ao pescoço (ardor retro esternal) e a regurgitação ácida caracteriza-se pelo
refluxo dos fluídos do estômago para a boca, sem esforço de vómito45.
Dada a sintomatologia clínica da doença, a sua confirmação endoscópica é quase
sempre dispensada. No entanto, a exposição prolongada do esófago ao conteúdo ácido do
estômago pode levar à lesão do esófago, o que origina a diminuição do calibre do esófago
(estenose), inflamação do revestimento (esofagite) e úlceras pépticas esofágicas45. Por
isso, nestes casos, é necessário recorrer a uma endoscopia digestiva alta, para identificar
possíveis complicações da DRGE.
O esófago de Barrett é outra complicação da DRGE. Contudo, esta doença tem uma
relevância clínica acrescida, uma vez que, para além de não causar sintomas específicos,
é um fator de risco para o desenvolvimento do adenocarcinoma esofágico, um cancro
maligno46, cuja incidência no mundo ocidental tem aumentado47. Por esta razão, o seu
diagnóstico exige uma endoscopia digestiva e, caso seja confirmado, é aconselhável a
realização de endoscopias com intervalos regulares, para identificar eventuais alterações
cancerosas atempadamente. Esta doença caracteriza-se por uma metaplasia, em que as
células epiteliais do esófago são transformadas em revestimento do tipo intestinal45,46.
27
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Embora não sejam considerados típicos, existem outros sintomas esofágicos que
podem estar relacionados com a DRGE devido a estas complicações, entre eles estão a
dificuldade de deglutição (disfagia) e a dor à deglutição (odinofagia)45.
Os vómitos recorrentes e sensação constante de enfartamento, a hemorragia
gastrointestinal e, consequentemente, fezes negras ou com sangue e a anemia, assim
como uma perda de peso significativa são outras manifestações resultantes das
complicações da DRGE numa fase mais severa, que requerem uma consulta médica
urgente48.
2.2.2.2.
Síndromes extra esofágicas
Para além dos sintomas associados ao esófago, existem outros sintomas,
associados a síndromes extra esofágicas. Estes sintomas são manifestações
otorrinolaringológicas (tosse crónica, laringite de refluxo e rouquidão), manifestações
pulmonares (asma associada ao refluxo) e orais (erosões dentárias)36.
2.2.3. TERAPIA NÃO FARMACOLÓGICA
A terapia não farmacológica pode ser suficiente para melhorar os sintomas da DRGE,
em alguns casos ligeiros.
Tendo em conta as causas dos sintomas, as medidas não farmacológicas centramse essencialmente em modificações do estilo de vida do doente. Por isso, é importante
evitar todos os fatores que predisponham ao refluxo gastro-esofágico.
A perda de peso é essencial, uma vez que a obesidade está fortemente ligada a esta
doença40. No entanto, mesmo não sendo um caso de excesso de peso, os sintomas da
doença estão muitas vezes associados a erros alimentares, por isso, é importante a
alteração da dieta e a redução da ingestão de todos os alimentos que contribuam para a
diminuição da pressão do LES (chocolate, hortelã-pimenta, alimentos picantes e
gordurosos, entre outros). Os alimentos ácidos, como os citrinos e o tomate, agravam a
irritação da mucosa esofágica quando são regurgitados49, por isso também devem ser
evitados.
Optar por refeições mais pequenas e mais frequentes, não comer antes de ir dormir,
deixar de fumar e evitar vestuário apertado também são medidas não farmacológicas que
devem ser adotadas por estes doentes.
Descontinuar a terapia medicamentosa com fármacos que podem agravar os
sintomas e as complicações da DRGE é outra medida. Os nitratos e os bloqueadores dos
canais de cálcio, como referi anteriormente, contribuem para o refluxo por diminuírem a
pressão do LES. Os anti-inflamatórios não esteroides, ao inibirem as prostaglandinas que
28
Relatório de Estágio Profissionalizante
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protegem a mucosa gástrica, também são fármacos que constituem um fator de risco para
a DRGE50,51.
Por fim, por se verificar que a postura é muito importante no alívio dos sintomas, é
aconselhado elevar a cabeceira da cama49.
2.2.4. TERAPIA F ARMACOLÓGICA
É essencial recorrer à terapia farmacológica, quando as medidas não farmacológicas
não são suficientes para diminuir os sintomas e aumentar a qualidade de vida do doente,
pois, sem tratamento, o conteúdo gástrico pode continuar a lesar permanentemente o
esófago.
A terapia farmacológica tem como principais objetivos eliminar os sintomas, curar a
esofagite, tratar ou prevenir as complicações e manter a remissão da doença52.
Os fármacos mais utilizados são52:
 Antiácidos
 Inibidores da bomba de protões
 Bloqueadores dos recetores H2 da histamina
 Procinéticos
2.2.4.1.
Antiácidos
Os antiácidos são medicamentos que têm um efeito rápido no alívio dos sintomas
pós-prandiais da DRGE e, por isso, constituem um dos grupos terapêuticos mais utilizados
na automedicação53.
Como o próprio nome indica, estes atuam diretamente na neutralização do ácido do
conteúdo gástrico. No entanto, nenhum estudo comprovou a sua eficácia no tratamento da
esofagite resultante da DRGE54.
Os antiácidos são administrados sob a forma de sais de alumínio, de magnésio, de
sódio ou de cálcio55. Apesar de rápido, o seu efeito é temporário (dura entre 30 a 60
minutos), o que requer a sua toma frequente54.
Hoje em dia são comercializados alguns fármacos que incluem associações de
antiácidos com alginatos.
Este fármaco tem uma dupla ação nos sintomas da DRGE. Para além da
neutralização do ácido, a associação com o alginato, permite uma ação mecânica, devido
à formação de uma barreira protetora no topo da junção gastro-esofágica, que ocorre
pouco depois de entrar em contato com os ácidos do estômago56.
A administração desta associação face à administração do antiácido isolado tem um
papel importante na DRGE.
29
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
2.2.4.2.
Modificadores da Secreção Gástrica
Os inibidores da bomba de protões (IBPs) e os antagonistas dos recetores H2 da
Histamina (ARH2) são fármacos usados no tratamento da DRGE, uma vez que aliviam os
sintomas e são supressores da secreção ácida52.
Dada a sua capacidade de interferir diretamente com a secreção gástrica, os IBPs
são indicados para a prevenção e tratamento da inflamação do esófago, assim como para
a prevenção do desenvolvimento de úlceras53.
Os IBPs ligam-se à ATPase H+/K+ (bomba de protões), localizada nas células
parietais gástricas, inibindo a sua atividade irreversivelmente e, deste modo, a secreção
ácida54. O omeprazol, pantoprazol, lansoprazol, rabeprazol e esomeprazol são exemplos
de IBPs53.
O pico de secreção ácida do nosso organismo ocorre na primeira refeição do dia,
depois de um jejum prolongado, por isso é aconselhável a toma do IBP antes do pequenoalmoço. No entanto, há doentes em que a prevalência de sintomas é maior durante o
período noturno e, nestes casos, a toma diária deverá ser feita antes do jantar54.
Nas situações em que uma toma diária não seja suficiente para controlar os sintomas,
é necessário aumentar para duas tomas, sendo a primeira antes do pequeno-almoço e a
segunda sempre antes do jantar54.
Os ARH2 atuam por ligação aos recetores H2 da histamina das células parietais
gástricas que, ao inibirem a produção de histamina, impedem que esta estimule a produção
ácida, o que resulta na diminuição da mesma54.
Os ARH2 atuam mais rapidamente que os IBPs e são efetivos na inibição da secreção
ácida noturna, por isso é aconselhável a sua toma depois do jantar ou antes de ir dormir,
para alívio dos sintomas noturnos54. A cimetidina, ranitidina, famotidina e nizatidina são
exemplos de ARH253.
No entanto, estudos demonstram que pacientes com esofagite erosiva resultante da
DRGE, quando submetidos ao tratamento com IBPs apresentam taxas de cura superiores
aos doentes tratados com ARH257-59, mesmo quando submetidos a doses standart de IBPs
e a doses altas de ARH260-61. Por isso, os IBPs são considerados o tratamento mais eficaz
para a DRGE. O Anexo 4 apresenta o algoritmo de tratamento para doentes com DRGE,
baseado nas recomendações do Ministério da Saúde Normas da Direção-Geral de
Saúde62.
2.2.4.3.
Procinéticos
Os Procinéticos são fármacos modificadores da motilidade gástrica. Por isso, estes
fármacos têm interesse no tratamento da DRGE por diminuírem o refluxo, ao melhorarem
30
Relatório de Estágio Profissionalizante
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a motilidade esofágica, e por aumentarem a velocidade do esvaziamento gástrico, ao
melhorarem a motilidade intestinal53.
A metoclopramida e a domperidona são ambos procinéticos, antagonistas dos
recetores da dopamina53. Contudo, existem poucos estudos que comprovem a eficácia dos
procinéticos no alívio dos sintomas desta doença54.
Devido ao seu mecanismo de ação, a metoclopramida atravessa a barreira
hematoencefálica, causando sintomas a nível do sistema nervoso central, como a
sonolência, agitação e sintomas motores. A domperidona não tem efeitos adversos
relevantes, uma vez que não atravessa a barreira hematoencefálica54.
2.2.4.4.
Cirurgia antirrefluxo
É importante que o farmacêutico acompanhe o doente com DRGE, de modo a saber
se a terapia farmacológica está a ter efeitos sobre os sintomas e a supressão ácida. Pois,
caso haja um controlo inadequado dos sintomas, mesmo após um tratamento prolongado,
a cirurgia antirrefluxo poderá ter que ser considerada63.
A cirurgia antirrefluxo deve ser considerada nas seguintes situações63:

Em caso de falha da terapia farmacológica, ou seja, quando não se verificam
melhorias significativas dos sintomas, devido a falha na supressão ácida ou
quando se verificam efeitos adversos;

Em caso de complicações da DRGE, como a estenose, o esófago de Barrett,
entre outros;

Em caso de manifestações de síndromes extra esofágicas, como a asma, a
laringite de refluxo e a tosse crónica;

Por opção do doente, apesar da eficácia terapêutica. Esta opção está muitas
vezes relacionada com a melhoria da qualidade de vida do doente, pois a
cirurgia leva quase sempre à remissão da doença, evitando a toma continuada
da medicação e as despesas com os medicamentos.
2.3.
CONCLUSÃO
A DRGE é um problema a longo prazo, muito prevalente em Portugal64, cujo
diagnóstico é essencialmente baseado nas queixas do utente (sintomas de azia e
regurgitação), podendo ser complementado com exames, como a endoscopia digestiva,
para averiguar a presença de lesões na mucosa esofágica.
Apesar da maioria dos pacientes necessitar de tratamento farmacológico, os
pacientes devem ser educados sobre os fatores que contribuem para o refluxo gastroesofágico, de modo a que possam adotar medidas não farmacológicas que melhorem os
sintomas da doença.
31
Relatório de Estágio Profissionalizante
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O panfleto informativo que elaborei teve a atenção de muitos dos utentes da farmácia.
No entanto, mesmo tendo acesso a esta informação, a maioria dos utentes continuou a
ignorar os fatores responsáveis por desencadear a azia e a indisposição e continuavam a
fazer o mesmo estilo de vida, preferindo as opções farmacológicas.
Surgiram até alguns casos em que os utentes compravam antiácidos ou IBPs como
prevenção, por saberem que nesse mesmo dia, por alguma razão, iam ter uma refeição
mais pesada e que, provavelmente, iam sentir azia e enfartamento no final. Nestas
situações tentei aconselhar a evitarem a terapia farmacológica como primeira opção e a
adotarem um comportamento diferente à refeição. Contudo, estes conselhos não eram
bem aceites pela população. Por isso, considero que este é um tema difícil de abordar
perante a atual sociedade contemporânea, cujos hábitos de consumo necessitam de ser
educados.
3. PROTEÇÃO S OLAR
3.1.
ESCOLHA DO TEMA
O meu estágio curricular foi realizado entre o mês de maio e agosto, época do ano
em que há maior exposição solar. Durante estes meses muitas pessoas foram à farmácia
com o propósito de comprar protetor solar e, normalmente, os utentes optavam por
protetores solares com fatores de proteção solar (FPS) baixos.
No entanto, apesar da elevada afluência na compra de protetores solares, também
foram muitos os utentes que se dirigiram à farmácia para comprar cremes para aliviar as
queimaduras provocadas pelo Sol, resultantes de uma elevada exposição solar, mesmo
quando aplicavam proteção.
Por isso, como forma de sensibilização, desenvolvi uma atividade sobre a proteção
solar na baía da praia Formosa, na ilha de Santa Maria, para incentivar a população à
correta aplicação do protetor solar e à escolha do FPS adequado ao seu tipo de pele. Nesta
atividade estava exposto um cartaz sobre a proteção solar (Anexo 5) e as pessoas eram
convidadas a participar, respondendo a perguntas simples, mas elucidativas sobre o tema.
Esta atividade teve o apoio da Câmara Municipal de Vila do Porto, que permitiu que
a atividade fosse realizada na praia Formosa e, para além disso, a Eucerin®, a Vichy® e a
Cruz Vermelha Portuguesa também contribuíram para o sucesso do projeto. A Eucerin®
forneceu amostras de protetores solares que foram distribuídas aos participantes e a Vichy®
e a Cruz Vermelha, que se associaram numa campanha de promoção de comportamentos
saudáveis ao Sol, “Os Conselhos de Vic & Victor”, contribuíram com livros didáticos infantis,
que permitiram uma maior interação com as crianças.
32
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
3.2.
INTRODUÇÃO
A exposição solar em moderação é saudável e quase inevitável, especialmente em
Portugal. Contudo, quando não estamos devidamente protegidos e ficamos muito tempo
expostos, as radiações solares podem ser prejudiciais à nossa saúde, especialmente para
a nossa pele.
As radiações solares que atingem a superfície da Terra e que têm um maior efeito
na saúde pública são as radiações ultravioletas. Estas radiações são responsáveis pelas
“simples” queimaduras solares, pelo envelhecimento precoce da nossa pele e, mais
preocupante, pelo cancro da pele. Por isso, é importante saber estar ao Sol.
A proteção solar é muito importante, durante todo o ano. A aplicação de um protetor
solar adequado com um FPS indicado para o tipo de pele de cada pessoa é essencial para
diminuir a incidência dos malefícios da exposição solar. Porém, os cuidados solares não
passam apenas pela aplicação de protetor solar.
3.3.
RADIAÇÃO SOLAR
A radiação solar quando atinge a superfície da Terra é constituída por radiação
eletromagnética, dividida em três intervalos de comprimentos de onda, que correspondem
às radiações ultravioleta (UV), visível (Vis) e infravermelha (IV)65.
Dentro do espetro solar, a radiação Vis (λ 400-760 nm) é a mais abundante,
compreendendo 52% da sua radiação, segue-se a IV (λ 760-106 nm), que compreende
cerca de 42% e os restantes 6% correspondem à radiação UV (λ 200-400 nm). Todavia, é
a radiação UV a mais prejudicial para a saúde66.
A radiação UV subdivide-se em UVA, UVB e UVC67,68. A UVC é a radiação mais
energética, cujo comprimento de onda está compreendido entre os 100-290 nm. No
entanto, esta radiação é completamente filtrada pela atmosfera (camada do ozono), não
atingindo a superfície, o que, em termos de saúde pública, é benéfico. Deste modo, apenas
as radiações UVA (λ 320-400 nm) e as UVB (λ 290-320) atingem a superfície terrestre. A
radiação UV é constituída por 95% de radiação UVA e 5% de UVB67,68.
A radiação UV varia de acordo com diferentes fatores ambientais, tais como68:

Hora do dia: a hora de maior intensidade de radiação solar é ao meio dia,
quando o Sol atinge o seu ponto mais alto no céu;

Latitude: os níveis de radiação UV são mais intensos no equador, quando
comparados com locais localizados a latitudes elevadas;

Altitude: a intensidade da radiação UV aumenta com a altitude;

Condições meteorológicas: a presença de nuvens pode influenciar a
intensidade da radiação UV que chega à superfície e, ao contrário do que se
pensa, a maioria atinge a superfície terrestre;
33
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Reflexão: a água, a neve e a areia são superfícies que podem refletir a
radiação UV. A reflexão pode chegar até aos 90%, o que expõe partes do
nosso corpo à radiação, mesmo quando na sombra.
À medida que o comprimento de onda da radiação aumenta, menor a sua energia e
maior a sua capacidade de penetração na pele. Por isso, a radiação UVB, de maior energia,
atinge apenas a camada superficial da pele, a epiderme, e a UVA consegue atingir a derme,
localizada abaixo da epiderme67,69.
Os raios UVA são relativamente constantes ao longo do dia e do ano, ao passo que
os raios UVB têm maior intensidade no verão70 e dependem de vários fatores ambientais,
anteriormente referidos68.
Estudos sugerem que a radiação IV, com comprimento de onda situado entre os 7601440 nm, possa contribuir, juntamente com a radiação UV, para o envelhecimento da pele,
uma vez que esta penetra a um nível mais profundo que a própria radiação UVA71.
3.3.1. EFEITOS DA RADIAÇÃO UV NO ORGANISMO
A pele humana está frequentemente exposta às radiações UV, especialmente no
nosso país, em que há Sol durante quase todo o ano. Os raios UV são benéficos para a
nossa saúde, pois contribuem para a síntese de Vitamina D, têm atividade anti depressiva,
regulam o nosso ritmo circadiano e têm aplicação na terapêutica, na fototerapia72. Porém,
a exposição solar prolongada é prejudicial à saúde, sendo as radiações solares
classificadas como carcinogéneas para os humanos, segundo a Agência Internacional de
Investigação do Cancro (IARC)73.
Os raios UVB, por serem mais energéticos, são absorvidos diretamente pelo DNA,
levando ao dano celular e a mutações. Por outro lado, os efeitos genotóxicos causados
pelas UVA devem-se essencialmente à sua capacidade de gerar stress oxidativo, sendo
esta uma das principais razões responsáveis pelo cancro da pele associado à exposição
solar74.
O principal efeito negativo da exposição aguda à radiação solar é a queimadura solar
(eritema solar) e a exposição crónica contribui para o fotoenvelhecimento da pele,
imunossupressão e o cancro da pele75.
Assim, de forma a prevenir as consequências negativas da exposição solar, é
necessário saber usufruir do Sol de uma forma saudável, com os devidos cuidados e
proteção durante todo o ano.
34
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
3.3.1.1.
Eritema solar
O eritema solar consiste na resposta inflamatória da pele à exposição aguda da
radiação UV, que leva à vasodilatação dos vasos sanguíneos cutâneos, daí a vermelhidão
associada a esta queimadura solar76.
Esta queimadura é provocada pelos raios UVB67 e, normalmente, a sua evolução
ocorre em duas fases. Na fase inicial, logo após a exposição solar, a pele fica avermelhada
(início do eritema), segue-se um aumento do tamanho do eritema uma hora após a
exposição, atingindo o seu tamanho máximo entre o primeiro e o segundo dias
subsequentes76.
A gravidade do eritema provocado pelo Sol depende do tipo de pele e da intensidade
da radiação76.
3.3.1.2.
Fotoenvelhecimento da Pele
O envelhecimento da pele é resultado da sua exposição crónica ao Sol, sem os
cuidados de proteção adequados.
As radiações solares provocam o envelhecimento prematuro da pele, apresentandose muito diferente de uma pele cujo processo de envelhecimento ocorre naturalmente. A
pele envelhecida pelo Sol é mais seca, com pigmentação irregular (manchas e sardas),
rugas, elastose (perda de elasticidade) e pode apresentar telangiectasias. Estes efeitos
são mais proeminentes nas zonas sujeitas a maior exposição solar, como a face, pescoço,
braços e mãos75.
Apesar de as radiações UVB estarem envolvidas neste processo de envelhecimento,
as radiações UVA, por terem uma maior capacidade de penetração e por originarem stress
oxidativo, que leva à peroxidação lipídica das membranas celulares, são as maiores
responsáveis pelo fotoenvelhecimento75.
3.3.1.3.
Foto-imunossupressão
A pele tem células do sistema imunitário que são responsáveis pelo reconhecimento
e destruição de patogéneos invasivos e/ou de cancros de pele67.
A exposição crónica à radiação UV conduz à supressão dos elementos do sistema
imunitário, o que constitui um importante fator de risco para o cancro da pele. Para além
disso, a imunossupressão altera a resposta a agentes infeciosos, interfere com a resposta
do organismo às vacinas e pode levar à expressão de vírus latentes67.
3.3.1.4.
Cancro da pele
A IARC admite que a radiação solar causa melanoma maligno cutâneo e cancro da
pele não-melanoma (NMSC) e, por isso, classifica a radiação UV como um carcinogéneo
humano (grupo 1)73.
35
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
A capacidade dos raios UV de gerar danos a nível celular e no material genético,
stress oxidativo e imunossupressão são fatores que contribuem para a proliferação e
metástase de células cancerígenas.
Todavia, o risco de cancro de pele associado à exposição solar é difícil de estimar e
de interpretar, dado que existem fatores genéticos e ambientais que contribuem para o
desenvolvimento desta patologia. No entanto, considera-se que a exposição ocupacional
a radiações solares está associada a uma maior incidência de cancro de pele, uma vez
que são, normalmente, os agricultores, os construtores civis e outros trabalhadores cuja
profissão tenha muito contato com o ar livre os mais afetados68.
 Melanoma
O melanoma é o tipo de cancro mais grave. O processo de carcinogénese inicia-se
quando os melanócitos se tornam malignos. Apesar de ser o tipo de cancro de pele menos
frequente, estima-se que em Portugal surjam, anualmente, 700 novos casos de melanoma
maligno. O melanoma é um cancro que se desenvolve rapidamente e que se pode espalhar
rapidamente para os órgãos internos77.
Ao surgir na nossa pele, o melanoma pode ser facilmente confundido com nevos
(sinais) inofensivos. Por isso, é importante fazer regularmente um auto exame de deteção
do melanoma. Existe um método de avaliação aconselhado pelos dermatologistas, o
método ABCDE, que permite identificar as diferenças entre um melanoma e um sinal78:

A: Assimetria. As manchas de melanoma são assimétricas, ao passo que os
sinais são redondos e simétricos;

B: Bordo. As machas do melanoma apresentam contornos irregulares, ao
contrário dos sinais que são regulares;

C: Cor. A cor do melanoma é heterogénea (castanho, preto e/ou vermelho) e
a do sinal homogénea;

D: Diâmetro. O diâmetro do melanoma é superior a 6 mm e o do sinal é inferior
a 6 mm;

E: Evolução. O crescimento do melanoma é ativo, ao contrário do sinal que
não evolui, é estático.
 Cancro da pele não-melanoma
O NMSC é uma neoplasia maligna das células do organismo, cuja apresentação
difere do melanoma79. Existem dois tipos de NMSC, designados consoante o tipo de células
que se tornam cancerígenas79,80:
36
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Cancro basocelular (basioloma), com origem nas células da camada basal da
epiderme. Este é o cancro de pele mais comum e apresenta-se com uma
mancha ou nódulo vascularizado, de crescimento lento;

Carcinoma pavimentoso ou espinocelular, com origem nos queratinócitos,
apresenta-se sob a forma de uma escama ou nódulo que frequentemente
ganha ferida que não cicatriza.
Tanto o melanoma como os NMSC são mais comuns nas zonas de maior exposição
solar, como a face, as orelhas, o pescoço e as extremidades superiores. Contudo, podem
surgir em qualquer parte do corpo79.
3.3.2. MECANISMOS DE DEFESA CONTRA A RADIAÇÃO UV
3.3.2.1.
Melanogénese
A camada mais superficial da nossa pele, a epiderme, é a barreira física que separa
o nosso organismo das agressões externas. Esta camada é constituída por células, os
melanócitos, que produzem melanina, um pigmento responsável pela cor da nossa pele,
que dispersa e absorve as radiações UV e que, para além disso, é antioxidante.
Está demonstrado que a radiação UV estimula a produção de melanina
(melanogénese)81.
A melanina, ao absorver as radiações UV, escurece, produzindo o efeito bronzeado
da nossa pele, e impede que os raios penetrem na epiderme. Este fenómeno não é mais
do que um mecanismo fisiológico foto-proteção81.
3.3.2.2.
Espessamento da Epiderme
O espessamento do estrato córneo da epiderme é outro mecanismo de defesa
natural contra as radiações82; por isso, é comum verificar uma pele mais seca e espessa
em indivíduos cuja exposição solar seja elevada.
Para além disso, no estrato córneo, existe o ácido trans-urocânico que, após
irradiação, isomeriza para ácido cis-urocânico, que absorve a radiação, sendo assim
considerado um filtro solar do organismo83.
3.3.2.3.
Mecanismos de Reparação do DNA
A radiação solar contribui para a ativação da proteína p53. Esta proteína evita que a
célula danificada pela radiação UV seja replicada e, assim, a célula pode recuperar o DNA,
através dos seus sistemas de reparação intrínsecos (reparação direta do dano, reparação
da quebra da dupla cadeia, reparação por excisão da base ou nucleótido, entre outros)67.
37
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Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
3.4.
CUIDADOS SOLARES
Como referi anteriormente, os raios UVA são constantes ao longo do ano. Assim
sendo, é importante ter cuidado com o Sol sempre que estivermos durante um período de
tempo considerável ao ar livre e não apenas no verão. Os praticantes de desportos ao ar
livre e a exposição ocupacional às radiações solares também requerem cuidados de
proteção solar.
De modo a diminuir os riscos associados às radiações solares, a exposição solar
deve ser consciente, por isso, é importante68:

Evitar a exposição solar nas horas de maior intensidade (entre as 12 e as 16
horas);

Usar vestuário adequado, chapéu, de preferência de abas largas, óculos de
sol e t-shirt, especialmente as crianças e, nas atividades profissionais ou
lúdicas que exijam muito tempo de exposição solar, aconselha-se manga
comprida, para proteger todo o corpo;

Fazer pausas na sombra e procurar sombra sempre que esta for mais pequena
do que nós, tendo em atenção que os raios UV podem ser refletidos, mesmo
para estes locais;

Beber água frequentemente para evitar a desidratação;

Aplicar protetor solar antes de sair de casa, adequado ao tipo de pele,
reaplicando as vezes necessárias, de preferência de duas em duas horas.
Todas estas indicações também se aplicam quando o tempo está nublado68.
Para além destas medidas de prevenção, o índice UV (UVI), que mede o nível de
radiação UV, é uma ferramenta de consulta importante para aumentar a atenção da
população em relação aos riscos de exposição à radiação UV. Os valores do UVI vão desde
1 até 11+ e quanto menor o valor, menor a intensidade da radiação. O UVI foi desenvolvido
com o intuito de incentivar as pessoas a diminuírem a exposição solar excessiva e
inconsciente, que pode ter graves consequências para a saúde84.
3.4.1. PROTETOR SOLAR
Apesar de alguns dos mecanismos de defesa do nosso organismo serem
considerados foto-protetores, como a melanina e o ácido cis-urocânico, ninguém está
dispensado do uso de protetor solar, este é aconselhado a todas as pessoas,
independentemente da idade, sexo e raça.
Regra geral, aconselha-se um protetor com um FPS de 30, no mínimo, que seja de
largo espectro (anti UVA e UVB)85.
38
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
O protetor solar deve ser aplicado em todas as partes do corpo expostas à radiação,
incluindo as zonas sensíveis e normalmente esquecidas, como as orelhas, mãos, pés e
pescoço. Também é aconselhado a aplicação de um lipstick com um FPS de 30 ou mais85.
A aplicação deve ser feita na pele seca, 30 a 15 minutos antes da exposição solar e
reaplicado de duas em duas horas e depois de voltar da água ou de atividades que façam
transpirar85.
3.4.1.1.
Fator de Proteção Solar
O FPS é representado por um número que indica o tempo que demora a aparecer o
eritema na pele com um protetor solar, em comparação ao tempo que demora a produzirse a mesma manifestação sem proteção86.
Através do International SPF Test Method o FPS é calculado pela média entre a dose
mínima eritematosa (DME) com e sem protetor: FPS = DME com protetor/DME sem
protetor. A DME é o tempo mínimo requerido para se produzir a primeira reação
eritematosa86.
Logo, quanto maior o FPS, mais elevada a proteção, pois maior é o tempo que
demora a aparecer o eritema na pele87. Esta proteção refere-se apenas às radiações UVB,
responsáveis pelo eritema solar.
Tabela 3. Sistema da Comissão Europeia para a rotulagem do FPS.
Proteção
FPS
Baixa
6-10
Média
15-25
Alta
30-50
Muito Alta
50+
Adaptada de Comissão Europeia: Sistema da Comissão Europeia para a rotulagem do FPS.
Apesar de a proteção dos FPS 30 e 50 serem consideradas altas, os primeiros
protegem menos. Segundo a definição de FPS, o eritema surge vinte vezes mais rápido
com protetores de fator 30 e, por isso, considera-se que os segundos são mais eficazes.
Para além disso, o tempo que demora a aparecer eritema na pele, varia com o tipo de pele.
Segundo Fitzpatrick86, a pele classifica-se de acordo com a sua sensibilidade à radiação
solar, durante 30-45 minutos, depois de um período de inverno sem exposição solar.
39
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Tabela 4. Classificação de Fitzpatrick.
Tipo de Pele
Características
I
Queima sempre; Nunca Bronzeia
II
Queima Sempre; Bronzeia Ligeiramente
III
Queima ocasionalmente; Bronzeia gradualmente
IV
Queima minimamente; Bronzeia facilmente
V
Raramente queima; Bronzeia profusamente
VI
Nunca queima; Fortemente pigmentada
Adaptada de Comissão Europeia: Concerning Methods for Testing Efficacy of Sunscreen Products.
3.4.1.2.
Protetores Solares de Amplo Espetro
Os protetores solares de amplo espetro têm ação anti UVA e UVB e, por isso,
garantem um proteção reforçada contra as consequências da exposição solar prolongada,
uma vez que aumentam a proteção contra o envelhecimento da pele e o cancro e não
apenas contra a queimadura solar86.
Através do FPS é fácil identificar qual a proteção contra os raios UVB. Porém, o
mesmo já não se aplica para os raios UVA.
A Comissão Europeia recomenda que a proteção anti UVA de um protetor solar seja,
pelo menos, 1/3 do FPS, pois evidências científicas demonstram que este valor pode
prevenir e/ou diminuir danos da pele e, para além disso, é imperativo que todos os produtos
com amplo espetro tenham um logotipo que indique que o produto tem proteção UVA87,88.
3.4.2. USO DE PROTETOR SOLAR E DEFICIÊNCIA EM VITAMINA D
As radiações UVB, ao penetrarem na nossa pele, estimulam a síntese de vitamina D,
a partir do 7-desidrocolesterol, por uma reação de fotólise. Entre muitos dos seus efeitos,
a vitamina D interfere positivamente com a saúde muscular e esquelética e previne as
fraturas associadas à osteoporose, pois é importante para a absorção de cálcio72.
Por outro lado, o uso de protetor solar diminui a penetração dos raios UV na pele.
Posto isto, surgiu uma polémica em torno do uso de proteção solar e a deficiência em
vitamina D e há mesmo quem se recuse a usar protetor solar por esta razão.
No entanto, segundo Wolpowitz et al (2006)89, não há nenhuma evidência científica
de que um utilizador regular de protetor solar tenha insuficiência ou deficiência em vitamina
D.
A verdade é que a maioria das pessoas aplica uma quantidade insuficiente de
protetor solar e, normalmente, o FPS obtido é cerca de 50% daquele que está inscrito no
rótulo da embalagem89. Segundo a FDA90, a quantidade de protetor solar necessária a
aplicar no corpo para que o FPS obtido seja 100% é de 2 mg/cm2.
40
Relatório de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Para além disso, a eficácia do protetor solar depende da sua aplicação uniforme, pelo
corpo todo, da sua durabilidade e da frequência de reaplicação.
Todavia, mais recentemente, outros autores consideram que, apesar de ainda não
haver evidência científica, é necessário continuar a investigar este tema, por forma a
relacionar melhor os efeitos da foto proteção com a síntese de vitamina D91.
Tendo em conta os estudos até agora efetuados, a exposição solar da face e das
mãos, mesmo com proteção, três vez por semana, e a uma dieta que inclua alimentos com
vitamina D parecem ser suficientes para manter os níveis desta vitamina dentro dos
parâmetros aconselháveis89.
3.5.
CONCLUSÃO
A exposição solar é algo que não podemos evitar e que, com os devidos cuidados, é
saudável. Contudo, é importante ter em conta os efeitos adversos das radiações solares
de elevada intensidade na saúde pública, entre eles, o cancro de pele. Por isso, é
importante evitar a exposição solar em horas de maior intensidade, recorrer à sombra
sempre que necessário, usar um protetor solar com um FPS adequado e com proteção anti
UVA e UVB, usar chapéu, óculos de sol e vestuário, sempre que necessário.
Considero que a minha atividade sobre a proteção solar teve um balanço muito
positivo, houve uma boa adesão por parte da população que naquele dia frequentava a
praia Formosa e os participantes mostraram-se interessados em saber mais sobre este
tema. No entanto, apesar do interesse e de, na teoria, saberem quais os cuidados a ter
com a exposição solar, na prática, isto já não se verificou, pelo que é importante continuar
a alertar sobre os malefícios da exposição solar.
Durante o meu estágio surgiram muitos utentes com queimaduras solares, tendo que
recorrer a cremes e a emulsões cutâneas para o seu tratamento.
41
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CONCLUSÃO
O estágio curricular em Farmácia Comunitária é fundamental para a formação do
estudante do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas.
Considero que o estágio é uma oportunidade para quem o realiza, dado que é neste
momento que aplicamos muitos dos conhecimentos éticos e científicos que adquirimos ao
longo da nossa formação académica, o que faz com que tomemos consciência, mais do
que nunca, da sua importância.
O contato com o mundo do trabalho e com outros profissionais de saúde mais
experientes é uma mais-valia para o estagiário, uma vez que, para além do
desenvolvimento das suas relações interpessoais, é a equipa da farmácia que vai auxiliar
o estudante a crescer como farmacêutico. É esta equipa que vai transmitir ao estudante
vários ensinamentos práticos e científicos, permitindo que este melhore as suas
competências.
A interação com a comunidade quer pelo atendimento e aconselhamento
farmacêutico, quer pelas atividades desenvolvidas pelo estudante durante o estágio
curricular, é para muitos uma novidade, uma vez que durante a nossa formação académica
não temos a oportunidade de contatar com o público. Neste momento, apercebemo-nos
que, para além dos conhecimentos práticos e científicos, é muito importante saber lidar e
interagir com o centro da atividade do farmacêutico comunitário, o utente.
Os três meses de estágio na Farmácia Abílio Botelho deram-me a certeza que o
farmacêutico é um profissional que tem um papel muito importante na comunidade. Porém,
para que isso seja possível, é necessário que o farmacêutico seja auto didata, de modo a
manter-se sempre atualizado.
Por fim, um bem-haja a todos os membros da equipa da Farmácia Abílio Botelho,
sem eles a minha experiência como estagiária não teria sido a mesma!
42
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48
ANEXOS
Anexo 1. Cartaz Informativo: Medicamentos Genéricos
49
Anexo 2. Folheto Informativo: Medicamentos Genéricos
50
Anexo 3. Folheto Informativo: Doença de Refluxo Gastro-esofágico
51
Anexo 4. Algoritmo para doentes com DRGE.
Indigestão e/ou refluxo ácido como sintoma mais
predominante ou mais frequente (> 1 episódio por
semana)
Sinais que possam sugerir complicações da DRGE?
Sim
Não
Endoscopia Digestiva Alta
Alteração de hábitos de vida
Se os sintomas
persistirem
Esofagite
Endoscopia negativa
para esofagite
IBP uma a duas vezes por dia
Se os sintomas
desaparecerem
em 4 semanas
IBP em dose alta,
durante 4-8 semanas
Reduzir gradualmente a dose
do IBP e, se necessário, usar
ARH2 ou um antiácido em SOS
IBP diariamente, a longo prazo,
reduzindo gradualmente para a dose
de manutenção* ou para a dose eficaz
mais baixa para controlar os sintomas
Se os sintomas persistirem, considerar encaminhar para
gastrenterologia, que poderá fazer endoscopia,
manometria, monitorização do pH ou cirurgia
*Dose de manutenção: rabeprazol 20 mg, omeprazol 20 a 40 mg, lansoprazol 30 a 60 mg, pantoprazol
20 a 40 mg e esomeprazol 20 a 40 mg.
Adaptado de Direção-Geral da Saúde: Supressão Ácida: Utilização dos Inibidores da Bomba de
Protões e das suas Alternativas Terapêuticas.
52
Anexo 5. Cartaz Informativo: Proteção Solar
53
Isabel Maria Figueiredo Tavares Pereira da Costa
Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Relatório de Estágio Profissionalizante
Hospital Universitari Joan XXIII
janeiro de 2015 a abril de 2015
Isabel Maria Figueiredo Tavares Pereira da Costa
Orientador: Dr. ª Montserrat Canela Subirada
________________________________________
Outubro de 2015
i
Declaração de Integridade
Eu, Isabel Maria Figueiredo Tavares Pereira da Costa, abaixo assinado, nº
201007167, aluna do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade
de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter actuado com absoluta integridade
na elaboração destedocumento.
Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo,
mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou
partes dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores
pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras,
tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.
Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de __________________
de ______
Assinatura: ______________________________________
ii
Agradecimientos
Este periodo de prácticas tuteladas en el Servicio de Farmacia del Hospital
Universitario Joan XXIII no habría sido posible si no fuese por la oportunidad dada por la
Facultad de Farmacia de la Universidad de Oporto, juntamente con la Facultad de Farmacia
de la Universidad de Barcelona. Por eso, primero y antes que nada, quiero dar gracias a la
cooperación de todas y cada una de las personas que estuvieron relacionadas con mi
proceso de candidatura y de aceptación. A la Profesora Marcela Segundo y a Lucília Rocha,
de la Facultad de Farmacia de la Universidad de Oporto, así como a la Profesora Marian
March y Pílar Perez, de la Facultad de Farmacia de la Universidad de Barcelona.
Durante la estancia en el Hospital Universitario Joan XXIII fueran muchas las personas
que marcaran este periodo de forma positiva y que nunca las olvidaré.
Quiero agradecer a la amabilidad de todas las personas, sin excepción que hacen
parte del Servicio de Farmacia del Hospital Universitario Joan XXIII.
A Montse Canela, jefa del Servicio de Farmacia, por su recepción amistosa y
atenciosa y por su orientación, ayuda, tanto a nivel profesional, como personal.
A las farmacéuticas hospitalarias, Laura Canadell, Lúcia Sanchez, María Vuelta y
Sonia Jornet por su disponibilidad para ayudarme en todo momento, en tareas que hace tres
meses atrás no habría sido capaz de pensar y, mucho menos, hacer.
A los residentes del Servicio de Farmacia, Pílar Lopez, Marta Martín y Josep Torrent.
A las enfermeras y a todas las auxiliares del Servicio de Farmacia, muchas gracias.
A todos estos profesionales que me ayudaron durante mi estancia en el Hospital Joan
XXIII, muchas gracias a vosotros, no solamente como profesionales, también como
personas.
iii
Índice
1.
Cronograma de Actividades ........................................................................................... 1
2.
Introducción.................................................................................................................... 2
3.
Organización del Servicio de Farmacia del Hospital Universitario Joan XXIII ................. 3
3.1. Servicio de Farmacia .................................................................................................. 3
3.2. Equipo Profesional ...................................................................................................... 4
3.3. Instituto Catalán de la Salud y Elección de Medicamentos ......................................... 4
4.
Logística y Gestión Farmacéutica .................................................................................. 5
4.1. Adquisición de Medicamentos..................................................................................... 5
4.2. Recepción y almacenamiento de medicamentos ........................................................ 6
4.3. Reenvasado de medicamentos en Unidosis ............................................................... 7
4.4. Dispensación de medicamentos ................................................................................. 8
4.4.1. Unidades de Enfermería del Hospital Joan XXIII .................................................. 8
4.4.2. Hospital Sociosanitario Francolí ............................................................................... 8
4.4.3. Dispensación de Estupefacientes ............................................................................ 9
4.4.4. Dispensación ambulatoria .................................................................................... 9
4.4.5. Dispensación Unidosis ........................................................................................10
4.5. Cambio de medicamentos .........................................................................................11
5.
Farmacia Clínica ...........................................................................................................12
5.1. Equivalentes Terapéuticos .........................................................................................12
5.2. Atención Farmacéutica ..............................................................................................12
5.3. Ensayos Clínicos .......................................................................................................13
5.4. Unidosis .....................................................................................................................14
5.4.1. Verificación farmacéutica del reenvasdo en Unidosis ..........................................14
5.4.2. Validación farmacéutica de la prescripción médica en Unidosis ..........................15
5.5. Consumo de Antimicrobianos ....................................................................................15
5.6. Farmacotecnia ...........................................................................................................16
iv
5.7. Citostáticos ................................................................................................................17
5.8. Nutrición Parenteral y Mezclas Intravenosas .............................................................18
5.9. Búsqueda de información farmacéutica .....................................................................18
6.
Conclusión ....................................................................................................................20
7.
Bibliografia ....................................................................................................................21
Anexos .................................................................................................................................22
v
Índice de Figuras
Figura 1. Entrada del Servicio de Farmacia Hospitalaria del Hospital Universitario Joan XXIII ............. 3
Figura 2. Ejemplo de la hoja de petición de medicamentos “Fuera Guía” al almacén mayorista. .......... 6
Figura 3. Máquina reenvasadora. ........................................................................................................... 7
Figura 4. Cajas fuertes para la medicación estupefaciente. ................................................................... 9
Figura 5. Sala de preparación de la medicación unidosis para las Unidades de Enfermería. ............. 11
Índice de Tablas
Tabla 1. Lista de Fármacos Peligrosos utilizados en el Hospital Joan XXIII ........................................ 17
vi
Resumen
Con esta memoria resumo el periodo de prácticas tuteladas, realizado durante tres
meses, en el Servicio de Farmacia Hospitalaria del Hospital Universitario Joan XXIII.
Actualmente, el Hospital Joan XXIII dispone de 36 servicios, algunos de los cuales son
de referencia para toda la provincia de Tarragona.
La Gerencia Territorial Camp de Tarragona es el organismo de gestión de los servicios
que el Instituto Catalán de la Salud (ICS) ofrece en este territorio. El ICS es el primero
proveedor de servicios de salud del Camp de Tarragona, y también del resto de Cataluña,
que desarrolla los servicios sanitarios centrados en las personas poniendo al paciente en el
eje central de los proyectos. El ICS en el Camp de Tarragona tiene la misión de ser una
empresa con un modelo de atención integrada, que incluye la atención primaria y la atención
hospitalaria con el objetivo de mejorar continuamente la calidad de los servicios que ofrece.
La Gerencia Territorial del ICS en el Camp de Tarragona tiene a su cargo la gestión del
Hospital Joan XXIII y de los centros integrados con los servicios de atención primaria
Tarragona-Valls y Reus-Altebrat.
Durante este periodo he estado bajo la supervisión de la Jefa del Servicio de Farmacia
Hospitalaria, Dra. Montse Canela Subirada, que me ha formado en competencias
específicas para la correcta gestión de un Servicio de Farmacia Hospitalaria.
La Farmacia Hospitalaria desempeña un papel importante en la dinámica del Hospital,
hace la gestión, conservación y dispensación de los medicamentos y otros productos
farmacéuticos, elabora fórmulas magistrales y preparados oficinales, proporciona atención
farmacéutica a los pacientes, trabaja con el equipo multidisciplinar del Hospital, como los
médicos y enfermeros, etc.
1. Cronograma de Actividades
Período
Áreas
- Adquisición de Medicamentos
15/01/2015 - 10/02/2015
- Recepción y almacenamiento de medicamentos
- Dispensación de medicamentos en Unidades de Enfermería y
Hospital Sociosanitario Francolí
- Equivalentes terapéuticos
Farmacéutico: Montse Canela
- Dispensación de medicamentos Ambulatoria
11/02/2015 - 27/02/2015
-Atención Farmacéutica
- Ensayos Clínicos
- Estupefacientes
Farmacéutico: Sonia Jornet
- Reenvasado de medicamentos en Unidosis
02/03/2015 - 27/03/2015
- Validación farmacéutica de la Unidosis
- Dispensación de medicamentos en Unidosis
- Consumo de antimicrobianos
Farmacéuticos: Laura Canadell y Lucía Sanchez
- Farmacotecnia y validación farmacéutica
30/03/2015 - 15/04/2015
- Citostáticos
- Nutrición parenteral
Farmacéutico: María Vuelta
1
2.
Según
Introducción
el Programa Oficial de Formación en la Especialización de Farmacia
Hospitalaria, “la Farmacia Hospitalaria es una especialización farmacéutica que se ocupa de
servir a la población en sus necesidades farmacéuticas, a través de la selección,
preparación, adquisición, control, dispensación, información de medicamentos y otras
actividades orientadas a conseguir una utilización apropiada, segura y coste-efectiva de los
medicamentos y productos sanitarios, en beneficio de los pacientes atendidos en el hospital
y en su ámbito de influencia”.
En los diferentes apartados siguientes si explica toda la organización y el
funcionamiento del Servicio de Farmacia del Hospital Universitario Joan XXIII.
2
3.
Organización del Servicio de Farmacia del Hospital Universitario
Joan XXIII
3.1. Servicio de Farmacia
Para desarrollar sus actividades, el Servicio de Farmacia del Hospital Universitario
Joan XXIII presenta varias áreas (ANEXO 1):
 Almacén
 Unidosis
 Sala de reenvasado
 Preparación de mezclas intravenosas/nutrición parenteral
 Preparación de citostáticos
 Farmacotecnia
 Área administrativa
Figura 1. Entrada del Servicio de Farmacia Hospitalaria del
Hospital Universitario Joan XXIII
3
3.2. Equipo Profesional
Este Servicio dispone de una jerarquía profesional, o sea, el personal tiene diferentes
funciones y responsabilidades de acuerdo con suya formación:
 Jefe del Servicio de Farmacia
-
Montserrat Canela Subirada
 Farmacéuticos especialistas en Farmacia Hospitalaria:
-
Laura Canadell
-
Lucía Sanchez
-
María Vuelta
-
Sonia Jornet
 Farmacéuticos Residentes:
-
Josep Torrent (R4)
-
Marta Martín (R2)
-
Pilar López (R1)
 5 Auxiliares de Farmacia
 2 enfermeras
 2 administrativas
Las funciones del personal son de logística y de gestión farmacéutica. La gestión
farmacéutica solo la realizan los farmacéuticos. El programa de prescripción electrónica se
llama Silicon (ANEXO 2), que es un programa informático de gestión de medicamentos, en
el cual los médicos prescriben y los farmacéuticos validan los tratamientos. El programa
general de historias clínicas se llama SAP.
3.3. Instituto Catalán de la Salud y Elección de Medicamentos
El Hospital Universitario Joan XXIII de Tarragona es un centro del Instituto Catalán de
la Salud (ICS) y tiene formada una Comisión Farmacoterapéutica. Además, existe la
Comisión Farmacoterapéutica del ICS que engloba todos hospitales del ICS y la Atención
Primaria.
Hay una Guía Farmacoterapéutica del ICS que incluye la lista de fármacos
seleccionados disponibles en los diferentes hospitales del ICS y Atención Primaria. La Guía
ICS es permanentemente actualizada y revisada. Así, para suya elaboración es necesario
seguir un proceso de selección de medicamentos.
La Guía ICS tiene como objetivos garantizar a los pacientes y a los prescriptores los
fármacos más adecuados para las necesidades de salud, seleccionados según criterios
imparciales predefinidos y basados en las pruebas científicas disponibles.
4
La elección del principio activo es hecha de acuerdo con la salida de nuevas
moléculas, que son comparadas con los fármacos de referencia. Así, cada 2 meses, la
Comisión Farmacoterapéutica ICS avalúa los fármacos solicitados y se deciden los
principios activos en función de su eficacia, efectos adversos, coste-efectividad,
conveniencia (interacciones, contraindicaciones, vía y pauta de administración) y necesidad
de uso en cada hospital.
Además, cada 2 años, en Barcelona, todos los hospitales del ICS se reúnen y
realizan reuniones para elegir las marcas de los medicamentos a comprar para todos los
hospitales del ICS.
Esta elección está basada en el consumo del año anterior de medicamentos y las
marcas son elegidas de acuerdo con las ofertas económicas de los laboratorios. Durante las
reuniones se deciden tres concursos, dependiendo de la medicación: un concurso para la
medicación general, otro para la medicación que no tiene competencia y uno para la
medicación que tiene competencia entre fármacos indicados en la misma patología, pero no
por marca.
Durante el periodo de las prácticas tuteladas, el 23 de enero, la Jefa del Servicio de
Farmacia del Hospital Joan XXIII ha recibido un representante de la industria farmacéutica,
Bristol-Myers Squibb. Él presentó un nuevo medicamento (Daclatasvir) para el tratamiento
de la Hepatitis C. En la reunión, nosotros, yo y mi compañero de prácticas, tuvimos la
oportunidad de asistir y de contactar directamente con profesionales de la industria y
empezar a entender el tipo de marketing de medicamentos.
4. Logística y Gestión Farmacéutica
4.1. Adquisición de Medicamentos
La adquisición de medicamentos en el Servicio de Farmacia Hospitalaria del Hospital
Joan XXIII es facilitada por el programa informático (Silicon), porque el programa hace una
propuesta de compra automática de los medicamentos que se deben comprar, esta
propuesta está basada en los medicamentos que están por debajo del mínimo. Esta
propuesta facilita, pero es sólo una guía para la Jefa del Servicio de Farmacia, porque es
ella, como farmacéutica, que determina los medicamentos que se deben comprar y las
respetivas cantidades. Este pedido pasa a la secretaría que es responsable por hacer el
pedido al laboratorio farmacéutico, vía FAX.
Una vez llegados los medicamentos de los laboratorios al Servicio de Farmacia,
compete a secretaría comparar el albarán dentro de las cajas con el documento en que ha
sido hecho el pedido, anteriormente formulado por este mismo servicio. La comparación
consiste en confirmar la marca, cantidad, lote, caducidad y precio. Si algo no coincide es
5
necesario contactar con los laboratorios, porque eso se puede deber, por ejemplo, a una
ruptura de stock del laboratorio, errores, etc.
Por otra parte, el Servicio de Farmacia Hospitalaria también hace pedidos de
medicación que es usada excepcionalmente y que no ha sido previamente autorizada por la
Comisión Farmacoterapéutica ICS, al almacén mayorista de distribución de medicación, el
Grupo Hefame. Esta medicación se llama de medicación “Fuera Guía”.
Figura 2. Ejemplo de la hoja de petición de medicamentos “Fuera Guía” al almacén
mayorista.
4.2. Recepción y almacenamiento de medicamentos
Antes de almacenar los medicamentos recibidos es siempre necesario comprobar que
el lote, la fecha de caducidad y la cantidad recibida se ajustan con el albarán de entrega del
laboratorio farmacéutico.
La temperatura de conservación de los medicamentos es primordial. El Servicio de
Farmacia tiene medicamentos que son almacenados en nevera y congelador. Así, cuando
llegan medicamentos que deben ser conservados a bajas temperaturas, es necesario
comprobar si los dispositivos de control de temperatura registran las variaciones de
temperatura y cuando es todo correcto las muestras se colocan inmediatamente en la
nevera/congelador. Todas las neveras y congeladores tienen dispositivos de control de
temperatura, que son mirados, cada 12 horas, por las Auxiliares de Farmacia. Hay en cada
nevera/congelador sensores que controlan la temperatura y envían los datos al ordenador,
así, una alerta es enviado al ordenador cuando la temperatura esta fuera de límites.
Los medicamentos conservados en almacén de acuerdo con su clase, son
organizados en áreas diferenciadas: general, anti infecciosos y citostáticos. La temperatura
6
de los medicamentos de almacén es también controlada por sensores, así como la
temperatura ambiente.
En las estanterías de almacén y en las neveras/congelador, los medicamentos son
organizados en orden alfabética de principio activo y según la regla “first-expired first-out”,
así, en frente están colocados los medicamentos con una caducidad más corta, para
aumentar su visibilidad y los otros, que tienen una mayor caducidad, son colocados por
detrás. Con esta regla se evitan errores y aumentan la eficacia del Servicio de Farmacia.
Sin embargo, todos los meses se obtiene una lista del ordenador con toda la
medicación y se hace una revisión de todas las caducidades de las muestras en el Servicio
de Farmacia, así todos los medicamentos que caducan ese mes son etiquetados y los
medicamentos que caducan se devuelven al laboratorio de origen. Con la revisión mensual
de las caducidades, el Servicio de Farmacia evita desperdicio para el hospital y errores en la
terapia de los pacientes.
4.3. Reenvasado de medicamentos en Unidosis
Toda la medicación que es reenvasada en unidosis tiene que tener su información:
nombre del fármaco, dosis, forma farmacéutica, lote, caducidad y excipientes de declaración
obligatoria (lactosa y la sacarosa, por ejemplo).
Una vez reenvasados los medicamentos, es necesario hacer un recuento de las
unidades reenvasadas, para que sea posible introducir en el programa informático la exacta
cantidad reenvasada y también para comprobar si todo está debidamente reenvasado. Al
final del día, es necesario sacar un listado de toda la medicación reenvasada (hoja de
actividad diaria de reenvasado), para que esta pueda ser verificada por el farmacéutico
responsable.
Figura 3. Máquina reenvasadora.
7
4.4. Dispensación de medicamentos
El servicio de Farmacia del Hospital Joan XXIII es responsable por la dispensación de
medicación para las diferentes unidades de enfermería del Hospital y para el Hospital
Francolí, dispensación ambulatoria y unidosis.
4.4.1. Unidades de Enfermería del Hospital Joan XXIII
El Servicio de Farmacia dispensa medicación para diferentes Unidades de Enfermería
del Hospital Joan XXIII, situadas en diferentes plantas del hospital.
Diariamente es hecho la preparación de pedidos de medicación que llegan de
diferentes Unidades de Enfermería, las solicitudes que llegan a la Farmacia del Hospital, a
través del programa Silicon, pueden ser urgentes o no.
Una vez al año es hecho el control de stocks de las unidades de enfermería, que es
responsabilidad del Servicio de Farmacia. Así es comprobado el correcto estado y
funcionamiento de cada planta. El control es hecho de acuerdo con un listado que tiene el
consumo del año anterior de cada planta, que es comparado con una lista que contiene la
cantidad que es dispensada semanalmente a cada planta. Este control es fundamental para
una buena gestión a nivel de la farmacia, porque si las cantidades de medicamentos
dispensadas son muy superiores al stock pactado, debe disminuirse la cantidad dispensada
para evitar las pérdidas.
Además, es importante que cada planta tenga conciencia que hay medicamentos que
son de alto riesgo y si hay un error en su utilización, pueden causar efectos adversos muy
graves, incluso la muerte del paciente. Los antidiabéticos orales, anti arrítmicos IV, etc., son
medicamentos de alto riesgo ya que tienen un estrecho margen terapéutico (ANEXO 3). Así,
dosis equivocadas o una administración mala pueden llevar a produce efectos muy
peligrosos. Es importante que el farmacéutico y que todos los sanitarios identifiquen estos
medicamentos para prevenir errores y efectos graves. Encima, estos medicamentos deben
ser almacenados separadamente.
4.4.2. Hospital Sociosanitario Francolí
Semanalmente, hay dispensación de medicación para las unidades de enfermería del
Hospital Sociosanitario Francolí para reponer el stock de medicamentos.
El Hospital Sociosanitario Francolí es un hospital con 156 camas que da cobertura a
los pacientes subagudos, pacientes en cuidados de convalecencia, cuidados paliativos y
pacientes con larga estancia hospitalaria.
Además, el Servicio de Farmacia del Hospital Joan XXIII sirve 38 Centros de Atención
Primaria (CAP’s) con medicación di urgencia pre definida.
8
4.4.3. Dispensación de Estupefacientes
No es solo la medicación de alto riesgo anteriormente hablada que tiene especial
atención por parte del Servicio de Farmacia y de los sanitarios. La Farmacia del Hospital
tiene un despacho donde se encuentran dos cajas fuertes, donde se guarda la medicación
estupefaciente. Todos los días, la medicación presente en estas cajas es contada, pero
solamente la medicación que ha sido dispensada en el día anterior, para hacer
comprobaciones de stock. Sin embargo, todos los lunes es hecho un recuento total de todos
los estupefacientes, porque el domingo no hay farmacéuticos en el Servicio de Farmacia.
Esto procedimiento es importante para garantizar el control de los estupefacientes.
Todos los días llegan a farmacia solicitudes de este tipo de medicación, estas llegan
de varias unidades de enfermería del Hospital, de quirófanos, etc., así, una vez hecho el
recuento de estupefacientes estos pedidos son preparados por el farmacéutico que
garantiza la cantidad dispensada de acuerdo con la medicación solicitada para cada
paciente. Una vez dispensados, todas las salidas de estupefacientes son registradas.
Figura 4. Cajas fuertes para la medicación estupefaciente.
4.4.4. Dispensación ambulatoria
La dispensación ambulatoria es hecha en un despacho aparte para garantizar la
privacidad y la atención adecuada a los pacientes. Este servicio se encuentra abierto todos
los días, de lunes a viernes, de las 9h a las 15h. La dispensación ambulatoria es
fundamental para una Farmacia Hospitalaria, ya que toda la medicación que no es
9
dispensada en farmacia comunitaria, porque es de alto coste, las reacciones adversas son
muy graves, se utiliza en patologías raras o es medicación extranjera.
Este
servicio
debe
supervisarse
adecuadamente porque los fármacos
mal
dispensados, con fecha de caducidad ultrapasada, por ejemplo, comportan grandes
pérdidas económicas para el hospital. Así, la gestión de stocks del servicio ambulatorio es
singular y la compra es hecha de acuerdo con un listado de los consumos mensuales de
medicamentos por paciente, con esto se evita la compra no necesaria de medicación
ambulatoria.
En la dispensación ambulatoria es siempre necesaria la presencia de un farmacéutico,
porque muchas recetas necesitan de validación y muchas veces el farmacéutico es el único
capaz de responder las preguntas de los pacientes. Para dispensar medicación, es preciso
que todos los pacientes presenten su tarjeta sanitaria, para que sea posible acceder a todos
los datos del paciente, desde su patología a la medicación que tiene que ser dispensada, en
el programa informático, Silicon.
Todos los días es hecho un listado manual de la medicación dispensada a cada
paciente para compararlo con el listado sacado de Silicon en el día siguiente. Así se verifica
si hay algún problema con la dispensación o con el registro de salida de la medicación.
Otra cosa importante que el Servicio de Dispensación Ambulatoria hace es el control
diario de la Darbepoetina (Aranesp®), porque son fármacos con una salida diaria muy
grande y que presentan diferentes dosis es necesario el control más estricto de las salidas,
para prevenir la falta de medicación y para garantizar que no hay equívocos con la
dispensación a los pacientes.
El farmacéutico tiene un papel crucial en la dispensación ambulatoria, una vez que es
responsable por la atención farmacéutica a algunos pacientes. Más abajo describo este
tema.
4.4.5. Dispensación Unidosis
La dispensación unidosis sirve los pacientes que están hospitalizados en las diferentes
Unidades de Enfermería del hospital, esta es hecha de modo individualizado, de acuerdo
con la cama en que se encuentra el paciente. En total, el hospital dispone de 350 camas.
Cada paciente tiene un cajón identificado con su nombre, número de habitación y
cama. El sistema informático de unidosis (Silicon) informa de la medicación solicitada para
cada paciente y por unidad de enfermería. Hay un carro específico de cada planta y los
medicamentos son colocados en cada cajón, se actualizan los cambios de medicación, los
traslados de pacientes y las altas a lo largo de la mañana. Los carros son entregados a las
plantas a las 15 horas y retornan los carros vacios del día anterior al Servicio de Farmacia,
10
para que sea posible hacer las devoluciones de medicamentos que no fueran usados en el
sistema informático de unidosis.
Este circuito es hecho todos los días. Sin embargo, lunes por la mañana son siempre
hechas las devoluciones de los carros dispensados los sábados con medicación para el fin
de semana. Los restantes días se dispensa medicación para 24 horas.
La validación farmacéutica de la prescripción médica en unidosis está descrita en un
apartado posterior de esta memoria.
Figura 5. Sala de preparación de la medicación unidosis para
las Unidades de Enfermería.
4.5. Cambio de medicamentos
Cuando algún medicamento no hay en el hospital es necesario obtener otro
medicamento igual o equivalente. Así, siempre que esto ocurre es necesario hacer un
cambio adecuado, esto es, si el medicamento no está disponible en farmacia de calle, en
otro hospital o en la industria farmacéutica, mismo en el extranjero, el hospital opta por la
formulación magistral del medicamento.
Además, cuando un medicamento ya no se fabrica por la industria o si hay un cambio
de presentación, se envía un anuncio a todos los jefes de cada servicio clínico y a las
supervisoras de las Unidad de Enfermería del hospital, para que sean conscientes de estos
cambios, ya que puede cambiar los métodos de administración o la dosis de los
medicamentos.
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5. Farmacia Clínica
5.1. Equivalentes Terapéuticos
El Hospital es responsable de la creación de un protocolo de equivalentes fármaco
terapéuticos para implementar en sus unidades. La elaboración del protocolo es coordinada
por la Jefa del Servicio de Farmacia del Hospital Joan XXIII, Dra. Montse Canela. Con la
elaboración del protocolo todos los grupos terapéuticos incluidos en la guía son revisados
por médicos especialistas.
Durante las prácticas tuteladas nosotros ayudamos en la elaboración de algunos de
los protocolos de equivalencia.
La guía tiene como objetivo conciliar el uso de los medicamentos más rentables para
la farmacia y más eficaces y seguros para los pacientes. Así, se recomiendan los cambios
de los diferentes medicamentos por aquellos que existen en la farmacia.
Para elaborar la guía es necesario consultar diversa bibliografía existente, como la
“Guía de los medicamentos de España de 2014”, el Guía del Hospital Joan XXIII, la Guía
Farmacoterapéutica del ICS, la Guía de equivalentes de lo Hospital de Asturias y el Centro
de Información Online de Medicamentos.
Nosotros hemos hecho equivalentes terapéuticos para los siguientes grupos de
fármacos: ansiolíticos, anti arrítmicos, antiasmáticos, antidepresivos, antidiabéticos orales,
antiepilépticos, antimigrañosos, antiparkinsonianos, antipsicóticos, anti ulcerosos, insulinas y
terapia endocrina. En anexo presento un ejemplo de una tabla de Equivalentes Terapéuticos
(ANEXO 4).
5.2. Atención Farmacéutica
Se realiza dispensación ambulatoria de medicación a pacientes portadores del virus de
la hepatitis C (VHC), virus que puede causar una infección, tanto aguda como crónica, cuya
gravedad varía entre una dolencia leve que dura algunas semanas y una enfermedad grave
que dura toda la vida.
La hepatitis C no siempre requiere tratamiento, porque en algunas personas la
respuesta inmunitaria eliminará la infección espontáneamente. Cuando el tratamiento es
necesario, el objetivo es la curación. La tasa de curación depende de algunos factores tales
como la cepa del virus, la gravedad del paciente y el tipo de tratamiento. Antes de empezar
el tratamiento se determina el tratamiento más apropiado para el paciente.
La consulta de atención farmacéutica es privada e individualizada para cada paciente
y con esta es posible entrevistar directamente el paciente. Se debe tener acceso a toda la
información necesaria del paciente, como su historia clínica, alergias, medicación que se
toma diariamente, etc. Con esto se identifican posibles interacciones medicamentosas, se
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informa de los efectos adversos de la terapia, se responde a dudas del paciente y se
determina la adherencia al tratamiento.
Desde octubre, el hospital tiene dos fármacos nuevos fármacos para la hepatitis C,
Sofosbuvir (Solvadi®) y Simeprevir (Olysio®). Se siguen unos criterios de prescripción
marcados por las autoridades sanitarias que financian los fármacos. Así, solamente es
posible empezar con la terapia con Sofosbuvir si el paciente está en lista de espera de
trasplante hepático o ha sido trasplantado, etc.
La terapia nunca es hecha con un solo agente y se siguen diferentes tipos de
esquemas terapéuticos.
Después de la primera consulta, el paciente tiene que volver hasta el Servicio de
Farmacia Hospitalaria para hablar nuevamente con el farmacéutico y tiene que traer la
medicación sobrante. El farmacéutico hace el recuento de los comprimidos que quedan, así
es posible mirar el grado de adherencia al tratamiento. Además, con la visita de
seguimiento, el paciente puede hablar de los efectos adversos, etc.
Durante el periodo de prácticas tuteladas, tuve la oportunidad de solucionar
conjuntamente con mi compañero de prácticas y con la farmacéutica responsable de la
atención farmacéutica un caso de un paciente con VHC que se equivocó con las dosis de
Sofosbuvir. Este paciente debería tomar un comprimido por la mañana, pero estaba
tomando 2 comprimidos al día, uno por la mañana y otro por la noche. Cuando el paciente
se dio cuenta del error, contactó con la enfermera del Hospital. La enfermera contactó con el
Servicio de Farmacia Hospitalaria para notificar este caso de sobredosis y la farmacéutica
responsable de la atención farmacéutica contactó directamente con el paciente para tener
acceso a más información, pero el paciente no hablaba de ningún efecto adverso. Después
la farmacéutica contactó con el médico prescriptor y el laboratorio farmacéutico del
medicamento para notificar este error y para tener más información sobre la medicación y de
como actuar en este caso. La decisión fue suspender el tratamiento por un día y después
empezar normalmente, con una toma diaria.
5.3. Ensayos Clínicos
El Servicio de Farmacia del Hospital es responsable de la recepción, conservación y
dispensación de medicación de investigación clínica.
Cuando el Servicio de Farmacia recibe alguna medición de este tipo, el farmacéutico
responsable de los ensayos clínicos tiene que comprobar que todo está de acuerdo con los
protocolos establecidos. Las muestras son acompañadas por todos estos documentos: de
autorización del Comité Ético de Investigación Clínica (CEIC) del hospital de referencia del
ensayo, del compromiso del investigador principal del ensayo, de la autorización del Comité
Ético de Investigación Clínica (CEIC) del Hospital Joan XXIII, de la autorización del
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Ministerio de Sanitad, del protocolo del ensayo clínico y del certificado de análisis de las
muestras.
Después, es necesario comprobar el número del albarán que acompaña la muestra
con los kits que llegan al hospital. Confirmado el lote, caducidad y el estado de las muestras,
los papeles son firmados por el farmacéutico que hace la recepción e indica la fecha de
recepción. Además, las muestras vienen juntamente con un sensor de temperatura, que
monitoriza la temperatura de las muestras desde la salida del laboratorio farmacéutico hasta
el hospital. Esto permite que el farmacéutico compruebe que la temperatura está de acuerdo
con la adecuada al tipo de muestra: muestra de nevera (2-8 ºC) y temperatura ambiente
(inferior a 25ºC).
Posteriormente, las muestras de ensayos clínicos son debidamente conservadas en la
nevera exclusiva para medicación de ensayos clínicos o en el armario específico para
muestras de investigación clínica, a temperatura ambiente, que para una mayor seguridad
está cerrado con llave.
La dispensación de medicación de ensayos clínicos es de dos tipos: global al
investigador o individualizada por paciente.
Durante el periodo de las prácticas tuteladas, el 23 de febrero, el Hospital recibió una
visita de un monitor de un laboratorio farmacéutico que miró que el Hospital cumplía las
condiciones adecuadas para la realización de un estudio de investigación (ensayo clínico).
Este laboratorio tenía como objetivo ensayar la eficacia de una nueva molécula, un agente
vasopressor, Selepressina (viales 0,3 mg/ml) de Ferring (Pharmaceuticals).
5.4. Unidosis
5.4.1. Verificación farmacéutica del reenvasdo en Unidosis
El farmacéutico responsable de la verificación de las unidades reenvasadas
comprueba que todos los datos de la medicación están de acuerdo con los datos de la hoja
de actividad diaria de reenvasado de la máquina reenvasadora y con los datos de la caja del
medicamento (fármaco, nombre comercial, dosis, forma farmacéutica, excipientes de
declaración obligatoria, lote, caducidad, fuera guía (sí, no) y fecha de reenvasado). Además,
el farmacéutico verifica el estado de las unidades reenvasadas, las etiquetas, etc., para
estar seguro que está todo correcto.
Una vez verificado, el farmacéutico firma en el listado de la actividad diaria y lo archiva
con una muestra de una unidad galénica de cada medicamento reenvasado. Por otro lado,
si ocurre alguna incidencia, esta es solucionada y el farmacéutico hace su registro.
14
5.4.2. Validación farmacéutica de la prescripción médica en Unidosis
El farmacéutico es responsable del control de la prescripción médica en el programa
informático de gestión de medicamentos – Silicon. Así, es posible hacer la validación de la
medicación para los pacientes ingresados en las Unidades de Enfermería, garantizando la
seguridad del paciente y la eficacia de los medicamentos prescriptos.
Cuando el médico hace la prescripción de la medicación para el paciente, el
farmacéutico identifica las prescripciones pendientes de validación farmacéutica. El
farmacéutico puede visualizar la medicación prescrita a cada paciente y los cambios de
medicación hechas por el médico responsable. La validación de las prescripciones médicas
es hecha de lunes a sábado, antes de las 14 horas.
En la práctica, la validación farmacéutica consiste en comprobar, para cada fármaco:
dosis, frecuencia, vía de administración, dilución (vehículo y volumen en preparaciones
parenterales), horas de administración del fármaco y garantizar la inexistencia de duplicados
terapéuticos. Toda esta información está en Silicon.
Para una buena práctica de la validación, el farmacéutico tiene siempre en cuenta la
presencia o no de alergias que el paciente tiene a los fármacos, las interacciones
medicamentosas que pueden existir en la misma prescripción, otras patologías que tenga el
paciente, como insuficiencia renal, diabetes, insuficiencia hepática, etc., toda esta
información está disponible en el SAP, en que se puede ter acceso a la historia clínica del
paciente. Además, es importante que el farmacéutico no se olvide que el paciente puede
tomar otra medicación que no está indicada en Silicon, la medicación de casa, por eso,
muchas veces el farmacéutico tiene que ir de encuentro al paciente para entrevistarle. Todo
esto proceso es llamado de conciliación.
Si el farmacéutico detecta alguna incidencia, el tratamiento no es validado y es
necesario contactar con el médico responsable de la prescripción y hacer las correctas
recomendaciones. Además, si el sistema informático notifica una alerta, es necesario
determinar su importancia, para saber si esta alerta es considerada una incidencia. Si
ninguna incidencia es detectada o una vez solucionada la incidencia, el tratamiento ya
puede ser validado en Silicon. Posteriormente, como ya referí anteriormente, es dado el
permiso para la dispensación unidosis de las diferentes Unidades de Enfermería.
5.5. Consumo de Antimicrobianos
Todos los años el VINCat, que es un programa del Servicio Catalán de la Salud que
establece un sistema de vigilancia de las infecciones nosocomiales en los hospitales de
Cataluña, solicita al Hospital Universitario Joan XXIII una lista de todos los antimicrobianos
consumidos, en esto caso, antibióticos y antimicóticos.
15
Para contribuir para una mejor gestión hospitalaria, durante las prácticas tuteladas
nosotros hemos colaborado con la estadística de consumo de la medicación antimicrobiana
usada en el Hospital Joan XXIII en el año anterior, a partir de un listado del consumo por
principio activo y grupo farmacológico. Posteriormente, estos datos son enviados a VINCat,
porque el VINCat tiene como objetivo reducir las tasas de infecciones nosocomiales
mediante esta vigilancia epidemiológica activa y continuada.
5.6. Farmacotecnia
La Unidad de Farmacotecnia es una parte esencial del Servicio de Farmacia
Hospitalaria. En esta unidad es posible la preparación de fórmulas no disponibles en el
mercado o dosificaciones individualizadas a determinados pacientes que ingresan en el
Hospital. Así, este servicio elabora y controla formulaciones normalizadas y extemporáneas.
Todas estas formulaciones tienen que ser revisadas por un farmacéutico para hacer la
certificación de lotes y caducidades, verificar las cantidades de materias primas y comprobar
que hay una muestra que servirá como un control.
Así, es importante que el personal que trabaja en el área de Farmacotecnia cumpla
normas de higiene específicas y de limpieza del área de preparación de las formulaciones,
para garantizar que las normas de fabricación sean cumplidas.
La dispensación de fórmulas magistrales y preparados oficinales es hecha
dependiendo si la fórmula existe o no en el stock de farmacia.
Las formulaciones que están en el stock de farmacia están almacenadas en sitios
adecuados en el Servicio de Farmacia, como la solución de Lugol 5% 250 mL (solución), la
furosemida 2 mg/mL 100 mL (suspensión oral) y otras.
En estos casos, el pedido de estas fórmulas es hecho per paciente mediante Silicon,
posteriormente estas son recogidas personalmente por el personal sanitario. Por fin, hecha
la dispensación, es impreso el albarán de salida, el lote y fecha de caducidad de la fórmula
dispensada.
Por otro lado, hay fórmulas que no están en el stock de farmacia, así, para poder
dispensar una fórmula de este tipo será necesaria una prescripción en la “hoja de solicitud
de fórmula magistral” debidamente cumplimentada. El farmacéutico comprueba que la
prescripción médica contiene todos los datos para su preparación y dispensación:
denominación de la fórmula, forma farmacéutica, composición cuantitativa y cualitativa
completa, dosis, frecuencia, vía de administración, duración prevista del tratamiento, fecha
de prescripción y nombre del servicio que solicita la formulación. Posteriormente cuando la
validación ya está hecha se sigue con la elaboración y preparación del pedido, estas
formulaciones son preparadas individualmente. Después de elaboradas por las enfermeras,
la formulación es validada por el farmacéutico responsable, que tiene que comprobar que
16
las materias primas son las correctas y que tienen la fecha de caducidad anotada, verificar si
el material de acondicionamiento y las etiquetas que identifican las fórmulas están correctas.
Posteriormente, la formulación podrá ser dispensada. Si la fórmula no es correcta, el
farmacéutico es responsable por indicar nuevas instrucciones para solucionar la incidencia.
En el Servicio de Farmacia Hospitalaria del Hospital Joan XXIII las formulaciones
magistrales son hechas de acuerdo con el “Manual de elaboración de las formulas
magistrales y preparados oficinales” (ANEXO 5).
5.7. Citostáticos
El Servicio de Farmacia del Hospital Joan XXIII hace la preparación de medicamentos
citostáticos, que son utilizados principalmente en el tratamiento de enfermedades
neoplásicas. Sus características y el riesgo que suponen para las personas que los
manipulan, hacen necesario cumplir normas y precauciones en su preparación y a largo de
todo el recorrido de estos medicamentos por el hospital, con el objetivo de proteger las
personas que están en contacto con ellos y, por eso, estos fármacos son denominados:
Tabla 1. Lista de Fármacos Peligrosos utilizados en el Hospital Joan XXIII
Fármacos Peligrosos.
El Servicio de Farmacia tiene un “Manual de Seguridad y Salud en el Área de
Fármacos Peligrosos”, que incluye todas las normas necesarias para garantizar la higiene y
seguridad, desde las medidas preventivas, la indumentaria necesaria para la manipulación
de citostáticos, el funcionamiento de la cabina de seguridad biológica (CSB), técnicas de
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manipulación, entre otros. Además, esta manual explica cómo actuar en caso de contacto
con este tipo de fármacos, que puede ser por exposición accidental o por derrames, por
ejemplo.
El farmacéutico responsable del control de los fármacos peligrosos hace la validación
de la prescripción médica y el control de calidad, o sea, la validación de los tratamientos de
los fármacos peligrosos una vez preparados, según la “Pauta de actuación Farmacéutica:
validación y control de calidad” (ANEXO 6).
5.8. Nutrición Parenteral y Mezclas Intravenosas
El Servicio de Farmacia del Hospital Joan XXIII hace la elaboración de nutrición
parenteral y mezclas intravenosas para pacientes ingresados, esta manipulación es hecha
según el “Manual de Elaboración de Mezclas Intravenosas”. El farmacéutico es responsable
por su validación.
Así, el farmacéutico verifica que la prescripción médica contiene los datos necesarios
para realizar la validación. En este caso de las nutriciones parenterales pediátricas, el
farmacéutico comprueba que la pauta es adecuada a las recomendaciones nutricionales
pediátricas y garantiza que no hay posibilidad de surgir problemas de incompatibilidades y
de estabilidad. En el caso de otras mezclas intravenosas, dispensadas para el Hospital de
Día, el farmacéutico es responsable por verificar las pautas de los diferentes tratamientos y
siempre que alguna cosa es incorrecta, es necesario contactar con el médico prescriptor y
confirmar el tratamiento. Posteriormente, las etiquetas y las hojas de preparación son
editadas.
La validación de las prescripciones médicas de las nutriciones parenterales de los
adultos es hecha por el farmacéutico responsable. El farmacéutico hace un seguimiento de
los pacientes y si hay cualquier alteración en las analíticas o en la prescripción, el
farmacéutico contacta con el médico y la intervención farmacéutica es registrada. El
farmacéutico introduce los datos del paciente en el programa de nutrición parenteral
(NUTRIDATA®) y saca por cada paciente la hoja de preparación de la nutrición parenteral
para ser preparada por las enfermeras. En esta manipulación, es siempre importante tener
en cuenta la esterilidad en todo el proceso de preparación.
5.9. Búsqueda de información farmacéutica
Durante la estancia en el Servicio de Farmacia del Hospital Joan XXIII he trabajado
en diferentes áreas y con diferentes farmacéuticas especialistas en Farmacia Hospitalaria.
En todas las áreas, las farmacéuticas del Servicio de Farmacia del Hospital Joan XXIII nos
han solicitado trabajo de búsqueda bibliográfica, esto tanto podría ser sobre el mecanismo
de acción de un fármaco, como su conservación, comparación de los efectos adversos entre
fármacos equivalentes, casos clínicos, etc.
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Toda esta búsqueda ha sido hecha con búsqueda online. Además de las
herramientas que ya conocía, como el PubMed, Google Académico, y otros, a través de la
intranet del Hospital Joan XXIII tuve acceso a otras herramientas de búsqueda, como el
ClinicalKey® y el UpToDate®, que son bases de datos clínicas dinámicas. La intranet del
Hospital Universitario Joan XXIII (ANEXO 7) también permitía el acceso a aplicaciones de
búsqueda, como el BotPlus, un programa informático elaborado por el Consejo General de
Colegios Oficiales de Farmacéuticos que es muy útil para la consulta de información relativa
a medicamentos, enfermedades e interacciones. La AEMPS, que es la Agencia Española
de Medicamentos y Productos Sanitarios, dispone de un web con acceso a información
segura sobre los medicamentos y productos sanitarios, desde su investigación hasta su
utilización
Con estas herramientas y otras, tuve la oportunidad de acceder a información que
me ayudó a adquirir muchos conocimientos específicos del área farmacéutica y, sin duda,
son un soporte auxiliar del Servicio Farmacéutico.
Uno de los trabajos de búsqueda bibliográfica que he hecho con mi compañero de
prácticas ha sido establecer los protocolos terapéuticos (donde establecía los diferentes
medicamentos y sus respectivas dosis, frecuencia y vía de administración) sobre la EPOC
(Enfermedad Pulmonar Obstructiva Crónica), así como una búsqueda más detallada de los
diferentes tipos de EPOC (ANEXO 8). Con estos protocolos la atención farmacéutica se
facilita porque es un resumen de todo lo que es necesario saber sobre la enfermedad y su
tratamiento.
19
6. Conclusión
Durante estos tres meses de estancia en el Servicio de Farmacia Hospitalaria del
Hospital Joan XXIII y al terminar las prácticas tuteladas puedo afirmar que el farmacéutico
especializado en Farmacia Hospitalaria es una figura fundamental para la dinámica diaria de
un Hospital, porque el farmacéutico es un pilar para una buena práctica clínica y para
garantizar que el paciente es debidamente tratado.
La función farmacéutica en el Hospital es muy versátil y de grande responsabilidad.
Esta incluye la gestión económica y farmacéutica de todo el Servicio de Farmacia,
dispensación de medicación para las diferentes Unidades de Enfermería del Hospital,
dispensación de medicación ambulatoria que permite un contacto directo con el paciente y
realizar atención farmacéutica. También, se desarrollan actividades de farmacovigilancia,
ensayos clínicos, preparación de formulaciones magistrales y otras.
Como profesional, el farmacéutico es la persona responsable por sensibilizar a todos
los sanitarios y pacientes del uso racional de la medicación.
Así, es primordial la armonía y organización entre diferentes áreas del Servicio de
Farmacia, porque estas se complementan y garantizan un Servicio más eficaz, que satisfaga
la comunidad hospitalaria y a todos los pacientes.
20
7. Bibliografia
1. MSSSI: Ministerio de Sanidad, Servicios e Igualdad: Guía de Formación de
Especialistas: Farmacia Hospitalaria. Disponible en: http://www.msssi.gob.es/
2. SEFH: Sociedad Española de Farmacia Hospitalaria: Conocimiento Básico de
Farmacotecnia. Disponible en: www.sefh.es
3. VINCat: Vigilància de les Infeccions Nosocomials a Catalunya. Disponible en:
www.vincat.gencat.cat/es/
4. PubMed. Disponible en: www.pubmed.com
5. ClinicalKey. Disponible en: www.clinicalkey.com
6. UpToDate. Disponible en: www.uptodate.com
7. Bot Plus 2.0 Disponible en: http://www.portalfarma.com/inicio/botplus20/Paginas/BotPLUS-2-0.aspx
8. AEMPS: Agencia Española de Medicamentos y Productos Sanitarios. Disponible en:
http://www.aemps.gob.es/
21
Anexos
Anexo 1. Mapa del Servicio de Farmacia del Hospital Universitario Joan XXI
Anexo 2. Programa informático de prescripción electrónica – Silicon
22
23
Anexo 3. Medicamentos de alto riesgo
24
Anexo 4. Tabla de Equivalentes Terapéuticos – Antipsicóticos
Antipsicòtics
Antipsicòtics: Fenotiazines
EN GUIA: Clorpromazina 25 mg comp, 25 mg amp i 40 mg/ml gotes orals (Largactil),
Levomepromazina 40 mg/ml gotes orals i 25 mg amp (Sinogan)
MEDICAMENT NO GUIA
Flufenazina
SUBSTITUIR PER:
Mantenir el tractament
(Modecate)
Perfenazina
Mantenir el tractament
(Decentan)
Periciazina
Mantenir el tractament
(Nemactil)
Pipotiazina
Mantenir el tractament
(Loseren)
Antipsicòtics: Butirofenones
EN GUIA: Haloperidol 2 mg/ml gotes i 5 mg amp
MEDICAMENT NO GUIA
Droperidol
SUBSTITUIR PER:
Mantenir el tractament
(Xomolix)
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Antipsicòtics: Indols
MEDICAMENT NO GUIA
Sertindol
SUBSTITUIR PER:
Mantenir el tractament
(Serdolect)
Ziprasidona
Mantenir el tractament
(Zeldox)
Antipsicòtics: Diazepines, oxazepines, tiazepines i oxepinas
EN GUIA: Olanzapina 10 mg comp bucodisp (Arenbil, Zalasta, Zolafren, Zyprexa Velotab),
Quetiapina 25 i 100 mg comp (Ilufren, Psicotric, Qudix, Quentiax, Rocoz, Seroquel)
MEDICAMENT NO GUIA
Asenapina
SUBSTITUIR PER:
Mantenir el tractament
(Sycrest)
Clotiapina
Mantenir el tractament
(Etumina)
Clozapina
Mantenir el tractament
(Clozabrain, Leponex, Nemea)
Loxapina
Mantenir el tractament
(Adasuve)
26
Antipsicòtics: Benzamides
EN GUIA: Sulpirida 50 mg caps i 100 mg amp (Dogmatil; Guastil; Psicocen)
MEDICAMENT NO GUIA
Amisulpirida
SUBSTITUIR PER:
Mantenir el tractament
(Aracalm, Misulmylan, Solian)
Tiaprida
Mantenir el tractament
(Tiaprizal)
Altres Antipsicòtics
EN GUIA: Aripiprazole 9,75 mg vial (Abilify) i Risperidona 1 mg comp (Arketin, Calmapride,
Diaforin, Rispemylan Flas, Risperdal)
MEDICAMENT NO GUIA
Aripiprazole
SUBSTITUIR PER:
Mantenir tractament
(Abilify comprimits)
Litio
Mantenir el tractament
(Plenur)
Paliperidona
Mantenir el tractament
(Invega, Xeplion)
Risperidona vial
Mantenir el tractament
(Risperdal Consta)
Pimozida
Mantenir el tractament
(Orap)
Zuclopentixol
Mantenir el tractament
(Clopixol)
27
ANEXO 5
28
ANEXO 6
32
Anexo 7. Intranet del Hospital Universitario Joan XXIII y Portal de Aplicaciones
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Anexo 8. EPOC y Protocolos Terapéuticos
EPOC – Enfermedad pulmonar obstructiva crónica
Limitación crónica al flujo aéreo poco reversible y as ociada principalmente al humo de tabaco, con una elevada morbimortalidad. Enfermedad
compleja y con heterogeneidad clínica, debido a los llamados fenotipos clínicos, con repercusión clínica, pronostica y terapéutica.
No es posible categorizar la EPOC utilizando solo FEV1
• Fenotipos de la EPOC que determinan un tratamiento diferenciado
1. No agudizador, con
enfisema o bronquitis crónica
(EPOC A)
El fenotipo agudizador está presiente en todos los pacientes que presenten 2 o más agudizaciones moderadas o graves al año, definidas
como aquellas que precisan al menos tratamiento con CI sistémicos y/o AB.
Las agudizaciones frecuentes pueden presentarse en cualquiera de los 3 fenotipos.
El diagnostico se basa en las manifestaciones clínicas predominantes y el cumplimiento de los criterios de diagnósticos.
2. Mixto EPOC-asma (EPOC B)
Obstrucción no completamente reversible al flujo aéreo acompañada de síntomas/signos de una
reversibilidad aumentada de la obstrucción (paciente con EPOC con componente as mático
prominente o asma que complica a EPOC).
3. Agudizador con enfisema
(EPOC C)
Pacientes con EPOC con diagnóstico clínico/radiológico/funcional de enfisema que presenta disnea e
intolerancia al ejercicio como síntomas predominantes.
4. Agudizador con bronquitis
crónica (BC) (EPOC D)
Paciente con EPOC en el cual la BC es el síndrome predominante. La hipersecreción bronquial se ha
asociado a una mayor inflamación en la vía aérea y mayor riesgo de infección respiratoria.
La obstrucción al flujo aéreo medida por el FEV 1 (%)
Clasificación de gravedad de la EPOC en 5 niveles
Las variables que se pueden utilizar para esta
aproximación al nivel de gravedad son
La disnea medida por la escala mMRC (anexo)
Nivel de actividad física
Hospitalizaciones en los 2 años precedentes
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Puntos clave del tratamiento de la EPOC estable
La base del tratamiento de la EPOC estable son los broncodilatadores de larga duración (BDLD)
Los fármacos que se deben añadir a BDLD dependerán del fenotipo del paciente
El tratamiento del fenotipo no agudizador, sea enfisema o BC, se basa en el uso de los
BDLD en combinación
El tratamiento del fenotipo mixto se basa en la utilización de BDLD combinados con CI
El tratamiento del fenotipo agudizador con enfisema se basa en BDLD a los que se
pueden añadir los CI y la teofilina según el nivel de gravedad
En el tratamiento del fenotipo agudizador con BC, a los BDLD se puden añadir CI,
inhibidores de la fosfodiesterasa IV o mucoliticos según la gravedad o, en casos especiales,
AB de forma preventiva
Se debe prestar especial atención a los comorbilidades, optimizando su control
La elección del tratamiento debe basarse en el fenotipo clínico del paciente, y la intensidad del mismo se
determinará por el nivel de gravedad multidimensional
 Objetivos del tratamiento: - Reducir los síntomas crónicos de la enfermedad
- Disminuir la frecuencia y gravedad de las agudizaciones
- Mejorar el pronóstico.
Tratamiento farmacológico de la EPOC según fenotipos y niveles de gravedad (I-IV)
M. Miravitlles et al / Arch Bronconeumol. 2012;48(7):247–257
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Fármacos
• SAMA – Anti colinérgicos
 Bromuro de ipatropio
- Aerosoles para inhalación: 2 inhalaciones (40 mcg)/6 h. En tratamiento cominado 1 inh/6-8h.
BDCD
(Broncodilatadores
de corta duración)
No se recomienda superar 12 inhalaciones (240 mcg)/24 h.
• SABA – Agonistas ß2
 Salbutamol (Inhalador): 2 pulsaciones 200 mcg/6h. En tratamiento cominado 1 inh/6-8h. La dosis
máxima a demanda es de 4 administraciones o 8 pulsaciones diarias.
 Terbutalina: 1 inh (500 mcg) - turbohaler - a demanda. Se fuera necesario para eliminar los síntomas, se
podrá administrar hasta 3 inh (1500 mcg) en una sola toma
• LAMA – Anti colinérgico
 Bromuro de tiotropio
- Cápsulas inhalación: 1 caps (18 mcg)/24h
BDLD
(Broncodilatadores
de longa duración)
Tiotropio más eficaz que el salmeterol en
la prevención de agudizaciones en
pacientes con EPOC e historia de al
menos una agudización el año previo
• LAMA – Agonistas ß2
 Salmeterol: 2 pulsaciones (50 mcg)/12h. Si fuera necesario, y en pacientes graves, la dosis se podrá
aumentar a 4 pulsaciones (100 mcg)/12h
Formeterol: 1 inh 9 mcg/12-24h – turbohaler. La dosis máxima diaria no deberia exceder de 4 inh de
4,5 mcg ó 2 inh de 9 mcg, aunque ocasionalmente se podrían permitir hasta 8 inhalaciones de 4,5 mcg ó 4
inhalaciones de 9 mcg diarias, siempre y cuando no se realicen más de 4 inhalaciones de 4,5 mcg ó 2
inhalaciones de 9 mcg en una única ocasión.
Indacaterol: 150 mcg/24h. En EPOC grave podría necesitarse hasta dosis máxima de 300 mcg/24h
Fármacos
Mucolítico
•Carbocisteína
(Añadir en tratamiento de segunda línea en
pacientes con niveles de gravedad III y IV)
15 ml (750 mg)/8h. Una vez el paciente mejore,
puede reducirse a 10 ml (500 mg)/8h.
100-300 mg/12h.
La dosis inicial en situaciones de urgencia depende de que el individuo haya recibido teofilina en
las 48 horas anteriores. En pacientes sin tratamiento previo se recomienda administrar 5-6
mg/kg; por otra parte, cuando el paciente haya sido tratado previamente con teofilina y no
presente síntomas de sobredosis, se recomienda administrar 2-3 mg/kg.
Aminofilina y
Teofilina
La dosis de teofilina es 80% de la dosis de aminofilina.
Corticosteroides
inhalados
• Budesonida
 Pulmicort Turbohaler y inhalador: 2 inh (400 mcg)/12h
• Macrólidos (Azitromicina): Utilizados con intención de aprovechar también su acción
Antibióticos
antiinflamatoria e inmunomoduladora
• Quinolonas (moxifloxacino): Utilizados con intención de lograr una máxima erradicación
bacteriana – 400 mg/24h (v.o., 4 días)
Tratamiento reservado a casos muy seleccionados de pacientes con nivel de gravedad IV y agudizaciones
frecuentes que, a pesar de un tratamiento correcto de su EPOC, el año previo requirieron múltiples tratamientos
AB o ingresos hospitalarios.
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